18 julho 2023

RÔMULO E REMO, FILHOS DO SEGREDO

A herança está dividida. Amúlio e Numitor aguardam, ansiosos, a hora de receber sua parte dos bens e do poder. Procas, o pai moribundo, mal sabe que os filhos – e próprio povo – não haverão de chorar sua morte. Tudo que lhes interessa é saber quem ficará com as riquezas e quem receberá o trono de Alba Longa, a cidade do Lácio.

No leito de agonia, finalmente, Procas decide: Numitor receberá o reino; Amúlio ficará com os tesouros.

Entretanto, assim que o pai morre, Amúlio contrata um exército mercenário, invade o palácio real e apodera-se da coroa. O povo não se revolta. E Numitor, apavorado, foge, deixando seus dois filhos entregues à ambição do usurpador.

Depois de matar o sobrinho, temendo que este lhe tirasse o poder, Amúlio tenta impedir que Réia Sílvia, filha de Numitor, tenha descendentes. Assim, obriga a bela jovem a tornar-se vestal, consagrada à castidade. Réia Sílvia tinha, porém, outro destino. Passeava um dia pelos campos sagrados à procura de água para seu cotidiano sacrifício a Vesta, quando foi vista por marte.

Subitamente enamorado, o deus aproxima-se e, usando de violência, possui a jovem, nela gerando dois gêmeos.

Ao nascerem as crianças, Amúlio manda colocá-los numa cesta e atirá-las no rio Tibre. Réia Sílvia chora. Mas nada pode fazer. Que Marte, pai daquelas infelizes criaturas, se incumba de salvá-las.

As águas do Tibre sobem vertiginosamente com a chuva. Uma contracorrente acaba atirando a cesta dos recém-nascidos ao sopé do monte Cérmalo, sob uma figueira. Ali, uma loba, enviada pelo deus da guerra, amamenta os gêmeos Rômulo e Remo.




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