Em nome de Tróia,
será preciso matar o fruto de sua carne. O dever de rei supera a ternura de
pai. Decidido, Príamo volta ao palácio: Paris morrerá tão logo vier ao mundo. A
profecia de Ésaco fora clara: para salvar a cidade, o soberano deverá destruir
a criança maldita.
Quando penetra no quarto, vê a esposa, que já carrega
nos braços o recém-nascido.
Como única resposta, a rainha foge, cambaleando.
Príamo persegue-a, aflito.
Mas, nos bosques reais, finamente Hécuba
compreende o destino. Uma luz fria acalma seu espírito convulso.
E ela segue até o Monte Ida como se uma força
misteriosa a arrastasse. Num ritual lento, deposita o recém-nascido entre secos
arbustos, abandonando-o à morte certa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário