22 dezembro 2021

NARRATIVAS MITOLÓGICAS

O MITO DO FOGO – MITOLOGIA GREGA

 

Existia no Olimpo, um titã (deus gigante) muito brincalhão, chamado Prometeu (que significa o que pensa antes) que era primo de Zeus. Uma de suas brincadeiras, justamente, foi criar o ser humano e colocar nele uma centelha do fogo divino, alma. Os homens assim criados assumiram o compromisso de homenagear Zeus com sacrifícios animais. Em troca, podiam usar o fogo, até então considerado exclusivo das divindades.

Mas pouco depois Prometeu fez outra brincadeira: escondeu a carne de um animal sacrificado, de modo que Zeus ficou só com os ossos e a gordura. Irritado ao descobrir o engano, Zeus retirou o fogo dos homens e proibiu que eles o utilizassem novamente. Os homens começaram a passar frio e fome, pois não podiam mais usar o fogo nem para se aquecer, nem para cercar a caça, nem para moldar as armas usadas na caça, nem para cozinhar os alimentos. Penalizado com a situação dos homens — afinal ele fora o seu criador —, Prometeu fez uma brincadeira a sério: roubou uma brasa da forja de Hefestos, o deus ferreiro, escondeu-a no oco de um pau, com o qual saiu do Olimpo, sem que os outros deuses percebessem que desse modo ele estava entregando o fogo de novo aos homens. Com isso, os homens puderam voltar a fazer tudo o que precisavam para sobreviver.

Quando soube que o fogo tinha sido roubado do Olimpo, Zeus ficou furioso e resolveu se vingar duplamente: dos homens e de Prometeu. Dos homens, Zeus se vingou criando a primeira mulher com a ideia de que as mulheres passassem a infenizar-lhes a vida.

Contra Prometeu, a vingança de Zeus foi particularmente cruel: o deus supremo ordenou que o deus ferreiro Hefestos forjasse uma corrente indestrutível, de elos invioláveis. Com ela, Prometeu ficou acorrentado ao alto de um pico no Cáucaso, bem longe do Olimpo condenado a ter o fígado eternamente devorado por uma águia. Cada vez que a águia terminava de devorar todo o fígado de Prometeu, a víscera renascia e a águia começava de novo a devorá-lo.

 

O MITO DO FOGO – POVO KATUKINA

 

Os Katukina falam uma língua da família Pano e vivem na região do alto Juruá, no Acre. Esse povo também tem várias histórias sobre a origem do fogo, uma delas é assim:

Um dia a onça foi caçar e pediu ao periquito e à coruja que ficassem de olho no fogo, porque este podia se apagar. A onça disse que se eles cuidassem do fogo direitinho ela lhes daria um pouco de caça. Dito e feito! O periquito e a coruja ficaram cuidando do fogo, mas, na volta, a onça comeu tudo sozinha. No dia seguinte, lá foi a onça caçar de novo. Fez o mesmo pedido ao periquito e à coruja. No fim da tarde, a onça voltou da caçada e o periquito logo perguntou se ela daria um pedaço de carne para ele assar. Ela disse que sim, mas no fim das contas acabou comendo toda a carne.

Isso se repetiu durante vários dias até que um dia a coruja e o periquito decidiram roubar o fogo da onça. A coruja teve a ideia de esconder o fogo no buraco de uma árvore e foi isso que o periquito fez antes que a onça retornasse da caçada. A onça, quando viu que estava sem fogo, ficou desesperada. Ela tentou fazer fogo de novo, mas não conseguiu. Aí percebeu que daquele momento em diante teria que comer carne crua... O periquito cuidou muito bem do fogo, que estava guardado numa árvore bem alta. Ele tinha um bico grande, mas o fogo o queimou quase todo e é por isso que hoje o bico do periquito é bem pequeno.

Foi o periquito que deu o fogo aos humanos, que antes só comiam carne crua!


PARA DISCUSSÃO:

1. Qual(is) característica(s) dos mitos se identifica(m) nessas histórias?

2. Qual é o papel do homem ou humanidade nas histórias?

3. Há explicações secundárias, além da criação da do fogo?

4. Há questões não respondidas ou não explicadas?

5. Qual(is) elemento(s) torma(m) o mito grego diferente do mito indígena? 






MITO INDÍGENA

 O ROUBO DO FOGO

Em tempos antigos os Guarani não sabiam acender fogo. Na verdade eles sabiam apenas que existia o fogo, mas comiam alimentos crus, pois o fogo estava em poder dos urubus.

O fogo estava com estas aves porque foram elas que primeiro descobriram um jeito de se apossar das brasas da grande fogueira do sol. Numa ocasião, quando o sol estava bem fraquinho e o dia não estava muito claro, os urubus foram até lá e retiraram algumas brasas as quais tomavam conta com muito cuidado e zelo. Era por isso que somente estas aves comiam seu alimento assado ou cozido e nenhum outro da floresta tinha este privilégio.

É claro que todos os urubus tomavam conta das brasas como se fossem um tesouro precioso e não permitiam que ninguém delas se aproximasse. Os homens e os outros animais viviam irritados com isso. Todos queriam roubar o fogo dos urubus, mas ninguém se atrevia a desafiá-los.

Um dia, o grande herói Apopocúva retornou de uma longa viagem que fizera. Seu nome era Nhanderequeí, Guerreiro respeitado por todo o povo, decidiu que iria roubar o fogo dos urubus. Reuniu todos os animais, aves e homens da floresta e contou o plano que tinha para enfrentar os temidos urubus, guardiões do fogo. Até mesmo o pequeno curucu, que fora convidado, compareceu dizendo que também tinha muito interesse no fogo.

Todos já reunidos, Nhanderequeí expos seu plano:

Todos vocês sabem que os urubus usam fogo para cozinhar. Eles não sabem comer alimento cru. Por isso vou me fingir de morto bem debaixo do ninho deles. Todos vocês devem ficar escondidos e quando eu der uma ordem, avancem para cima deles e os espantem daqui. Dessa forma, poderemos pegar o fogo para nós.

Todos concordaram e procuraram um lugar para se esconder. Não sabiam por quanto tempo iriam esperar. Nhanderequeí deitou-se. Permaneceu imóvel por um dia inteiro.

Os urubus, lá do alto, observaram com desconfiança. Será que aquele homem estava morto mesmo ou estava apenas querendo enganá-los? Por via das dúvidas preferiram aguardar mais um pouco.

O herói permaneceu o segundo dia do mesmo jeito. Sequer respirava direito para não criar desconfianças nos urubus que continuavam rodeando seu corpo. Foi no fim do terceiro dia, no entanto, que as aves baixaram as guardas. Ficavam imaginando que não era possível uma pessoa fingir-se de morta por tanto tempo. Ficavam confabulando entre si:

- Olhem, meus parentes urubus - dizia o chefe urubu - nenhum homem pode fingir-se de morto assim. Já decidi: vamos comê-lo. Podem trazer as brasas para fazermos a fogueira.

Um grande alarido se ouviu. Os urubus aprovaram a decisão de seu chefe, e por isso imediatamente partiram para buscar as brasas. Trouxeram e acenderam uma fogueira bonita e vistosa.

O chefe dos urubus ordenou, então, que trouxessem a comida para ser assada. Um verdadeiro batalhão foi até a presa e a trouxe em seus bicos e garras. Eles acharam o corpo do herói um pouco pesado, mas consideraram bom, assim daria para todos os urubus.

Eles colocaram Nhanderequeí sobre o fogo, mas graças a uma resina que ele passou pelo corpo, o fogo não o queimava. Num certo momento, o herói se levantou do meio das brasas dando um grande susto nos urubus, que atônitos, voaram todos. Nhanderequeí aproveitou-se da surpresa e gritou a todos os amigos que estavam escondidos para que atacassem os urubus e salvassem alguma daquelas brasas ardentes.

Os urubus, vendo que se tratava de uma armadilha, se esforçaram o máximo que puderam para apagar as brasas, engoli-las e não permitirem que aqueles seres tomassem posse delas. Foi uma correria geral. Acontece, no entanto, que na pressa de salvar o fogo, quase todas as brasas se apagaram por terem sido pisoteadas.

Quando tudo se acalmou, Nhanderequeí chamou a todos e perguntou quantas brasas haviam conseguido. Uns olhavam para os outros na tentativa de saber quem havia salvo alguma brasinha, mas qual foi a tristeza geral ao se depararem com a realidade: ninguém havia salvado uma pedrinha sequer.

- Só temos carvão e cinzas - disse alguém no meio da multidão. - E para que nos há de servir isso? - falou Nhanderequeí.

- Nossa batalha contra os urubus de nada valeu!

Acontece que, por trás de todos, saiu o pequeno curucu, dizendo:

- Durante a luta os urubus se preocuparam apenas com os animais grandes e não notaram que eu peguei uma brasinha e coloquei na minha boca. Espero que ainda esteja acesa. Mas pode ser que...

- Depressa. Pare de falar, meu caro curucu. Não podemos perder tempo. Dê-me esta brasa imediatamente - disse Nhanderequeí, tomando a brasa em suas mãos e assoprando levemente.

Todos os animais ficaram atentos às ações do herói que tratava com muito cuidado aquele pequeno luzeiro. Pegou-o na mão e colocou um pouquinho de palha e assoprou novamente. Com isso ele conseguiu um pequeno riozinho de fumaça. Isso foi o bastante para incomodar os animais, que logo disseram:

- Se o fogo sempre faz fumaça, não será bom para nós. Nós não suportamos fumaça.

Dizendo isso, os bichos foram embora, deixando o fogo com os homens e com as aves.

Nhanderequeí soprou de novo. Ele fazia com todo cuidado, com todo jeito. Logo em seguida à fumaça, aconteceu um cheiro de queimado. Isso foi o bastante para que as aves se incomodassem e dissessem:

- Nós não gostamos desse cheiro que sai do fogo. Isso não é bom para as aves. Fiquem vocês com este fogo.

Dizendo isso, Nhanderequeí soprou ainda mais forte e, finalmente, as chamas apareceram no meio da palha e do carvão que sustentaram o fogo aceso para sempre.

Percebendo que tudo estava sob controle, o herói ordenou que seus parentes encontrassem madeiras canelinha, criciúma, cacho de coqueiro e cipó-de-sapo e as usassem sempre toda vez que quisessem acender e conservar o fogo. Além disso, o corajoso herói ensinou os Apopocúva a fazer um pilãozinho onde guardar as brasas e assim conservar o fogo para sempre.

Dizem os velhos desse povo que até os dias de hoje os Apopocúva guardam o pilãozinho e aquelas madeiras.





16 dezembro 2021

BIOGRAFIA

 Vinícius de Moraes

 

Em 1938, o governo britânico concedeu uma bolsa para Vinícius de Moraes estudar Direito em Oxford. A concessão implicava em uma série de regras muito rigorosas, como é do gosto dos ingleses, e uma delas era só aceitar alunos solteiros. Apaixonado por Beatriz de Mello, a Tati, o poeta estava decidido a casar-se com ela, mas não queria perder a bolsa. De fato, uniu-se legalmente com Tati (seu único casamento no civil, embora tenha tido nove companheiras), mas só depois de providenciar a matrícula em Oxford. Para não levantar suspeitas, arranjou uma casa para Tati no bairro londrino Chelsea, já que o poeta tinha a obrigação de morar nos alojamentos estudantis. A distância não atrapalhou sua vida marital. Três vezes por semana, Vinícius fugia do campus sem que os inspetores de alunos notassem. Corria para pegar o trem que o levaria para Tati. Enfrentava duas horas de viagem e voltava para a aula na manhã seguinte. O esforço compensou. Foi neste período que Vinícius escreveu um dos mais importantes poemas de sua carreira, Os telhados de Chelsea. Pouco dedicou-se ao Direito, porque foi em Oxford que Vinícius mais estudou poesia, retornando ao Brasil em 1939, quando a Segunda Guerra ameaçava eclodir.

Aprendiz convencido. Poeta, compositor e diplomata, Vinícius de Moraes (nascido a 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro) iniciou sua carreira de escritor aos 20 anos, lançando O caminho para a distância, livro que o pai o ajudara a publicar, pagando todo o custo da impressão. Dois anos mais tarde, concorreu e ganhou o prêmio Felipe de Oliveira, o mais importante na categoria com Forma e exegese, disputando com Jorge Amado. Por essas e outras, nessa fase juvenil, passou a considerar-se um poeta genial, até que críticos como Manuel Bandeira, seu grande amigo mais tarde, e João Ribeiro o pusessem em seu devido lugar, como ele explicou mais tarde. Aconselharam o “aprendiz” a trabalhar melhor os versos e garantiram ao jovem poeta convencido que os sonetos estavam longe da condição ideal. Segundo Vinícius, as críticas o ajudaram muito e o resultado foi sua consagração como um dos poetas mais importantes do Brasil.

Quando exerceu a diplomacia no Itamaraty (de 1943 a 1969), aproveitou para realizar dois de seus mais incontroláveis desejos, o de viajar e fazer amigos. Diplomata em Los Angeles, entre 1946 e 1951, tornou-se íntimo de várias personalidades do cinema, como Orson Welles, frequentando com ele os estúdios de Hollywood, e Walt Disney.

Um poeta no armário. Circulando entre os famosos, ganhou notoriedade na mídia internacional, tendo seu rosto estampado em várias publicações, até que um dia um desses jornais parou na mesa do presidente Costa e Silva. O marechal não teve dúvidas, demitiu Vinícius, acusando-o de ostentar um comportamento não condizente com a profissão diplomática. “Ponha esse vagabundo para trabalhar”, ordenou Costa e Silva. Na verdade, os militares que governavam o País estavam atrás de um pretexto para afastar Vinícius, naquela altura, nos anos 60, uma pedra no sapato da ditadura, com sua postura informal e sua atitude contestadora como poeta e letrista da música popular.

Além de genial, Vinícius foi também o mais apaixonado e inseguro dos poetas. Nos anos 50, quando namorou a escritora Hilda Hilst, na época com metade da idade de Vinícius, morria de dúvidas quanto ao fato de ser correspondido ou não, Certa vez, combinou com os amigos um tira-teima para comprovar se a amada lhe tinha o afeto desejado. Escondeu-se dentro de um guarda-roupa, no intuito de flagrar uma declaração de amor secreta, enquanto Hilda conversava com as pessoas num jantar. Assim que Hilda deixou escapar que sentia a falta dele, Vinícius saltou para fora do armário e gritou, contente: “Está vendo, você me ama, pela primeira vez ouvi você dizer que me ama!”

Mais conhecido em função das letras que compôs para canções de sucesso, especialmente na época da bossa nova (entre outras, Chega de saudade. Desafinado e Garota de Ipanema), Vinícius foi um poeta de lirismo arrebatado. Sabia manejar a métrica e a rima com rigor e sensibilidade. Diabético, sofreu uma isquemia, em 1979, na Itália. Foi obrigado a trocar o uísque pelo vinho, mas o estado de saúde complicou e, na madrugada de 9 de julho de 1980, ele morreu em sua casa, de edema pulmonar.

 

VOCÊ SABIA?

Casado com Lila Bosco, no início dos nos 50, Vinícius morava num minúsculo apartamento em Copacabana. Não tinha geladeira. Para aguentar o calor, chupava uma bala de hortelã e, em seguida, bebia um copo de água para ter a sensação refrescante na boca.




CONTO - UMA SURPRESA PARA DAPHNE

 Uma surpresa para Daphne

Luís Fernando Veríssimo

 


Daphne mal podia acreditar nos seus ouvidos. Ou no seu ouvido esquerdo, pois era neste que chegava a voz de Peter Vest-Pocket, através do fone.

- Daphne, você está aí? Sou eu, Peter.

Quando finalmente conseguiu se refazer da surpresa, a pequena e vivaz Daphne - era assim que a legenda de sua foto como debutante no Tattler a descrevera, anos atrás - esforçou-se para controlar a sua voz.

- Você quer dizer o sujo, tratante, traidor, nojento desprovido de qualquer decência ou caráter, estupido e desprezível Peter Vest-Pocket?

- Esse mesmo. É bom saber que você ainda me ama.

- Seu, seu...

- Tente porco.

- Porco!

- Foi por isso que deixei você, Daphne. Você sempre faz o que eu mando. Era como viver com um perdigueiro. Agora acalme-se.

- Porco imundo!

- Está bem. Agora acalme-se. Pergunte por que é que estou telefonando para você depois de dois anos.

- Não me interessa. E foram dois anos, duas semanas e três dias.

- Eu preciso de você, Daphne.

- Peter...

- Preciso mesmo. Eu sei que fui um calhorda, mas não sou orgulhoso. Peço perdão.

- Oh! Peter. Não brinque comigo...

- Daphne você se lembra daquela semana em Teormina?

- Se me lembro.

- Do jasmineiro no pátio do hotel? Das azeitonas com vinho branco à tardinha no café da praça?

- Peter, eu estou começando a chorar.

- E daquela vez em que fomos nadar nus, ao luar, e veio um guarda muito sério pedir nossos documentos, e depois os três começamos a rir e o guarda acabou tirando a roupa também?

- Não. Isso eu não me lembro.

- Bom deve ter sido em outra ocasião. E a pensão em Rapallo, Daphne.

- A pensão! O velho do acordeão que só tocava Torna a Sorriento e Tea for two.

- E a festa de aniversário que nós entramos por engano e eu acabei fazendo a imitação do Maurice Chevalier com laringite.

- Ah, Peter...

- Lembra o pimentão recheado da signora Lumbago, na pensão?

- Posso sentir o gosto agora.

- Qual era mesmo o ingrediente secreto que ela usava, e que só nos revelou depois que nós ameaçamos contar para o marido do caso dela com o garçom?

- Era... Deixa ver. Era manjericão.


















https://cadernospedagogicos.blogspot.com/2021/10/leitura-e-interpretacao.html

CIRCUITO FECHADO

- Você sabe o que é um circuito fechado?

- O você imagina que um circuito fechado tem a ver com a nossa vida cotidiana?

- Como são os seus dias? Você repete muitas ações diariamente? Quais seriam elas?

Veja o que acontece com a personagem do texto Circuito Fechado. 




CIRCUITO FECHADO

Ricardo Ramos

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. Xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.


1. O objetivo desse conto é:

a) trazer informações sobre ações do cotidiano.

b) narrar o cotidiano urbano.

c) listar substantivos do cotidiano.

d) relatar fatos do cotidiano.

2. Pode-se reconhecer no conto:

a) personagem, ações, tempo e espaço.

b) apenas a personagem sem indícios do espaço.

c) apenas as ações sem referência ao tempo.

d) personagens, ações sem indícios de tempo e espaço.

3. O conto foi construído sem elementos de ligação para dar coerência à narrativa. É possível inferir seu sentido por meio:

a) da sequência de ações (enredo), da situação vivida (rotina de um dia), do ambiente (cidade), do tempo (começo e fim de um dia).

b) da sequência de ações (enredo) e do tempo (provavelmente manhã).

c) da situação vivida (rotina matinal), do ambiente (banheiro).

d) do ambiente (banheiro), do tempo (provavelmente manhã).

4. O significado de circuito é “linha fechada que limita um espaço, trajetória ou percurso que retoma o ponto de partida”. O título do texto “Circuito fechado” sugere que a rotina narrada:

a) acontece só com a personagem do conto.

b) acontece durante um único dia.

c) é alguma coisa que se repete indefinidamente.

d) é alguma coisa que não se repete por mais de um dia.




5. Por que o texto tem o nome de Circuito Fechado?

6. Qual é o tema central deste texto?

7. Podemos dividir o texto em partes relacionadas aos lugares onde a personagem está nos diversos momentos do dia. Quais são elas? Elabore-as em uma tabela utilizando os correspondentes do texto.

8. Qual personagem é apresentado no texto? Justifique sua resposta com elementos do texto que te levaram a essa conclusão.

9. Qual seria a profissão desta personagem? Justifique com exemplos.

10. Como o texto é construído? Por que ele é construído dessa forma?

11. Você acha que essa personagem é feliz? Por quê?


Como se conjuga um empresário

 

Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se…

Mino. In: SOUZA, Luiz Marques de; CARVALHO, Sérgio Waldeck de.

Compreensão e produção de textos. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 461.



13 dezembro 2021

INTERTEXTUALIDADE

 


Disponível em: https://www.facebook.com/zackmagiezi/photos/releitura-do-genial-poema-quadrilha-do-colossal-carlos-drummond-de-andrade/889434581119509/ Acesso em 13.12.2021

  



Disponível em: https://odatilografo.wordpress.com/2014/09/15/poema-de-drummond-versao-facebook/ Acesso em 06.07.2023

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para um convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Quadrilha. In: Poesia completa e prosa.

Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.







"O Beijo", Gustav Klimt (1907-1908)




"O Beijo", Angela Oskar (2013) 


















Disponível em: https://www.facebook.com/photo/fbid=1057802436134460&set=pcb.1057802666134437










5. “Circuito é a trajetória percorrida entre um ponto a outro, normalmente tendo como objetivo final o ponto de partida”. O termo é bastante utilizado em eventos esportivos que possuem uma trajetória de corrida fechada, normalmente para competições de velocidade, como, por exemplo, o circuito de Fórmula 1 ou o circuito de atletismo. Um circuito também pode ser entendido como uma rota de viagem, um itinerário pré-estabelecido com um destino final fixo. A palavra circuito está associada com o que é cíclico (em forma de ciclo); o que contorna; circunferência; que acontece em movimentos periódicos”. Já circuito fechado é um circuito elétrico: “O circuito elétrico fechado ou simplesmente ‘circuito fechado’ consiste na transmissão da energia elétrica através do fio condutor, de uma ponta a outra. Exemplo: quando uma luz é ligada, a energia é transmitida através do fio condutor ininterruptamente”. Se o circuito se abre, a circulação de energia elétrica é interrompida. Podemos, dessa forma, associar que o título do texto Circuito Fechado refere-se à trajetória repetitiva e circular percorrida por uma personagem durante o seu dia.

 


6. O texto tem como proposta abordar o cotidiano de uma personagem, descrevendo desde o seu despertar, arrumando-se para o trabalho, realizando suas atividades no dia, até a volta para a sua casa para dormir. Atividade que se repete diariamente.

 

7. SUGESTÃO:

Casa >> chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos.

Trabalho >>  Telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água.

Rua >> Táxi.

Restaurante >> Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros.

Rua >> Pasta, carro. Cigarro, fósforo.

Trabalho >> Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta.

Rua >> Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos.

Casa >> Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

 

8. A personagem apresentada no texto é de um homem. Algumas palavras que apontam objetos, de uso, geralmente, do sexo masculino, por exemplo: espuma, creme de barbear, pincel, gilete, mictório, paletó, gravata, abotoaduras e cueca,

 

9. A profissão da personagem provavelmente está associada a profissões administrativas, como empresário, administrador, entre outras. Exemplos de palavras que justificam isso: papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis, mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, pasta. Tais objetos são característicos do ambiente de um escritório.

 

10. Ao longo de todo o texto são utilizados apenas substantivos, ou seja, palavras lexicais autônomas e portadoras de significado no mundo para contar a narrativa. Não existem outras formas gramaticais no texto, mas mesmo assim é possível perceber a conexão entre os elementos, que transmitem, assim, o sentido do texto. Os substantivos são suficientes para que os leitores consigam inferir a frase completa com as ações em que eles estão envolvidos. Essa construção também dá objetividade ao texto e uma espécie de robotização da personagem, como se ela também fosse uma peça de uma grande engrenagem, como mais um substantivo no meio de tantos outros.

 

12. A rotina diária apresentada no texto é estressante, monótona e sem atrativos. A repetição das palavras “cigarro” e “fósforo”, denotam que a personagem fuma muito, o que pode ser um sinal de preocupação, enfado e/ou cansaço. Quanto à resposta se a personagem é feliz, elementos do texto que apresentam essa característica ou não. Talvez os objetos (cigarro, livro e televisor) sejam meios transmissores de felicidade. Contudo, analisando todo o texto verifica-se que a personagem possui uma rotina muito atarefada e são poucos os momentos que ele tem para si mesmo, e que não demonstra estar feliz.


08 dezembro 2021

COESÃO III

 - Reúna as frases em um só período. Faça as devidas alterações de estrutura.

 

1. O camembert é um dos queijos mais consumidos no mundo. Só se tornou popular durante a Primeira Guerra. Conquistou os soldados nas trincheiras.

 

2. As moscas conseguem detectar tudo o que acontece à sua volta. Têm olhos compostos. Seus olhos lhes dão uma visão de praticamente 360 graus.

 

3. Trata-se de uma pessoa. Essa pessoa tinha consciência. Seu lugar só poderia ser aquele. Lutaria até o fim para mantê-lo.

 

4. Ele ficava à cata de pessoas. Queria conversar. As pessoas não lhe davam a menor atenção.

 

5. Ele era auxiliado em suas pesquisas por uma professora. Ele morava numa pensão. Ele se casaria mais tarde com essa professora.

 

6. Era um cais de quase dois quilômetros de extensão. Gostávamos de caminhar ao longo desse cais. O tempo era sempre feio e chuvoso.

 

7. Era um homem de frases curtas. A boca desse homem só se abria para dizer coisas importantes. Ninguém queria falar dessas coisas.

COESÃO II

 - Os textos abaixo necessitam de conectores para sua coesão. Empregue as partículas que estão entre parênteses no lugar adequado.

 

1. Uma alimentação variada é fundamental seu organismo funcione de maneira adequada. Isso significa que é obrigatório comer alimentos ricos em proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais. Esses alimentos são essenciais. Você esteja fazendo dieta para emagrecer, não elimine carboidratos, proteínas e gorduras de seu cardápio. Apenas reduza as quantidades. Você emagrece sem perder saúde.

(assim, mesmo que, para que)

 

2. Toda mulher responsável pelos cuidados de uma casa já teve em algum momento de sua vida vontade de jogar tudo para o alto, quebrar os pratos sujos, mandar tudo às favas, fechar a porta de casa e sair. Já sentiu o peso desse encargo como uma rotina embrutecedora, que se desfaz vai sendo feito. Não é feito, nos enche de culpas e acusações, quando concluído ninguém nota, a mulher “não faz mais nada que a sua obrigação”.

(quando, pois, à medida que)

 

3. O Brasil pretende sediar as Olimpíadas do ano 2004. A ideia é interessante. O que não podemos esquecer antes de mais nada temos que conquistar muitas medalhas nas olimpíadas da nossa existência como uma nação digna. Alguns dos nossos velhos e temíveis adversários a serem derrotados são a fome, a miséria, a violência, o analfabetismo e a ignorância. O nosso principal desafio será ganhar a medalha de ouro da moralidade, “o povo sem moral vai mal”.

(pois, até que, afinal, é que)

 

4. Lembro-me, com muita saudade, do prazer que me dava receber das mãos de meu pai o exemplar da revista O Cruzeiro ele trazia para casa, a cada semana, um dia antes da distribuição nas bancas. Anos 50, início dos anos 60. A televisão engatinhava. Pode-se dizer que O Cruzeiro era o Fantástico da época, lido em todos os cantos do país – tiragem de 800 mil exemplares semanais! E eu tinha acesso àquela preciosidade, antes! Era com grande ansiedade, se não me engano, às segundas-feiras à noite, aguardava a chegada da revista. Uma decepção, por qualquer motivo, ela não vinha. Comecei, embora só muitos anos mais tarde viesse a me aperceber disto, a compreender a necessidade do respeito um veículo de comunicação precisa ter para com seu público.

(que, que, então, que, se)

 

5. Nem sempre é fácil identificar a violência. Uma cirurgia não constitui violência, visa o bem do paciente, é feita com o consentimento do doente. Será violência a operação for realizada sem necessidade ou o paciente for usado como cobaia de experimento científico sem a devida autorização.

(mas certamente, se, se, primeiro porque, depois porque, por exemplo)

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