O MITO DO FOGO – MITOLOGIA GREGA
Existia
no Olimpo, um titã (deus gigante) muito brincalhão, chamado Prometeu (que
significa o que pensa antes) que era primo de Zeus. Uma de suas brincadeiras,
justamente, foi criar o ser humano e colocar nele uma centelha do fogo divino,
alma. Os homens assim criados assumiram o compromisso de homenagear Zeus com
sacrifícios animais. Em troca, podiam usar o fogo, até então considerado
exclusivo das divindades.
Mas
pouco depois Prometeu fez outra brincadeira: escondeu a carne de um animal
sacrificado, de modo que Zeus ficou só com os ossos e a gordura. Irritado ao
descobrir o engano, Zeus retirou o fogo dos homens e proibiu que eles o
utilizassem novamente. Os homens começaram a passar frio e fome, pois não
podiam mais usar o fogo nem para se aquecer, nem para cercar a caça, nem para
moldar as armas usadas na caça, nem para cozinhar os alimentos. Penalizado com
a situação dos homens — afinal ele fora o seu criador —, Prometeu fez uma
brincadeira a sério: roubou uma brasa da forja de Hefestos, o deus ferreiro,
escondeu-a no oco de um pau, com o qual saiu do Olimpo, sem que os outros
deuses percebessem que desse modo ele estava entregando o fogo de novo aos
homens. Com isso, os homens puderam voltar a fazer tudo o que precisavam para
sobreviver.
Quando
soube que o fogo tinha sido roubado do Olimpo, Zeus ficou furioso e resolveu se
vingar duplamente: dos homens e de Prometeu. Dos homens, Zeus se vingou criando
a primeira mulher com a ideia de que as mulheres passassem a infenizar-lhes a
vida.
Contra
Prometeu, a vingança de Zeus foi particularmente cruel: o deus supremo ordenou
que o deus ferreiro Hefestos forjasse uma corrente indestrutível, de elos
invioláveis. Com ela, Prometeu ficou acorrentado ao alto de um pico no Cáucaso,
bem longe do Olimpo condenado a ter o fígado eternamente devorado por uma
águia. Cada vez que a águia terminava de devorar todo o fígado de Prometeu, a
víscera renascia e a águia começava de novo a devorá-lo.
O MITO DO FOGO – POVO KATUKINA
Os
Katukina falam uma língua da família Pano e vivem na região do alto Juruá, no
Acre. Esse povo também tem várias histórias sobre a origem do fogo, uma delas é
assim:
Um dia
a onça foi caçar e pediu ao periquito e à coruja que ficassem de olho no fogo,
porque este podia se apagar. A onça disse que se eles cuidassem do fogo
direitinho ela lhes daria um pouco de caça. Dito e feito! O periquito e a
coruja ficaram cuidando do fogo, mas, na volta, a onça comeu tudo sozinha. No
dia seguinte, lá foi a onça caçar de novo. Fez o mesmo pedido ao periquito e à
coruja. No fim da tarde, a onça voltou da caçada e o periquito logo perguntou
se ela daria um pedaço de carne para ele assar. Ela disse que sim, mas no fim
das contas acabou comendo toda a carne.
Isso se
repetiu durante vários dias até que um dia a coruja e o periquito decidiram
roubar o fogo da onça. A coruja teve a ideia de esconder o fogo no buraco de
uma árvore e foi isso que o periquito fez antes que a onça retornasse da
caçada. A onça, quando viu que estava sem fogo, ficou desesperada. Ela tentou
fazer fogo de novo, mas não conseguiu. Aí percebeu que daquele momento em
diante teria que comer carne crua... O periquito cuidou muito bem do fogo, que
estava guardado numa árvore bem alta. Ele tinha um bico grande, mas o fogo o
queimou quase todo e é por isso que hoje o bico do periquito é bem pequeno.
Foi o periquito que deu o fogo aos humanos, que antes só comiam carne crua!
PARA DISCUSSÃO:
1. Qual(is) característica(s) dos mitos se identifica(m) nessas histórias?
2. Qual é o papel do homem ou humanidade nas histórias?
3. Há explicações secundárias, além da criação da do fogo?
4. Há questões não respondidas ou não explicadas?
5. Qual(is) elemento(s) torma(m) o mito grego diferente do mito indígena?