QUESTÃO 01
TEXTO I
Criatividade em publicidade:
teorias e reflexões
Resumo: O presente artigo
aborda uma questão primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de
aclamada pelos departamentos de criação das agências, devemos ter a consciência
de que nem todo anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico, no
qual os conceitos são tratados à luz da publicidade, busca-se estabelecer a compreensão
dos temas. Para elucidar tais questões, é analisada uma campanha impressa da
marca XXXX. As reflexões apontam que a publicidade criativa é essencialmente simples
e apresenta uma releitura do cotidiano.
DEPEXE, S. D. Travessias: Pesquisas em
Educação. Cultura, Linguagem e Artes, n. 2, 2008.
TEXTO II
Os dois textos apresentados versam sobre o tema criatividade. O Texto I
é um resumo de caráter científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um
site de publicidade. De que maneira o Texto II exemplifica o conceito de
criatividade em publicidade apresentado no Texto l?
a) Fazendo menção ao difícil
trabalho das mães em criar seus filhos.
b) Promovendo uma leitura simplista do papel materno em seu trabalho de
criar os filhos.
c) Explorando a polissemia do termo “criação”.
d) Recorrendo a uma estrutura
linguística simples.
e) Utilizando recursos gráficos
diversificados.
QUESTÃO 02
O Firmo, o vaqueiro
No dia seguinte, à hora em que
saía o gado, estava eu debruçado à varanda quando vi o cafuzo que preparava o
animal viajeiro:
– Raimundinho, como vai ele?…
De longe apontou a palhoça.
– Sim.
O braço caiu-lhe, olhou-me
algum tempo comovido; depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca fazendo
estalar a unha nos dentes: “Às quatro da manhã…
Atirei um verso e disse, para
bulir com ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho e doente, não
era homem para deixar um verso no chão… Fui ver, coitado!… estava morto. E deu
de esporas para que eu não lhe visse as lágrimas.
NETTO, C. In: MARCHEZAN, L. G. (Org.). O conto
regionalista. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
A passagem registra um momento em que a expressividade lírica é
reforçada pela
a) plasticidade da imagem do
rebanho reunido.
b) sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo.
c) situação de pobreza encontrada
nos sertões brasileiros.
d) afetividade demonstrada ao noticiar a morte do cantador.
e) preocupação do vaqueiro em
demostrar sua virilidade.
QUESTÃO 03
Anvisa suspende venda de
produto que provoca intoxicação ocular
Agência diz que empresa não está regularizada para fabricar o produto
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a comercialização da pomada Cassu
Braids, devido a relatos de ocorrências de danos aos olhos de usuários, no Rio
de Janeiro. O produto é usado para modelar e trançar cabelos.
Segundo a Anvisa,
consumidores relataram irritação ocular, pálpebras inchadas, dor nos olhos e
dificuldade de enxergar ao lavarem o cabelo, depois de aplicação do produto. [...]
Outro motivo para a suspensão,
de acordo com a Anvisa, é o fato de a empresa não estar devidamente
regularizada para fabricar esse tipo de produto.
“É importante ressaltar que
consta no rótulo do produto a orientação de evitar contato com os olhos e mucosas,
bem como a orientação de retirar a pomada do cabelo antes de ir a lugares como
piscinas, praias e cachoeiras, para que o produto não escorra
sobre os olhos. Em 2022, a Anvisa já havia publicado um alerta, relacionado a
esse tipo de cosmético. [...]
Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-01/anvisa-suspende-venda-de-produtoque-provoca-intoxicacao-ocular.
A construção de um texto coeso envolve o uso apropriado de conectivos
que expressam diferentes relações de sentido. Os conectivos “segundo” e “para
que”, sublinhados no texto, introduzem, respectivamente, ideia de
a) conformidade e finalidade.
b) causa e finalidade.
c) consequência e tempo.
d) tempo e consequência.
e) concessão e conformidade.
QUESTÃO 04
Cerca de 5 milhões de candidatos
ao Enem já consultaram seus locais de prova
A dois dias do primeiro domingo
de provas do Exame Nacional do Ensino Médio, 20% dos candidatos inscritos ainda
não consultaram seus locais de prova. Os estudantes de todo o Brasil que farão
a prova devem ficar atentos aos locais para evitar contratempos, já que os
portões serão fechados impreterivelmente às 13h, horário de Brasília, deste
domingo (5).
Agência Brasil. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2017-11/cerca-de-5-milhoes-decandidatos-ao-enem-ja-consultaram-seus-locais-de.
A escolha de palavras em um texto é fundamental para a produção de
sentido. Na notícia, a escolha das palavras sublinhadas “já” e “ainda”:
a) Contribui para a construção da
expressividade lírica da notícia, o que é atípico nesse gênero textual.
b) Aponta para
expectativas opostas do autor em relação ao número de consultas a locais de
prova.
c) Localiza no tempo e no espaço
os fatos noticiados pelo autor, de modo figurativo.
d) Introduz relação de
causalidade entre o número de contratempos esperados e os locais de prova
divulgados.
e) Produz um efeito de sentido
conhecido como homonímia, atribuindo expressividade ao texto.
QUESTÃO 05
Iracema fez ao estrangeiro um
gesto de espera e silêncio, e depois desapareceu no mais sombrio do bosque. O
Sol ainda pairava suspenso no viso da serrania; e já noite profunda enchia
aquela solidão.
Quando a virgem tornou, trazia
numa folha gotas de verde e estranho licor vazadas da igaçaba, que ela tirara do
seio da terra. Apresentou ao guerreiro a taça agreste.
– Bebe!
Martim sentiu perpassar nos
olhos o sono da morte; porém logo a luz inundou-lhe os seios d’alma; a força exuberou
em seu coração. Reviveu os dias passados melhor do que os tinha vivido: fruiu a
realidade de suas mais belas esperanças.
José de Alencar. Iracema.
Uma característica típica narrativa presente no texto acima é
a) a abundância de adjetivos e
locuções adjetivas.
b) o uso de verbos no pretérito
para expressar sequência de ações.
c) a predominância de uma
linguagem informativa e concisa.
d) a adequação à norma padrão na
construção de argumentação.
e) a objetividade na proposta de
representação das personagens e do cenário.
QUESTÃO 06
Examine a tirinha do cartunista Silva João, publicada em sua conta do Instagram em 26.09.2019 para responder à questão.
Disponível em: www.instagram.com/silvazuao.
O efeito de humor da tirinha está centrado na ambiguidade do termo
a) “inspire”.
b) “cheguei”.
c) “bolso”.
d) “acreditei”.
e) “sonho”.
Leia o poema Vaso chinês, de Alberto de Oliveira, para responder às questões 7 e 8.
Vaso chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio, [armário, penteadeira] [mármore]
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim [chinês]
De olhos cortados à feição de amêndoa.
www.academia.org.br.
QUESTÃO 07
O eu lírico manifesta dúvida em relação
a) a quem teria pintado o vaso
b) ao sentido que teria
a figura do mandarim no vaso.
c) à circunstância exata em que
viu o vaso.
d) a como o vaso teria chegado ao
local onde estava.
e) ao significado das flores
pintadas no vaso.
QUESTÃO 08
A sinestesia é a figura de linguagem na qual duas ou mais sensações
associadas a diferentes órgãos
dos sentidos se mesclam numa mesma expressão.
Ocorre sinestesia em:
a) “Fino artista chinês,
enamorado, / Nele pusera o coração doentio” (2ª estrofe)
b) “Em rubras flores de
um sutil lavrado, / Na tinta ardente, de um calor sombrio.” (2ª estrofe)
c) “Estranho mimo aquele vaso!
Vi-o.” (1ª estrofe)
d) “Mas, talvez por contraste à
desventura, / Quem o sabe?... de um velho mandarim” (3ª estrofe)
e) “De olhos cortados à feição de
amêndoa.” (4ª estrofe)
Leia um trecho do conto “A cartomante” de Machado de Assis para
responder às questões 9 a 14.
Vilela, Camilo e Rita, três
nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois
primeiros eram amigos de infância. Vilela seguiu a carreira de magistrado.
Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai, que
queria vê-lo médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu não ser nada, até que
a mãe lhe arranjou um emprego público. No princípio de 1869, voltou Vilela da
província, onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a magistratura e
veio abrir banca de advogado.
Camilo arranjou-lhe casa para
os lados de Botafogo, e foi a bordo recebê-lo.
– É o senhor? exclamou Rita,
estendendo-lhe a mão. – Não imagina como meu marido é seu amigo, falava sempre
do senhor.
Camilo e Vilela olharam-se com
ternura. Eram amigos deveras. Depois, Camilo confessou de si para si
que a mulher do Vilela não desmentia as cartas do marido. Realmente, era
graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa. Era um
pouco mais velha que ambos: contava trinta anos, Vilela vinte e nove e Camilo vinte
e seis. Entretanto, o porte grave de Vilela fazia-o parecer mais velho que a
mulher, enquanto Camilo era um ingênuo na vida moral e prática. Faltava-lhe
tanto a ação do tempo, como os óculos de cristal, que a natureza põe no berço
de alguns para adiantar os anos. Nem experiência, nem intuição.
Uniram-se os três. Convivência
trouxe intimidade. Pouco depois morreu a mãe de Camilo, e nesse desastre, que o
foi, os dois mostraram-se grandes amigos dele. Vilela cuidou do enterro, dos
sufrágios e do inventário; Rita tratou especialmente do coração, e ninguém o
faria melhor.
Como daí chegaram ao amor, não
o soube ele nunca. A verdade é que gostava de passar as horas ao lado dela, era
a sua enfermeira moral, quase uma irmã, mas principalmente era mulher e bonita.
[...]
Um dia, porém, recebeu Camilo
uma carta anônima, que lhe chamava imoral e pérfido, e dizia que a aventura era
sabida de todos. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, começou a
rarear as visitas à casa de Vilela. Este notou-lhe as ausências.
Camilo respondeu que o motivo
era uma paixão frívola de rapaz. Candura gerou astúcia. As ausências
prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Pode ser que entrasse também
nisso um pouco de amor-próprio, uma intenção de diminuir os obséquios do
marido, para tornar menos dura a aleivosia do ato.
Foi por esse tempo que Rita,
desconfiada e medrosa, correu à cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa
do procedimento de Camilo. [...]
ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v. II.
QUESTÃO 09
O tipo textual predominante no trecho acima é
a) argumentativo.
b) dialogal.
c) narrativo.
d) dramático.
e) injuntivo.
QUESTÃO 10
Segundo o narrador, pode ser considerada uma característica de Camilo:
a) A inocência.
b) A mesquinhez.
c) O pessimismo.
d) A erudição.
e) A serenidade.
QUESTÃO 11
Um exemplo de interação do narrador com o leitor ocorre em:
a) “Vilela, Camilo e Rita, três
nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens.” (1º parágrafo)
b) “Vamos a ela.” (1º
parágrafo)
c) “Camilo arranjou-lhe casa para
os lados de Botafogo” (1º parágrafo)
d) “É o senhor?” (2º parágrafo)
e) “Não imagina como meu marido é
seu amigo, falava sempre do senhor.” (2º parágrafo)
QUESTÃO 12
As palavras e expressões sublinhadas no texto têm valor adverbial.
Dentre elas, contribui para a construção cronológica das ações no texto:
a) “contra a vontade do pai”
b) “com ternura”
c) “Um dia”
d) “à casa de Vilela”
e) “inteiramente”
QUESTÃO 13
“Era um pouco mais velha que ambos: contava trinta anos, Vilela vinte e
nove e Camilo vinte e seis. Entretanto, o porte grave de Vilela
fazia-o parecer mais velho que a mulher, enquanto Camilo era um ingênuo na vida
moral e prática.”
No excerto, a conjunção sublinhada expressa
a) condição.
b) explicação.
c) conclusão.
d) adição.
e) oposição.
QUESTÃO 14
A palavra “a”, sublinhada, pode ser classificada como preposição em:
a) Vilela seguiu a
carreira de magistrado.
b) Camilo entrou no funcionalismo, contra a vontade do pai.
c) É o senhor? exclamou Rita,
estendendo-lhe a mão.
d) começou a rarear as visitas à casa de Vilela.
e) para tornar menos dura a
aleivosia do ato.
QUESTÃO 15
Estresse é um termo que se
vulgarizou nos últimos tempos. Queixa-se de estresse o homem que chega em casa
depois de um dia de muito trabalho, de trânsito pesado e das filas do banco. Queixa-se
a mulher que enfrentou uma maratona de atividades domésticas, profissionais e
com os filhos. À noite, terminado o jantar, com as crianças recolhidas, os dois
mal têm forças para trocar de roupa e cair na cama.
A palavra estresse não cabe
nesse contexto. O que eles sentem é cansaço, estão exaustos e uma noite de sono
é um santo remédio para recompor as energias e revigorá-los para as tarefas do
dia seguinte.
A palavra estresse, na verdade, caracteriza um mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não reagisse imediatamente, ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado descendentes. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma série de mediadores químicos (o mais popular é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem.
http://drauziovarella.com.br.
Ao lançar mão do mecanismo de comparação, o autor do texto conduz os
leitores a
a) minimizarem os receios contra
o estresse.
b) evitarem situações que causem estresse.
c) distinguirem os vários
sintomas do estresse.
d) saberem da existência dos
tipos de estresse.
e) compreenderem o significado do termo estresse.
Leia a crônica “Caso de justiceiro”, de Carlos Drummond de Andrade, para
responder à questão 16 a 18.
Mercadinho é imagem de confusão
organizada. Todos comprando tudo ao mesmo tempo em corredores estreitos,
carrinhos e pirâmides de coisas se comprimindo, apalpamento, cheiração e
análise visual de gêneros pelas madamas, e, a dominar o vozerio, o metralhar
contínuo das registradoras. Um olho invisível, múltiplo e implacável, controla
os menores movimentos da freguesia,
devassa o mistério de bolsas e bolsos, quem sabe se até o pensamento.
Parece o caos; contudo nada escapa à fiscalização. Aquela velhinha estrangeira,
por exemplo, foi desmascarada.
– A senhora não pagou a dúzia
de ovos quebrados.
– Paguei.
Antes que o leitor suponha ter
a velhinha quebrado uma dúzia de ovos, explico que eles estão à venda assim mesmo,
trincados. Por isso são mais baratos, e muita gente os prefere; casca é
embalagem. A senhora ia pagar a dúzia de ovos perfeitos, comprada depois; mas e
os quebrados, que ela comprara antes? A velhinha se zanga e xinga em ótimo
português-carioca o rapaz da caixa. O qual lhe responde boas, no mesmo idioma,
frisando que gringo nenhum viria lá de sua terra da peste para dar prejuízo no
Brasil, que ele estava ali para defender nosso torrão contra piratas da
estranja. A mulher, fula de indignação, foi perdendo a voz. Caixeiros
acorreram, tomando posição em defesa da pátria ultrajada na pessoa do colega;
entre eles, alguns portugueses. A freguesia fez bolo. O mercadinho parou.
Eis que irrompe o tarzã de
calção de banho ainda rorejante e berra para o caixa:
– Para com isso, que eu não
conheço essa dona mas vê-se pela cara que é distinta.
– Distinta? Roubou cem
cruzeiros à casa e insultou a gente feito uma danada.
– Roubou coisa nenhuma, e o que
ela disse de você eu não ouvi mas subscrevo. O que você é, é um calhorda e quer
fazer média com o patrão à custa de uma pobre mulher.
O outro ia revidar à altura,
mas o tarzã não era de cinema, era de verdade, o que aliás não escapou à percepção
de nenhum dos presentes. De modo que enquanto uns socorriam a velhinha, que
desmaiava, outros passavam a apoiá-la moralmente, querendo arrebentar aquela joça.
O partido nacionalista acoelhou-se. Foram tratando de cerrar as portas, para
evitar a repetição de Caxias. Quem estava lá dentro que morresse de calor;
enquanto não viessem a radiopatrulha e a ambulância, a questão dos ovos ficava
em suspenso.
– Ah, é? – disse o vingador. – Pois eu pago os cem cruzeiros
pelos ovos mas você tem de engolir a nota.
Tirou-a do bolso do calção, fez
uma bolinha, puxou para baixo, com dedos de ferro, o queixo do caixa, e
meteu-lhe o dinheiro na boca.
Assistência deslumbrada, em
silêncio admiracional. Não é todos os dias que se vê engolir dinheiro. O caixa começou
a mastigar, branco, nauseado, engasgado.
Uma voz veio do setor de ovos:
– Ela não roubou mesmo não!
Olha o dinheiro embaixo do pacote!
Outras vozes se altearam:
“Engole mais os outros cem!” “Os ovos também!” “Salafra” “Isso!” “Aquilo!”.
A onda era tamanha que o tarzã,
instrumento da justiça divina, teve de restabelecer o equilíbrio.
– Espera aí. Este aqui já
pagou. Agora vocês é que vão engolir tudo, se maltratarem este rapaz.
Carlos Drummond de Andrade. Cadeira de balanço,
2020.
QUESTÃO 16
O cronista caracteriza a fiscalização do mercadinho como
a) condescendente.
b) parcial.
c) branda.
d) onisciente.
e) aleatória.
QUESTÃO 17
Observa-se um paradoxo entre os termos que compõem a seguinte expressão:
a) “assistência deslumbrada” (13°
parágrafo)
b) “pátria ultrajada” (5° parágrafo)
c) “olho invisível” (1°
parágrafo)
d) “análise visual” (1° parágrafo)
e) “confusão organizada” (1° parágrafo)
QUESTÃO 18
Verifica-se expressão própria
da linguagem coloquial no seguinte trecho:
a) “outros passavam a apoiá-la moralmente, querendo arrebentar aquela joça”
(10° parágrafo)
b) “enquanto não viessem a radiopatrulha e a ambulância, a questão dos ovos
ficava em suspenso”
(10° parágrafo)
c) “Caixeiros acorreram, tomando
posição em defesa da pátria ultrajada na pessoa do colega” (5° parágrafo)
d) “o que aliás não escapou à
percepção de nenhum dos presentes” (10° parágrafo)
e) “Antes que o leitor suponha
ter a velhinha quebrado uma dúzia de ovos” (4° parágrafo)
QUESTÃO 19
www.acnur.org. Acesso em: 11 dez. 2018.
Nesse cartaz, o uso da imagem do calçado aliada ao texto verbal tem o
objetivo de
a) criticar as difíceis condições
de vida dos refugiados.
b) revelar a longa trajetória percorrida pelos refugiados.
c) incentivar a campanha de
doações para os refugiados.
d) denunciar a situação de
carência vivida pelos refugiados.
e) simbolizar a necessidade de adesão à causa dos refugiados.
QUESTÃO 20
O Leia o prefácio de Senhora, romance escrito por José de Alencar.
Ao Leitor
Este livro, como os dois que o precederam,
não são da própria lavra do escritor, a quem geralmente os atribuem.
A história é verdadeira; e a
narração vem de pessoa que recebeu diretamente, e em
circunstâncias que ignoro, a confidência dos principais atores deste drama curioso.
O suposto autor não passa
rigorosamente de editor. É certo que tomando a si o encargo de corrigir a forma
e dar-lhe um lavor literário, de algum modo apropriar-se não a
obra mas o livro.
Em todo caso, encontram-se
muitas vezes nestas páginas exuberâncias de linguagem e afoutezas de
imaginação, a que já não se lança a pena sóbria e refletida do escritor
sem ilusões e sem entusiasmos.
Tive tentações de apagar algum
desses quadros mais plásticos ou pelo menos de sombrear as tintas vivas e
cintilantes.
Mas devia eu sacrificar a
alguns cabelos grisalhos esses caprichos artísticos de estilo, que talvez sejam
para os finos cultores da estética o mais delicado matiz do livro?
E será unicamente uma fantasia
de colorista e adorno de forma, o relevo daquelas cenas, ou antes de tudo serve
de contraste ao fino quilate de um caráter?
Há efetivamente
um heroísmo de virtude na altivez dessa mulher, que resiste a todas as
seduções, aos impulsos da própria paixão, como ao arrebatamento dos sentidos.
José de Alencar
ALENCAR, José de. Senhora. 4. ed. [s.l.]:
Melhoramentos.
Trata-se de um advérbio que expressa o ponto de vista do enunciador
sobre o que se diz:
a) precederam
b) diretamente
c) lavor
d) sóbria
e) efetivamente
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
9 |
10 |
C |
D |
A |
B |
B |
A |
B |
B |
C |
A |
11 |
12 |
13 |
14 |
15 |
16 |
17 |
18 |
19 |
20 |
B |
C |
E |
D |
E |
D |
E |
A |
E |
E |
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