Pelas terras do
Lácio percorreu um grito de guerra. Comandados por Turno, latinos e rútulos
unem-se para combater os troianos, ainda cansados de recentes batalhas.
Como o rei Latino recusasse a lutar contra
Enéias, negou-se a abrir as portas do templo de Jano, segundo o costume em
tempo de guerra. Mas, descendo do Olimpo, a própria Juno descerrou aquelas
portas, anunciando que o Lácio já não vivia em paz.
Turno conta com o apoio de Mezêncio, o terrível
rei dos etruscos, que, fugindo de uma revolta em seu país, buscava abrigo entre
os rútulos. Conta igualmente que a bravura de Camila, uma jovem que amava as
armas e vivia nos bosques. Com ela marchavam outros guerreiros, temíveis e
valentes.
Os troianos são poucos e estão enfraquecidos pela
longa guerra que haviam enfrentado. A derrota parece certa.
Enéias, dominado pelo cansaço, dorme. E no sonho
ouve o conselho de Tibre: o deus do rio recomenda-lhe que procure Evandro, rei
de Pantaléia.
Imediatamente, o herói desperta e ruma ao
encontro do possível aliado. Depara com um soberano triste de uma terra
empobrecida, sem armas e sem guerreiros. Toda a ajuda que Evandro pode dar-lhe
é enviá-lo ao povo etrusco, juntamente com seu filho Palas. Ao saber que Mezêncio
é um os inimigos, os etruscos não hesitam em aliar-se aos troianos.
Longe da batalha, Enéias não pode ver o
sofrimento dos companheiros: frágeis muralhas os protegem e a sombra da derrota
paira como uma nuvem negra, querendo apagar a esperança. Quando todos estão
prestes a sucumbir, o herói surge trazendo consigo a força de muitos
guerreiros.
As lutas banham de sangue as guerras e as armas.
Do lado inimigo, Camila e Mezêncio tombam. Entre os aliados dos troianos também
ocorre grande perda: Palas, o corajoso filho de Evandro.
A batalha está no fim, e a morte passeia livre
por entre os homens, quando Enéias e Turno defrontam. A força do troiano supera
o valor do rútulo, e o inimigo cai morto, vítima do massacre que desencadeara.
Enéias, vitorioso, encontra em Lavínia o prêmio
de sua coragem. Unido a ela, funda uma cidade a que ele chama Lavínio. E após a
morte de Latino, realizando a profecia, torna-se rei. Troianos e latinos formam
um povo único. O grande destino está cumprido. Dido é agora somente uma
lembrança.
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