18 julho 2023

PROCURANDO HELENA, ELE CONHECE PENÉLOPE

Falta alguém na vida de Ulisses. Alguém que lhe traga calma nas horas de angústia e alivie o peso de sua solidão. Para cumprir os desígnios do destino, ele precisa de uma companheira.

E escolhe a mulher mais bela da Grécia: Helena, filha de Tíndaro, o rei de Esparta. Mas, quando lá chega, disposto a pedir a mão da jovem, tem uma surpresa desagradável: há tantos pretendentes a Helena que, para consegui-la, ele teria que deflagrar uma guerra.

Ao saber da presença de Ulisses em sua corte, Tíndaro imediatamente manda chamá-lo. Nervoso, o rei confessa ao visitante que teme o começo de um conflito grave, causado pela paixão que sua filha havia provocado em tantos homens ao mesmo tempo.

Ulisses desiste de desposar a princesa. Mas, penalizado com a situação de Tíndaro, imagina um ardil que lhe seria fatal: o homem escolhido por Helena deveria ser respeitado pelos pretendentes recusados. Quanto a estes, prometeriam ajudar o eleito a manter-se em paz e a conservar a mulher a seu lado.

Tal era a condição fundamental para os candidatos à mão da jovem. Ou eles se curvavam à imposição, ou perdiam de antemão a oportunidade de esposar a princesa.

Com a voz grave, o rei de Esparta dirige-se à multidão que se agita à porta do palácio e comunica-lhe a estranha lei. Agora os homens aguardam a escolha de Helena.

No quarto suntuoso, envolta na seda dos lençóis, ela chora: não sabe quem quer. No ombro das escravas, lastima sua beleza, que principia a gerar memoráveis tragédias.

Ulisses prepara-se para deixar a corte de Tíndaro e empreender a viagem de volta, quando uma figura de mulher chama sua atenção. É Penélope, prima de Helena, que viera aconselhar a princesa naquela indecisão.

Apaixonados ao primeiro olhar, os jovens seguem mudos pelas escadarias do palácio. Uma força mágica une-os em longo beijo. Pouco depois, como se há muitos anos se conhecessem partem juntos rumo a Ítaca.

Nem deuses, nem homens, nem o próprio Destino poderia separá-los.




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