21 outubro 2024

MATÉRIA RELACIONADA AO LIVRO "CEM ANOS DE SOLIDÃO"

 

Massacre das Bananeiras: conheça história real que inspirou “Cem Anos de Solidão

O governo colombiano, para proteger uma empresa dos EUA, ordenou o massacre de 2.000 trabalhadores.

 

Eduardo Lima

  

Um carregamento de bananas da United Fruit Company, na Costa Rica, em 1915

Gabriel García Márquez, vencedor do Nobel de Literatura de 1982, publicou Cem Anos de Solidão em 1967. O livro conta a história de diferentes gerações da família Buendía e da cidade que eles fundaram, Macondo.

         O escritor e jornalista se inspirou na história da Colômbia para escrever passagens que parecem fantasiosas, mas que tem um pé na realidade. A Guerra dos Mil Dias, por exemplo, aconteceu entre 1899 e 1902, colocando conservadores contra liberais e devastando o país. É nesse conflito real que a guerra civil retratada em Cem Anos de Solidão se inspira.

         Outro evento que inspirou García Márquez a escrever foi o Massacre das Bananeiras, ocorrido em 1928. Nesse sombrio episódio da história colombiana, o maior movimento trabalhista da história do país até então acabou com a morte de até dois mil trabalhadores, assassinados pelo exército da Colômbia para proteger os interesses de uma empresa americana.

O que foi o Massacre das Bananeiras

No livro, García Márquez conta a história de uma companhia bananeira que, para não reconhecer as reivindicações dos trabalhadores colombianos, fez um complexo malabarismo jurídico para dizer que, na verdade, não empregava trabalhador nenhum. Depois disso, “a grande greve estourou. Os cultivos ficaram pelo meio, a fruta apodreceu no pé e os trens de cento e vinte vagões ficaram parados nos desvios”, escreve.

         A greve de verdade, ocorrida na cidade de Ciénaga, começou com reivindicações de condições dignas de trabalho. Os trabalhadores passaram semanas tentando negociar com a United Fruit Company, empresa dos EUA que era a dona do maior latifúndio da Colômbia.

         Eles queriam ser reconhecidos como trabalhadores da UFC, além de compensação por acidentes no trabalho, uma jornada de trabalho de seis dias (com um dia de descanso remunerado), aumento nos salários e o fim do pagamento em cupons em vez de dinheiro. Tudo isso seguia a lei colombiana da época, diga-se.

         No dia 12 de novembro, pelo menos 25 mil pessoas pararam de trabalhar para que suas reivindicações fossem ouvidas. Depois de quase um mês, no dia 5 de dezembro, a empresa ainda não havia demonstrado interesse em negociar.

         Foi nesse dia que 700 soldados do exército colombiano chegaram em Ciénaga para controlar a situação. Eles foram enviados pelo governo de Miguel Abadia Méndez, representado pela figura do general Cortés Vargas. Mas os militares não estavam ali para defender os trabalhadores colombianos.

         Funcionários do governo dos Estados Unidos na Colômbia e da United Fruit (que continua existindo até hoje, mas com o nome de Chiquita Brands) mandaram telegramas para o Secretário de Estado dos EUA pintando os trabalhadores como comunistas subversivos. O governo colombiano tinha medo de não agradar os americanos e perder os mercados de banana dos EUA e da Europa.

         Os trabalhadores ficaram esperando um pronunciamento do governador na praça da cidade, ao lado da estação de trem de onde as bananas eram transportadas. Os homens e suas famílias, incluindo as crianças, tinham acabado de sair da missa quando ouviram o decreto oficial, que dizia que “os homens de força pública” poderiam castigar os trabalhadores “com armas”.

         Tanto no livro quanto na realidade, eles receberam o aviso de que deveriam sair da praça em cinco minutos. Depois disso, os soldados atiraram contra a multidão que ficou. O general assumiu responsabilidade por 47 mortes. Os outros corpos sumiram, e até hoje ninguém sabe com certeza quantas pessoas foram mortas. Algumas estimativas falam em cerca de 2.000 vítimas.

         Em Cem Anos de Solidão, o massacre é esquecido por todas as pessoas de forma mágica. “Não houve mortos” é o refrão que a população repete para o personagem José Arcádio Segundo, o único que parece se lembrar do episódio sombrio.

         Na vida real, o massacre também ficou esquecido, mas porque foi encoberto pelo governo desde o primeiro dia. Como escreveu o jornalista uruguaio Eduardo Galeano, “não houve necessidade de editar nenhum decreto para apagar a matança da memória oficial do país”. Anos depois, a literatura ajudou a preservar a memória do país que o governo tentou apagar.

 

Adaptado de: https://super.abril.com.br/historia/massacre-das-bananeiras-conheca-historia-real-que-inspirou-cem-anos-de-solidao

















1. C

2. Porque ela não poderia citar o nome de todas as pessoas a quem ela gostaria de agradecer ou deseja deixar indefinido, vago, para não esquecer de ninguém.

3. a) O fato de as tartarugas marinhas correrem o perigo de morrer afogadas, informação desconhecida pela maioria das pessoas, que talvez não saiba que esses animais precisam subir à superfície para respirar, assim como baleias e golfinhos.

b) O pronome pessoal de tratamento você. Esse pronome produz um efeito de convocação, pois, ao explicitar o leitor, ele atribui uma responsabilidade a quem lê o cartaz.

c) O pronome pessoal oblíquo as em sua forma -las.

d) O pronome foi usado para referir-se às tartarugas marinhas, termo que se encontra na primeira frase.

4. a) Não, pois, na fala da tartaruga, o pronome você faz referência ao pescador, que é a quem ela se dirige no momento da fala.

b) O pronome pessoal oblíquo me. O me é um pronome que se refere à primeira pessoa do discurso (pessoa que fala) – nesse caso, a tartaruga; portanto, não poderia ser usado nenhum outro pronome em seu lugar.

5. O pronome pessoal oblíquo me. Ele foi usado porque se refere à pessoa que fala – no caso, o pescador.

6. A

7. a) No pretérito perfeito do modo indicativo.

b) Não, pois se os cientistas não sabem ainda o motivo dessa viagem, a ação da forma verbal intrigou não foi concluída; eles continuam intrigados.

8. a) Pretérito perfeito do modo indicativo.            8. B.

9. a) Começa a voltar e parecem estar voltando.

b) A primeira locução verbal expressa uma ideia de certeza; a segunda dá ideia de dúvida ou possibilidade ao que está sendo relatado.

10. a) A forma verbal .

b) Atualmente = tempo / no mundo todo = lugar

c) A locução está se referindo ao adjetivo espalhados.

11. Advérbio já = tempo

12. Ideia de intensidade. No primeiro caso, se relaciona ao adjetivo bom, e no segundo ao verbo mexeu.


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