22 dezembro 2021

NARRATIVAS MITOLÓGICAS

O MITO DO FOGO – MITOLOGIA GREGA

 

Existia no Olimpo, um titã (deus gigante) muito brincalhão, chamado Prometeu (que significa o que pensa antes) que era primo de Zeus. Uma de suas brincadeiras, justamente, foi criar o ser humano e colocar nele uma centelha do fogo divino, alma. Os homens assim criados assumiram o compromisso de homenagear Zeus com sacrifícios animais. Em troca, podiam usar o fogo, até então considerado exclusivo das divindades.

Mas pouco depois Prometeu fez outra brincadeira: escondeu a carne de um animal sacrificado, de modo que Zeus ficou só com os ossos e a gordura. Irritado ao descobrir o engano, Zeus retirou o fogo dos homens e proibiu que eles o utilizassem novamente. Os homens começaram a passar frio e fome, pois não podiam mais usar o fogo nem para se aquecer, nem para cercar a caça, nem para moldar as armas usadas na caça, nem para cozinhar os alimentos. Penalizado com a situação dos homens — afinal ele fora o seu criador —, Prometeu fez uma brincadeira a sério: roubou uma brasa da forja de Hefestos, o deus ferreiro, escondeu-a no oco de um pau, com o qual saiu do Olimpo, sem que os outros deuses percebessem que desse modo ele estava entregando o fogo de novo aos homens. Com isso, os homens puderam voltar a fazer tudo o que precisavam para sobreviver.

Quando soube que o fogo tinha sido roubado do Olimpo, Zeus ficou furioso e resolveu se vingar duplamente: dos homens e de Prometeu. Dos homens, Zeus se vingou criando a primeira mulher com a ideia de que as mulheres passassem a infenizar-lhes a vida.

Contra Prometeu, a vingança de Zeus foi particularmente cruel: o deus supremo ordenou que o deus ferreiro Hefestos forjasse uma corrente indestrutível, de elos invioláveis. Com ela, Prometeu ficou acorrentado ao alto de um pico no Cáucaso, bem longe do Olimpo condenado a ter o fígado eternamente devorado por uma águia. Cada vez que a águia terminava de devorar todo o fígado de Prometeu, a víscera renascia e a águia começava de novo a devorá-lo.

 

O MITO DO FOGO – POVO KATUKINA

 

Os Katukina falam uma língua da família Pano e vivem na região do alto Juruá, no Acre. Esse povo também tem várias histórias sobre a origem do fogo, uma delas é assim:

Um dia a onça foi caçar e pediu ao periquito e à coruja que ficassem de olho no fogo, porque este podia se apagar. A onça disse que se eles cuidassem do fogo direitinho ela lhes daria um pouco de caça. Dito e feito! O periquito e a coruja ficaram cuidando do fogo, mas, na volta, a onça comeu tudo sozinha. No dia seguinte, lá foi a onça caçar de novo. Fez o mesmo pedido ao periquito e à coruja. No fim da tarde, a onça voltou da caçada e o periquito logo perguntou se ela daria um pedaço de carne para ele assar. Ela disse que sim, mas no fim das contas acabou comendo toda a carne.

Isso se repetiu durante vários dias até que um dia a coruja e o periquito decidiram roubar o fogo da onça. A coruja teve a ideia de esconder o fogo no buraco de uma árvore e foi isso que o periquito fez antes que a onça retornasse da caçada. A onça, quando viu que estava sem fogo, ficou desesperada. Ela tentou fazer fogo de novo, mas não conseguiu. Aí percebeu que daquele momento em diante teria que comer carne crua... O periquito cuidou muito bem do fogo, que estava guardado numa árvore bem alta. Ele tinha um bico grande, mas o fogo o queimou quase todo e é por isso que hoje o bico do periquito é bem pequeno.

Foi o periquito que deu o fogo aos humanos, que antes só comiam carne crua!


PARA DISCUSSÃO:

1. Qual(is) característica(s) dos mitos se identifica(m) nessas histórias?

2. Qual é o papel do homem ou humanidade nas histórias?

3. Há explicações secundárias, além da criação da do fogo?

4. Há questões não respondidas ou não explicadas?

5. Qual(is) elemento(s) torma(m) o mito grego diferente do mito indígena? 






MATÉRIA RELACIONADA AO LIVRO "CEM ANOS DE SOLIDÃO"

  Massacre das Bananeiras: conheça história real que inspirou “Cem Anos de Solidão ” O governo colombiano, para proteger uma empresa dos E...