QUESTÃO 01
Trabalhar é criar vida!
O ser
humano trabalha quando cria a vida ou melhora as condições de vida. O trabalho
transforma a natureza para obter sustento e bem-estar, criando entre as pessoas
as relações sociais que marcam o cotidiano. No entanto, às vezes o trabalho é
algo penoso, forçado, um esforço obrigatório, pouco reconfortante. Isso pode
ser percebido na origem da palavra trabalho, que vem do latim tripallium,
o nome de um instrumento com o qual se castigavam os escravos no tempo do
Império Romano [...]
Trabalhador também se chama operário, que vem de
opera em latim, isto é, obra. Nada mais emocionante do que parar para ver um
trabalhador em atividade: o calceteiro que examina a pedra para descobrir seu
“rosto”, antes de assentá-la; o carregador que retesa os músculos e faz uma
verdadeira ginástica para colocar o fardo na cabeça; o pedreiro que nivela o
reboco com capricho; o ferreiro que sabe dosar a martelada para dar à peça a
forma desejada; a cozinheira que coloca o tempero na medida certa e mexe e
remexe a comida na panela; a agilidade da rendeira; a habilidade da bordadeira;
a delicadeza da ceramista... São gestos belos, dignos e criativos. É a
dignidade do trabalho que transforma e dá mais valia às coisas da natureza,
enobrecendo e dignificando a própria pessoa que trabalha. Isso se refere a todo
tipo de trabalho, tanto manual como artístico, científico, técnico etc.
Disponível em: http://venus.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/kidcafe-esc/voz/index.html.
Acesso em: 10 fev. 2022.
Releia
o último período do 1º parágrafo:
“[...] Isso pode ser percebido na origem da
palavra trabalho, que vem do latim tripallium, o nome de um instrumento
com o qual se castigavam os
escravos no tempo do Império Romano [...]”
A
expressão sublinhada exerce, sintaticamente, a função de:
a) adjunto adverbial
b) agente da passiva
c) objeto direto
d) objeto indireto
e) sujeito
QUESTÃO 02
Fenômeno causa “chuva
de peixes” em cidade dos EUA
A cidade de Texarkana, no estado norte-americano do
Texas, nos Estados Unidos, encerrou o ano de 2021 com um fenômeno nada
convencional: uma chuva de peixes.
“2021 está entregando todos os seus truques,
incluindo chover peixes em Texarkana hoje. E não, isso não é uma piada”, diz
uma mensagem compartilhada na página oficial das autoridades locais no
Facebook.
De acordo com a prefeitura da cidade, o caso -
ocorrido no dia 29 de dezembro - possivelmente foi ocasionado por trombas
d'água ou correntes de ar que correram na superfície da Terra.
Por conta do fenômeno, os pequenos animais marinhos
foram sugados para as nuvens, desaguando na cidade.
“Embora seja incomum, isso acontece, como
evidenciado em vários lugares e, hoje, em Texarkana”, diz outro trecho da
publicação.
UOL, 2 jan. 2022.
Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/01/02/fenomeno-causa-chuva-de-peixes-em-cidade-dos-eua.htm.
Acesso em: 15 fev. 2022.
Releia
o trecho:
“Embora seja incomum, isso
acontece, como evidenciado em vários lugares e, hoje, em Texarkana”, diz outro
trecho da publicação."
A
conjunção destacada introduz um tipo de oração adverbial que pode ser
classificada como subordinada adverbial
a) causal.
b) concessiva.
c) temporal.
d) consecutiva.
e) final.
QUESTÃO 03
O bicho
alfabeto
O bicho alfabeto
tem vinte e três patas
ou quase
por onde ele passa
nascem palavras
e frases
com frases
se fazem asas
palavras
o vento leve
o bicho alfabeto
passa
fica o que não se escreve
LEMINSKI, Paulo. "O
bicho alfabeto". Disponível em:
www.escritas.org/pt/t/11224/o-bicho-alfabeto. Acesso em: 15 fev. 2022.
Com
base na leitura do poema anterior, é possível entender, de acordo com o eu
poético, que
a) o alfabeto é importante para a construção do
processo de comunicação a partir das palavras.
b) o alfabeto é o grande vilão no processo de
produção dos termos presentes no dicionário.
c) o alfabeto, quando passa, não deixa nada
escrito, pois não se pode produzir escrita em movimento.
d) somente no ato de aprisionar o alfabeto é que
se pode entender o significado das palavras.
e) a libertação do alfabeto está diretamente
ligada à falta de sentido dos vocábulos, uma vez que permanecem soltos.
QUESTÃO 04
Surdez
moral
Precisamos deixar de ser surdos aos gritos do povo
nas esquinas ou no campo. Compreender o que dizem as crianças pedindo esmolas
na esquina, driblando carros, no horário em que deveriam estar na escola.
Dentro de nossos carros, passamos por essas crianças tão insensíveis quanto uma
pessoa surda ao lado de alguém aos gritos. Não ouvimos e não entendemos a fome,
a insegurança e o medo frente às ameaças da rua, da noite, do dia seguinte, do
futuro imprevisível. Não escutamos o grito que mostra o triste futuro de uma
nação impassível frente às necessidades de suas crianças.
Não tomamos conhecimento dos berros de quase dois
milhões de crianças brasileiras em idade escolar que nem sequer entraram na
escola; ou de milhões de outras crianças que serão matriculadas mais para fugir
da fome comendo merenda do que para sair da ignorância aprendendo letras. Não
percebemos que o futuro do País está gritando, nossa surdez matando o destino
de todo o país.
Somos todos portadores de uma triste e profunda
deficiência auditiva diante das necessidades dos pobres.
Passamos por corpos dormindo nas calçadas sem ouvir
a injustiça que eles gritam. Somos incapazes de perceber a fome daqueles corpos
na imobilidade das noites de frio, o desespero da falta de uma casa, a falta de
perspectiva. Não vemos o desperdício de futuro por falta de investimento nas
pessoas. Não reagimos ante os gritos assustadores das pessoas que chegam aos
hospitais sem leitos para parentes doentes. Somos surdos para mães e pais
barrados nas portas dos hospitais, com os filhos nos braços, sabendo que atrás
da porta há condições de salvar-lhe a vida.
De dentro dos carros fechados, com o ar
condicionado ligado, não ouvimos o que dizem os olhos e os corpos de homens e
mulheres que esperam o ônibus com horário imprevisível, enquanto seus filhos
esperam trancados em casa. Não ouvimos o que dizem os olhos analfabetos
querendo adivinhar o trajeto do ônibus, ou o endereço dos anúncios de emprego,
ou o nome do remédio que lhe prescreveram. Não ouvimos o estômago dos que não
têm o que comer. Porque somos surdos para os problemas da pobreza.
Disponível em:
www.laondadigital.uy/LaOnda2/201-300/251/Recuadro3.htm. Acesso em: 3 jan. 2022.
Releia
o trecho:
[...] Não tomamos conhecimento dos berros de
quase dois milhões de crianças brasileiras em idade escolar que nem sequer
entraram na escola; ou de milhões de outras crianças que serão matriculadas
mais para fugir da fome
comendo merenda do que para sair da ignorância aprendendo letras.[...]
As
orações adverbiais ampliam o sentido de uma frase, uma vez que atuam no nível
circunstancial. No texto, a atuação da oração em destaque indica
a) a finalidade
da ação de matricular as crianças.
b) a maneira como
ocorre a matrícula das crianças.
c) o tempo em que
as crianças ficam matriculadas.
d) uma exceção,
ou seja, nem todas serão matriculadas.
e) a maneira como
as crianças são tratadas nas escolas.
QUESTÃO 05
O
título “Surdez moral” relaciona-se diretamente ao tema discutido ao longo do
texto, pois
a) a moral está ligada à postura proativa do
homem em relação às pessoas que fazem parte de seu dia a dia.
b) há forte crítica à política nacional, já que
esta não viabiliza subsídios para alterar a situação da população mais pobre.
c) a surdez moral é aquela provocada nas
populações de baixa renda, posto que elas preferem submeter-se a condições
degradantes de vida.
d) há uma crítica direta ao comportamento
individualista das pessoas que não se preocupam com as condições de vida de
seus semelhantes.
e) a surdez moral é denotativa, ou seja, há, de
fato, uma surdez nas pessoas, fazendo com que estas não ouçam as necessidades
dos pobres.
QUESTÃO 06
Releia
o trecho:
Não
percebemos que o futuro do
País está gritando, nossa surdez matando o destino de todo o País.
Não
escutamos o grito que mostra
o triste futuro de uma nação impassível frente às necessidades de suas
crianças.
O
termo “que” pode ser utilizado de várias maneiras distintas na língua
portuguesa. As duas ocorrências do vocábulo “que” nas passagens são,
respectivamente,
a) conjunção
integrante e pronome relativo.
b) pronome
relativo e conjunção integrante.
c) conjunção
explicativa e pronome relativo.
d) pronome
relativo e conjunção explicativa.
e) conjunção
integrante e conjunção integrante.
QUESTÃO 07
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca
junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome;
outras remexe o uru de palha matizada, onde traz à selvagem seus perfumes, os
alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de
que matiza o algodão.
ALENCAR, José de.
Iracema. São Paulo: Ática, 1995. p. 16-18.
Nesse
fragmento, é possível afirmar que o referente do termo “onde” é:
a) ará
b) uru
c) ramos
d) virgem
e) árvore
QUESTÃO 08
Assinale
a alternativa em que o período apresenta uma oração que recebe a mesma
classificação daquela introduzida pelo termo “onde” no fragmento anterior.
a) A mãe cujo amigo falei recebeu outra
proposta.
b) Meu irmão que chegou à Europa é jogador de
futebol.
c) O evento diurno o qual foi adiado já não mais
acontecerá.
d) O professor por quem tive admiração saiu do
colégio este ano.
e) O Rio de Janeiro, que é uma cidade
maravilhosa, sofreu com as chuvas.
QUESTÃO 09
Soneto de
Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
MORAES, Vinícius. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora
do autor,1960. p. 96.
Na
última estrofe do poema, o eu poético estabelece uma comparação implícita para
se referir ao amor, dizendo-o ser uma chama. A partir disso, pode-se afirmar
que o amor tem um começo e um fim. Essa reflexão sugere um desejo do sujeito
lírico de
a) recusar os amores falaciosos para viver um
sentimento real.
b) criticar as relações amorosas, uma vez que
elas sempre terminam.
c) aproveitar ao máximo do amor, enquanto ele
existir.
d) minimizar os sofrimentos promovidos pelo fim
do amor.
e) construir laços sólidos que rompem barreiras
temporais.
QUESTÃO 10
Releia
os três últimos versos do poema:
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
No
segundo verso, foi destacada uma locução conjuntiva que introduz a intenção da
oração em relação à sua principal. O valor semântico de tal elemento coesivo é:
a) Causal
b) Concessivo
c) Consecutivo
d) Proporcional
e) Condicional
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A B A A D A B E C A
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