19 junho 2023

AVALIAÇÃO BIMESTRAL 2 - 2ª SÉRIE 2023

QUESTÃO 01

Leia o seguinte texto de Machado de Assis.

Suave mari magno*

 

Lembra-me que, em certo dia,

Na rua, ao sol de verão,

Envenenado morria

Um pobre cão.

 

Arfava, espumava e ria,

De um riso espúrio e bufão,

Ventre e pernas sacudia

Na convulsão.

 

Nenhum, nenhum curioso

Passava, sem se deter,

Silencioso,

 

Junto ao cão que ia morrer,

Como se lhe desse gozo

Ver padecer.

Machado de Assis. Ocidentais.

 

*Suave mari magno: Expressão latina, retirada de Lucrécio (Da natureza das coisas), a qual aparece no seguinte trecho: Suave, mari magno, turbantibus aequora ventis/ E terra magnum alterius spectare laborem. (“É agradável, enquanto no mar revoltoso os ventos levantam as águas, observar da terra os grandes esforços de um outro.”)

 

A visão do eu lírico no texto

a) volta-se nostálgica para as imagens de uma lembrança.

b) centra-se com desprezo na figura do animal agonizante.

c) apreende displicentemente o movimento dos transeuntes.

d) ganha distância da cena para captar todos os seus aspectos.

e) apresenta o espectador da crueldade como um ser incomum.

 

QUESTÃO 02

Leia o texto de Machado de Assis.

Sofia soltou um grito de horror e acordou. Tinha ao pé do leito o marido:

– Que foi? perguntou ele.

– Ah! respirou Sofia. Gritei, não gritei? [...]

– Sonhei que estavam matando você.

Palha ficou enternecido. Havê-la feito padecer por ele, ainda que em sonhos, encheu-o de piedade, mas de uma piedade gostosa, um sentimento particular, íntimo, profundo, – que o faria desejar outros pesadelos, para que o assassinassem aos olhos dela, e para que ela gritasse angustiada, convulsa, cheia de dor e de pavor.

Machado de Assis. Quincas Borba, cap. CLXI.

 

No texto, ao analisar a interioridade de Palha, o narrador descobre, no pensamento oculto do negociante,

a) a ternura que lhe inspira a mulher, capaz de toda abnegação.

b) a piedade que lhe causa a mulher, a quem só guarda desprezo.

c) a vaidade que beira o sadismo, ao ver a mulher sofrer por ele.

d) o gozo vingativo, visto que a mulher o trai com Carlos Maria.

e) o remorso do infiel, pois ele trai a mulher com Maria Benedita.

 

QUESTÃO 03

A um poeta

Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino, escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

 

Mas que na forma se disfarce o emprego

Do esforço; e a trama viva se construa

De tal modo, que a imagem fique nua,

Rica mas sóbria, como um templo grego.

 

Não se mostre na fábrica o suplício

Do mestre. E, natural, o efeito agrade,

Sem lembrar os andaimes do edifício:

 

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,

Arte pura, inimiga do artifício,

É a força e a graça na simplicidade.

Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000288.pdf.

 

No poema de Olavo Bilac, estão presentes dois elementos típicos de obras parnasianas, caracterizados pelo(a)

a) sentimentalismo e simplicidade.

b) idealização da figura feminina e valorização do passado.

c) valorização da cultura clássica e dos preceitos científicos.

d) exuberância das formas e amor platônico.

e) rigor formal e busca da objetividade.

 

QUESTÃO 04

Quase metade dos brasileiros se automedica pelo menos uma vez por mês e 25% o faz todo dia ou [...] uma vez por semana. Esses dados fazem parte de uma pesquisa feita pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). De acordo com o estudo, a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros1.

As mulheres são as que mais usam medicamentos por conta própria, pelo menos uma vez ao mês – 53%. Familiares, amigos e vizinhos são os principais influenciadores na escolha dos medicamentos usados sem prescrição (25%).2

A automedicação é quando há o uso de remédios sem a avaliação de um profissional de saúde. Quando usado de forma errada, o medicamento pode ter um efeito desastroso. Por isso3, é sempre importante consultar um profissional antes de fazer uso de qualquer remédio.

O farmacêutico Tarcísio Palhano alerta para os perigos da automedicação4: “Qualquer dorzinha, qualquer sintoma, qualquer sinal, a pessoa já5 se automedica. Isso pode, inclusive, dificultar o diagnóstico de uma doença mais grave”, diz ele.

Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/05/13/automedicacao-e-um-habito-comum-a-77percent-dos-brasileiros.ghtml.

 

No que diz respeito às questões linguísticas do texto, é correto afirmar que:

a) A expressão “Por isso” (ref. 3) retoma o período anterior e introduz uma conclusão das informações nele expostas.

b) No trecho “a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros” (ref. 1), os termos sublinhados são sintaticamente classificados como predicado nominal.

c) No período “Familiares, amigos e vizinhos são os principais influenciadores na escolha dos medicamentos usados sem prescrição (25%)” (ref. 2), os termos sublinhados são respectivamente: complemento nominal e predicativo do objeto.

d) O trecho “O farmacêutico Tarcísio Palhano alerta para os perigos da automedicação” (ref. 4) está na voz ativa e sua correta transposição para a voz passiva é “Os perigos da automedicação foram alertados pelo farmacêutico Tarcísio Palhano”.

e) O uso da palavra “já”, no trecho “a pessoa já se automedica” (ref. 5) expressa o mesmo sentido em “Julia faz Medicina, já Camila preferiu Direito”.

 

QUESTÃO 05

E a indústria de alimentos na pandemia?

O editorial da edição de 10 de junho do British Medical Journal, assinado por professores da Queen Mary University of London, na Inglaterra, propõe uma reflexão tão interessante que vale provocá-la entre nós, aqui também: a pandemia de Covid-19 deveria tornar ainda mais urgente o combate à outra pandemia, a de obesidade.

O excesso de peso, por si só, já é um fator de risco importante para o agravamento da infecção pelo Sars-CoV 2, como lembram os autores. A probabilidade de uma pessoa com obesidade severa morrer de Covid-19 chega a ser 27% maior do que a de indivíduos com obesidade grau 1, isto é, com um índice de massa corporal entre 30 e 34,9 quilos por metro quadrado, de acordo com a plataforma de registros OpenSAFELY.

O editorial cita uma série de outros dados e possíveis razões para a associação entre a má evolução de certos casos de Covid-19 e a obesidade. No entanto, o que mais destaca é o ambiente obesogênico que o novo coronavírus encontrou no planeta.

Nos Estados Unidos e no Reino Unido, para citar dois exemplos, entre 65% e 70% da população apresentam um peso maior do que o recomendado para o bem da saúde. E, assim, os autores apontam o dedo para a indústria de alimentos que, em sua opinião, em todo o globo não parou de promover produtos ultraprocessados, com muito açúcar, uma quantidade excessiva de sódio e gorduras além da conta.

A crítica do editorial é mesmo cortante: “Fica claro que a indústria de alimentos divide a culpa não apenas pela pandemia de obesidade como pelos casos mais graves de Covid-19 e suas consequências devastadoras”, está escrito.

E os autores cobram medidas, lembrando que o confinamento exigido pela Covid-19 aparentemente piorou o estado nutricional das pessoas, em parte pela falta de acesso a alimentos frescos, em outra parte porque o pânico fez muita gente estocar itens ultraprocessados em casa, já que esses costumam ter maior vida de prateleira, inclusive na despensa.

Mas o que deixou os autores realmente desconfortáveis foram as ações de marketing de algumas marcas nesses tempos desafiadores. Todas, claro, querendo demonstrar o seu envolvimento com iniciativas de responsabilidade social, mas dando tiros que, para olhos mais atentos, decididamente saíram pela culatra. Por exemplo, quando uma indústria bem popular na Inglaterra distribuiu nada menos do que meio milhão de calóricos donuts para profissionais na linha de frente do National Health Service britânico.

A impressão é de que as indústrias de alimentos verdadeiramente preocupadas com a população, cada vez mais acometida pela obesidade, deveriam aproveitar a crise atual para botar a mão na consciência, parar de promover itens pouco saudáveis e reformular boa parte do seu portfólio. As mortes por Covid-19 dão a pista de que essa é a maior causa que elas poderiam abraçar no momento.

https://abeso.org.br/e-a-industria-de-alimentosna-pandemia. Publicado em 30 de junho de 2020.

 

Glossário:

O termo “ambiente obesogênico” foi criado pelo professor de Bioengenharia da Universidade da Califórnia, nos EUA, Bruce Blumberg. Segundo ele, são os obesogênicos os responsáveis por contribuir no ganho de peso sem que o indivíduo tenha consciência de que está engordando.

 

No trecho “A crítica do editorial é mesmo cortante.”, o termo destacado é

a) sujeito simples.

b) objeto direto.

c) predicativo do sujeito.

d) predicativo do objeto.

e) complemento nominal.

 

QUESTÃO 06

Em 2020, o rapper Emicida lançou o documentário “Amarelo: é tudo para ontem”. Para alguns críticos, o documentário mostra a necessidade de reatualização da Semana de Arte Moderna, reconhecendo-se a presença dos negros na construção da brasilidade.

Leia o trecho da canção “lsmália”, presente no documentário, e o poema “lsmália”, de Alphonsus de Guimaraes.

 

Com a fé de quem olha do banco a cena

Do gol que nós mais precisava na trave

A felicidade do branco é plena

A pé, trilha em brasa e barranco, que pena

Se até pra sonhar tem entrave

A felicidade do branco é plena

A felicidade do preto é quase

Olhei no espelho, Ícaro me encarou:

“Cuidado, não voa tão perto do sol

Eles num guenta te ver livre, imagina te ver rei”

O abutre quer te ver de algema pra dizer:

“Ó, num falei?!”

No fim das conta é tudo lsmália, lsmália

lsmália, lsmália

lsmália, lsmália

Quis tocar o céu, mas terminou no chão

lsmália, lsmália

lsmália, lsmália

lsmália, lsmália

Quis tocar o céu, mas terminou no chão

Disponível em: www.letras.mus.br/emicida/ismalia-partlarissa-luz-e-fernanda-montenegro/.

 

Quando lsmália enlouqueceu,

Pôs-se na torre a sonhar ...

Viu uma lua no céu,

Viu outra lua no mar.

 

No sonho em que se perdeu,

Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu,

Queria descer ao mar...

 

E, no desvario seu,

Na torre pôs-se a cantar ...

Estava perto do céu,

Estava longe do mar...

 

E como um anjo pendeu

As asas para voar...

Queria a lua do céu,

Queria a lua do mar...

 

As asas que Deus lhe deu

Rufiaram de par em par...

Sua alma subiu ao céu,

Seu corpo desceu ao mar...

Disponível em: www.tudoepoema.eom.br/alphonsusde-guimaraens-ísmalia/.

 

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre a canção e o poema.

( ) No poema, a loucura e o sonho são dois pontos em contraste, assim como o céu e o mar.

( ) Na canção, o eu lírico compreende a dificuldade de sonhar dos pretos, sendo a lsmália do poema uma triste realidade para os pretos.

( ) Nos dois textos, a morte é representada pelo ato de cair: na canção, no chão; no poema, no mar.

( ) Há um movimento de intertextualidade entre os dois textos, mas também há um distanciamento: a lsmália da canção sofre com o preconceito; a lsmália do poema, com a dualidade do corpo e da alma.

 

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) F – V – F – V.

b) F – V – V – V.

c) V – F – F – V.

d) F – F – V – F.

e) F – V – F – F.

 

QUESTÃO 07

A respeito da frase “Mais da metade dos torcedores não teve acesso a ingressos.”, só é correto afirmar que há

a) sujeito simples e complemento nominal.

b) verbo intransitivo e predicado verbal.

c) verbo intransitivo e objetos direto e indireto.

d) sujeito composto e objeto indireto.

e) sujeito simples e predicado nominal.

 

QUESTÃO 08

Assinale a alternativa em que o termo em destaque é sujeito paciente:

a) Acredita-se em ideias erradas.

b) Reconheceram a importância do estudo.

c) Pessoas são encontradas em situação análoga à escravidão.

d) Os investigadores perceberam a falta de objetos na casa.

e) Aflitas, entravam e saíam dos ninhos as aves ameaçadas.

 

QUESTÃO 09

                O voo AR1915 da Aerolíneas Argentinas primeiro fez um voo rasante pelo centro da cidade de Buenos Aires e sobrevoou o Obelisco. Em seguida, dirigiu-se ao Aeroporto Internacional de Ezeiza.

                O avião pousou na pista às 2h24. À medida que avançava, dois caminhões de bombeiros formaram um arco de água para o avião passar por baixo. Um ritual reservado para momentos especiais que mais pareceram, desta vez, cenas de cinema.

Disponível em: https://metsul.com/buenos-aires-recebehoje-os-campeoes-do-mundo-sob-sol-e-calor/.

 

No fragmento da notícia, os termos em destaque são responsáveis

a) por garantir o encadeamento coeso de ações.

b) por introduzir os lugares em que as ações ocorreram.

c) por especificar os agentes das ações.

d) por construir uma imagem de grandiosidade.

e) por estabelecer uma relação de subordinação entre ações.

 

QUESTÃO 10

Leia os versos a seguir, de Cruz e Souza:

Mais claro e fino do que as finas pratas

O som da tua voz deliciava…

Na dolência velada das sonatas

Como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas

Em lânguida espiral que iluminava,

Brancas sonoridades de cascatas…

Tanta harmonia melancolizava.

SOUZA, Cruz e. “Cristais”. In: Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 86.

 

Os versos em destaque apresentam elementos típicos dos textos simbolistas, tais como

a) busca da perfeição formal, valorização de aspectos objetivos e emprego da sinestesia.

b) emprego de linguagem referencial, valorização de aspectos objetivos e emprego da perfeição formal.

c) emprego de imagens sinestésicas, exploração da aliteração, valorização do subjetivo e do sugestivo.

d) busca da perfeição formal, valorização de recursos sinestésicos, preocupação com a objetividade.

e) emprego do recurso da aliteração, valorização dos elementos objetivos e desvalorização do subjetivo e do sugestivo.

 

QUESTÃO 11

Leia o poema Vaso chinês, de Alberto de Oliveira, para responder à questão.

 

Vaso chinês

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o.

Casualmente, uma vez, de um perfumado

Contador sobre o mármor luzidio, [armário, penteadeira] [mármore]

Entre um leque e o começo de um bordado.

 

Fino artista chinês, enamorado,

Nele pusera o coração doentio

Em rubras flores de um sutil lavrado,

Na tinta ardente, de um calor sombrio.

 

Mas, talvez por contraste à desventura,

 

Quem o sabe?... de um velho mandarim

Também lá estava a singular figura;

Que arte em pintá-la! a gente acaso vendo-a,

Sentia um não sei quê com aquele chim [chinês]

De olhos cortados à feição de amêndoa.

www.academia.org.br.

 

São características do poema que o identificam com o Parnasianismo:

a) O misticismo e o elogio idealizado às sociedades orientais.

b) O predomínio do tom descritivo e o desinteresse por questões políticas.

c) A narrativa de grandes feitos do passado e a expressão intensa dos sentimentos.

d) O culto à forma poética perfeita e a defesa de uma arte comprometida com as questões sociais.

e) A transgressão formal e a tematização do sofrimento do artista

 

Leia o trecho do romance “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, para responder às questões 12 e 13.

A propósito das botas

Meu pai, que não me esperava, abraçou-me cheio de ternura e agradecimento.

“— Agora é deveras? disse ele. Posso enfim...?”

Deixei-o nessa reticência, e fui descalçar as botas, que estavam apertadas. Uma vez aliviado, respirei à larga, e deitei-me a fio comprido, enquanto os pés, e todo eu atrás deles, entrávamos numa relativa bem-aventurança. Então considerei que as botas apertadas são uma das maiores venturas da Terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro. [...] Quatro ou cinco dias depois, saboreava esse rápido, inefável e incoercível momento de gozo, que sucede a uma dor

pungente, a uma preocupação, a um incômodo...

Daqui inferi eu que a vida é o mais engenhoso dos fenômenos, porque só aguça a fome, com o fim de deparar a ocasião de comer, e não inventou os calos, senão porque eles aperfeiçoam a felicidade terrestre. Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas. Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca; foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como os enterros pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste também para esta outra margem...

Memórias póstumas de Brás Cubas, 2008.

 

Glossário:

Epicuro: Filósofo grego (341 a.C. – 271 a.C.).

 

QUESTÃO 12

O trecho exemplifica um procedimento típico de Machado de Assis:

a) o cientificismo, em que o narrador defende uma tese com argumentos de caráter científico.

b) o mistério, em que o narrador faz afirmações pouco claras, produzindo uma reflexão de sentido obscuro.

c) o sarcasmo, em que o narrador fere a sensibilidade de outros personagens com a sua zombaria.

d) a metalinguagem, em que o narrador faz considerações sobre a linguagem e a construção do livro.

e) a digressão, em que o narrador se afasta do fluxo da narrativa para fazer uma reflexão sobre temas diversos.

 

QUESTÃO 13

A partir da imagem das botas apertadas, o narrador constrói a ideia de que

a) o fim de uma situação incômoda pode gerar uma sensação de prazer que justifica o sofrimento.

b) o mundo seria melhor se houvesse pequenos prazeres cotidianos disponíveis a todas as pessoas.

c) algumas pessoas têm dificuldade de enxergar soluções simples para problemas cotidianos.

d) a vida possui uma espécie de senso de justiça que distribui os prazeres igualmente a todas as pessoas.

e) alguns homens se colocam em situações desagradáveis com a finalidade de se fortalecerem moralmente.

 

-Texto para as questões 14 e 15

A invasão

A divisão ciência/humanismo se reflete na maneira como as pessoas, hoje, encaram o computador. Resiste-se ao computador, e a toda a cultura cibernética, como uma forma de ser fiel ao livro e à palavra impressa. Mas o computador não eliminará o papel. Ao contrário do que se pensava há alguns anos, o computador não salvará as florestas. Aumentou o uso do papel em todo o mundo, e não apenas porque a cada novidade eletrônica lançada no mercado corresponde um manual de instrução, sem falar numa embalagem de papelão e num embrulho para presente. O computador estimula as pessoas a escreverem e imprimirem o que escrevem. Como hoje qualquer um pode ser seu próprio editor, paginador e ilustrador sem largar o mouse, a tentação de passar sua obra para o papel é quase irresistível.

Desconfio que o que salvará o livro será o supérfluo, o que não tem nada a ver com conteúdo ou conveniência. Até que lancem computadores com cheiro sintetizado, nada substituirá o cheiro de papel e tinta nas suas duas categorias inimitáveis, livro novo e livro velho. E nenhuma coleção de gravações ornamentará uma sala com o calor e a dignidade de uma estante de livros. A tudo que falta ao admirável mundo da informática, da cibernética, do virtual e do instantâneo acrescente-se isso: falta lombada. No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores.

O Estado de S. Paulo, 31.05.2015

 

 

QUESTÃO 14

Os termos “o uso do papel” e “um manual de instrução” (1º parágrafo) se identificam sintaticamente

por exercerem nas respectivas orações a função de

a) objeto direto.

b) predicativo do sujeito.

c) objeto indireto.

d) complemento nominal.

e) sujeito.

 

QUESTÃO 15

Com a frase “No fim, o livro deverá sua sobrevida à decoração de interiores” (2º parágrafo), o cronista sugere que

a) o interesse pela leitura, a longo prazo, tenderá a desaparecer.

b) o livro se transformará numa antiguidade para colecionar.

c) os objetos de decoração serão, aos poucos, substituídos por livros.

d) a decoração de interiores garantirá a sobrevivência do livro.

e) a decoração de interiores continuará existindo em função dos livros.

 

Leia o poema escrito por Cruz e Souza para responder às questões 16 e 17.

 

VISÃO DA MORTE

Olhos voltados para mim e abertos

Os braços brancos, os nervosos braços,

Vens d’espaços estranhos, dos espaços

Infinitos, intérminos, desertos...

Do teu perfil os tímidos, incertos

Traços indefinidos, vagos traços

Deixam, da luz nos ouros e nos aços,

Outra luz de que os céus ficam cobertos.

Deixam nos céus uma outra luz mortuária,

Uma outra luz de lívidos martírios,

De agonies, de mágoa funerária...

E causas febre e horror, frio, delírios,

Ó Noiva do Sepulcro, solitária,

Branca e sinistra no clarão dos círios!

CRUZ E SOUZA. Broquéis. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000073.pdf.

 

QUESTÃO 16

É uma característica do poema típica do Simbolismo

a) a discussão de ideias pautadas no cientificismo darwinista.

b) a exaltação de uma retórica nacionalista.

c) a recorrência de um sentimentalismo de essência platonista.

d) a construção de imagens com base em sensações.

e) a atitude vanguardista na irregularidade da métrica.

 

QUESTÃO 17

O trecho sublinhado exerce função sintática de

a) predicativo do objeto.

b) adjunto adverbial.

c) aposto.

d) predicado.

e) vocativo.

 

Texto para as questões 18 e 19.

Anvisa proíbe o uso de lotes de ingrediente suspeito de ter causado intoxicação em animais

Ingrediente que causou intoxicação e morte de animais pode ter sido distribuído para indústrias de alimentos para uso humano.

Anvisa publicou, nesta segunda-feira (12/9), a Resolução (RE) 3.008, de 9 de setembro de 2022, que proíbe a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol, da marca Tecno Clean Industrial Ltda (CNPJ 03.723.481.0001-51). A medida também determinou o recolhimento dos lotes AD5035C22 e AD4055C21 da substância.

Os lotes foram analisados preliminarmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que detectou a contaminação por etilenoglicol, substância extremamente tóxica, quando ingerida. Durante a apuração de óbitos de diversos cães, conduzida pelo Mapa, as ocorrências foram associadas ao consumo de petisco para cães fabricado com propilenoglicol, com evidências de contaminação por etilenoglicol. Ao identificar, durante a investigação dos fatos, a possibilidade de distribuição do ingrediente contaminado para fábricas de alimentos de uso humano, o Mapa compartilhou as informações para que a Anvisa pudesse adotar ações relacionadas aos produtos sujeitos a vigilância sanitária.

Considerando que o propilenoglicol é um aditivo alimentar permitido para alimentos de consumo humano, a Anvisa decidiu publicar uma medida preventiva, proibindo a utilização e determinando o recolhimento dos dois lotes do produto contaminado com etilenoglicol, para evitar que os produtos sejam utilizados na fabricação de alimentos.

Agência Brasil. Disponível em: www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/anvisa-proibe-uso-emalimentos-de-lotes-de-ingrediente-suspeito-de-ter-causadointoxicacao-em-animais.

 

QUESTÃO 18

Uma característica típica do gênero notícia que o texto apresenta é

a) o papel avaliativo do conteúdo abordado.

b) o tom confessional subjetivo.

c) a linguagem direta e objetiva.

d) a recorrência de estruturas sintáticas raras.

e) o desvio à norma padrão.

 

QUESTÃO 19

Ocorre agente da passiva em:

a) “Anvisa publicou, nesta segunda-feira (12/9)”.

b) “foram analisados preliminarmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)”.

c) “as ocorrências foram associadas ao consumo de petisco para cães”.

d) “o Mapa compartilhou as informações”.

e) “o propilenoglicol é um aditivo alimentar”.

 

QUESTÃO 20

TEXTO I

Calor e dia de céu azul lotam praias na zona sul

Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-01/sensacao-termica-alcanca-50-graus-norio-pelo-terceiro-dia-seguido.

TEXTO II

Banhistas lotam praia do Porto da Barra no último dia do ano

IBAHIA. Disponível em: www.ibahia.com/salvador/banhistaslotam-praia-do-porto-da-barra-no-ultimo-dia-do-ano.

 

O verbo “lotar” foi empregado em I e II em construções que apresentam as seguintes características sintático-semânticas:

a) “Lotar” é empregado como transitivo direto em ambos os casos. Em I, o sujeito se refere a agentes que levaram à lotação de pessoas; em II, o sujeito se refere às pessoas.

b) “Lotar” é empregado como transitivo indireto em ambos os casos. Tanto em I quanto em II, o sujeito se refere a agentes que levaram à lotação de pessoas.

c) “Lotar” é empregado como intransitivo em ambos os casos. Em I, o sujeito se refere a agentes que levaram à lotação de pessoas; em II, o sujeito se refere às pessoas.

d) “Lotar” é empregado como transitivo direto em ambos os casos. Em I, o sujeito se refere às pessoas; em II, o sujeito se refere a agentes que levaram à lotação de pessoas.

e) “Lotar” é empregado como transitivo direto em I e intransitivo em II. Tanto em I quanto em II, o sujeito se refere aos locais em que houve a lotação de pessoas.




 

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