Massacre das Bananeiras: conheça história real que inspirou “Cem Anos de Solidão”
O governo colombiano,
para proteger uma empresa dos EUA, ordenou o massacre de 2.000 trabalhadores.
Eduardo Lima
Um carregamento de bananas da United Fruit Company, na Costa Rica, em 1915 |
Gabriel García Márquez, vencedor do Nobel de
Literatura de 1982, publicou Cem Anos de Solidão
em 1967. O livro conta a história de diferentes gerações da família Buendía e
da cidade que eles fundaram, Macondo.
O escritor e jornalista se inspirou na
história da Colômbia para escrever passagens que parecem fantasiosas, mas que
tem um pé na realidade. A Guerra dos Mil Dias, por exemplo, aconteceu entre
1899 e 1902, colocando conservadores contra liberais e devastando o país. É
nesse conflito real que a guerra civil retratada em Cem Anos de Solidão se inspira.
Outro evento que inspirou García Márquez
a escrever foi o Massacre das Bananeiras, ocorrido em 1928. Nesse sombrio
episódio da história colombiana, o maior movimento trabalhista da história do
país até então acabou com a morte de até dois mil trabalhadores, assassinados
pelo exército da Colômbia para proteger os interesses de uma empresa americana.
O que foi o Massacre das Bananeiras
No livro, García Márquez conta a história de uma
companhia bananeira que, para não reconhecer as reivindicações dos
trabalhadores colombianos, fez um complexo malabarismo jurídico para dizer que,
na verdade, não empregava trabalhador nenhum. Depois disso, “a grande greve
estourou. Os cultivos ficaram pelo meio, a fruta apodreceu no pé e os trens de
cento e vinte vagões ficaram parados nos desvios”, escreve.
A greve de verdade, ocorrida na cidade
de Ciénaga, começou com reivindicações de condições dignas de trabalho. Os
trabalhadores passaram semanas tentando negociar com a United Fruit Company,
empresa dos EUA que era a dona do maior latifúndio da Colômbia.
Eles queriam ser reconhecidos como
trabalhadores da UFC, além de compensação por acidentes no trabalho, uma
jornada de trabalho de seis dias (com um dia de descanso remunerado), aumento
nos salários e o fim do pagamento em cupons em vez de dinheiro. Tudo isso
seguia a lei colombiana da época, diga-se.
No dia 12 de novembro, pelo menos 25
mil pessoas pararam de trabalhar para que suas reivindicações fossem ouvidas.
Depois de quase um mês, no dia 5 de dezembro, a empresa ainda não havia
demonstrado interesse em negociar.
Foi nesse dia que 700 soldados do
exército colombiano chegaram em Ciénaga para controlar a situação. Eles foram
enviados pelo governo de Miguel Abadia Méndez, representado pela figura do
general Cortés Vargas. Mas os militares não estavam ali para defender os
trabalhadores colombianos.
Funcionários do governo dos Estados Unidos na Colômbia e da United Fruit (que continua existindo até hoje, mas com o nome de Chiquita Brands) mandaram telegramas para o Secretário de Estado dos EUA pintando os trabalhadores como comunistas subversivos. O governo colombiano tinha medo de não agradar os americanos e perder os mercados de banana dos EUA e da Europa.
Os trabalhadores ficaram esperando um
pronunciamento do governador na praça da cidade, ao lado da estação de trem de
onde as bananas eram transportadas. Os homens e suas famílias, incluindo as
crianças, tinham acabado de sair da missa quando ouviram o decreto oficial, que
dizia que “os homens de força pública” poderiam castigar os trabalhadores “com
armas”.
Tanto no livro quanto na realidade,
eles receberam o aviso de que deveriam sair da praça em cinco minutos. Depois
disso, os soldados atiraram contra a multidão que ficou. O general assumiu
responsabilidade por 47 mortes. Os outros corpos sumiram, e até hoje ninguém
sabe com certeza quantas pessoas foram mortas. Algumas estimativas falam em cerca
de 2.000 vítimas.
Em Cem
Anos de Solidão, o massacre é esquecido por todas as pessoas de forma
mágica. “Não houve mortos” é o refrão que a população repete para o personagem
José Arcádio Segundo, o único que parece se lembrar do episódio sombrio.
Na vida real, o massacre também ficou
esquecido, mas porque foi encoberto pelo governo desde o primeiro dia. Como
escreveu o jornalista uruguaio Eduardo Galeano, “não houve necessidade de
editar nenhum decreto para apagar a matança da memória oficial do país”. Anos
depois, a literatura ajudou a preservar a memória do país que o governo tentou apagar.
Adaptado
de: https://super.abril.com.br/historia/massacre-das-bananeiras-conheca-historia-real-que-inspirou-cem-anos-de-solidao
1. C
2. Porque ela não poderia citar o nome de todas as pessoas a quem
ela gostaria de agradecer ou deseja deixar indefinido, vago, para não esquecer
de ninguém.
3. a) O fato de as tartarugas marinhas correrem o perigo de morrer afogadas, informação desconhecida pela maioria das pessoas, que talvez não saiba que esses animais precisam subir à superfície para respirar, assim como baleias e golfinhos.
b) O pronome pessoal de tratamento você. Esse pronome produz um
efeito de convocação, pois, ao explicitar o leitor, ele atribui uma responsabilidade
a quem lê o cartaz.
c) O pronome pessoal oblíquo as em sua forma -las.
d) O pronome foi usado para referir-se às tartarugas marinhas,
termo que se encontra na primeira frase.
4. a) Não, pois, na fala da tartaruga, o pronome você faz referência ao
pescador, que é a quem ela se dirige no momento da fala.
b) O pronome pessoal oblíquo me. O me é um pronome que se
refere à primeira pessoa do discurso (pessoa que fala) – nesse caso, a
tartaruga; portanto, não poderia ser usado nenhum outro pronome em seu lugar.
5. O pronome pessoal oblíquo me. Ele foi usado porque se refere
à pessoa que fala – no caso, o pescador.
6. A
7. a) No pretérito perfeito do modo indicativo.
b) Não, pois se os cientistas não sabem ainda o motivo dessa
viagem, a ação da forma verbal intrigou não foi concluída; eles continuam
intrigados.
8. a) Pretérito perfeito do modo indicativo. 8. B.
9. a) Começa a voltar e parecem estar voltando.
b) A primeira locução verbal expressa uma ideia de certeza; a
segunda dá ideia de dúvida ou possibilidade ao que está sendo relatado.
10. a) A forma verbal há.
b) Atualmente = tempo / no mundo todo = lugar
c) A locução está se referindo ao adjetivo espalhados.
11. Advérbio já = tempo
12. Ideia de intensidade. No primeiro caso, se relaciona ao
adjetivo bom, e no segundo ao verbo mexeu.