Questão 1
Leia
o texto.
Eram exatamente cinco horas da manhã quando
Samuel começou a acordar, atormentado, confuso. Ouvia vozes de mulheres,
várias, falando ao mesmo tempo. Falando, falando, falando. Parecia reza, briga,
conversa, tudo ao mesmo tempo. Talvez fosse pesadelo, pareciam as mulheres do
Horto. Sentou-se, assustado, acordado, mas as vozes não paravam. Mais alto, mais
forte e, sim, era reza. Parecia a voz das carpideiras amigas de Mariinha,
tirando o terço quando morria gente. Samuel saiu correndo daquela gruta maldita
sem lembrar que a perna estava ferida com a mordida do cão, que estava fraco,
faminto, cansado, e caiu no chão poucos metros depois. Não tinha mulher nenhuma
rezando ali, não havia ninguém por perto, nem os cachorros da noite. Do lado de
fora, só mato, chuva fina e silêncio, não se ouvia nenhuma voz, nem o sol fazia
nenhum barulho para acordar.
Quando se virou para observar o lugar onde estava,
com a ajuda da pouca luz do sol encoberto, Samuel percebeu que a gruta onde
passou a noite era, na verdade, uma cabeça gigante, oca e assustadora.
ACIOLI, Socorro. A cabeça do santo. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
No
fragmento de romance, as rezas escutadas por Samuel dentro de uma cabeça
gigante de santo evidenciam que a narrativa
A)
rejeita a percepção de mundo de seu protagonista.
B) incorpora elementos não realistas a
seu universo ficcional.
C)
separa com precisão a realidade descrita e os sonhos da personagem.
D)
tem como narrador a própria personagem em estado de delírio.
E)
mescla temporalidades para construir uma história desafiadora.
Questão
2
Leia
o texto.
Guedes, um policial adepto do Princípio da
Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um
mistério, a mais simples é a verdadeira –, jamais supôs que um dia iria
encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um
policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina
Delamare, a Cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare
[...].
O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das
poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira
imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina,
uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do
encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor
as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável
do corpo no assento do carro.
Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda
na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.
FONSECA, Rubem. Bufo e Spallanzani. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
No
fragmento de romance, subentende-se que Guedes encontrou a mulher
A)
ferida buscando socorro.
B) morta em seu próprio carro.
C)
adormecida em pleno trânsito.
D)
tranquila ao ser reconhecida na rua.
E)
assombrada ao conhecer um policial.
Questão
3
Leia
o texto:
A aula prática sobre condutividade elétrica é uma
sugestão que tem como objetivo testar diferentes substâncias para definir, a
partir da observação, quais são os bons e os maus condutores de eletricidade.
Veja abaixo como realizar o experimento:
Os materiais utilizados
são:
•
uma lâmpada conectada a uma fonte de energia;
•
um recipiente com água pura;
•
um recipiente com água e sal de cozinha;
•
um recipiente com vinagre e água;
•
um recipiente com sal de cozinha.
O aparato experimental
deve ser montado da seguinte forma:
•
A lâmpada deve ser conectada a uma fonte de tensão;
•
O fio condutor que está ligado à lâmpada deve ter duas extremidades livres, que
serão colocadas
em
contato com o material de teste;
•
Colocar os condutores em contato com os diversos materiais e observar se a
lâmpada fica apagada ou se ela acende.
O que se espera nesse experimento é que a lâmpada
acenda ao entrar em contato com a água e o sal, bem como com a solução aquosa
de vinagre. As demais substâncias não conduzirão eletricidade o suficiente para
que a lâmpada acenda.
Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/aula-pratica-sobre-condutividade-eletricadas-substancias.htm.
Acesso em: 26 jul. 2023.
A
aula prática de laboratório descrita no texto permite que o aluno conclua, por
meio do método
A)
indutivo, que o vinagre é um mau condutor elétrico.
B)
indutivo, que a água pura é uma boa condutora de eletricidade.
C) indutivo, que soluções salinas são
boas condutoras de eletricidade.
D)
dedutivo, que soluções salinas são más condutoras de eletricidade.
E)
dedutivo, que o sal de cozinha, diluído ou não em água, é um mau condutor
elétrico.
Questão
4
Leia
o texto.
Só, condenado a si mesmo, fora do mundo, o espião
espia. Eis um casarão cinzento, janelas quadradas, muro faiscante de caco de
vidro. Posto não o deseje, conhece os eventos principais do edifício, cujas
letras na fachada – porventura o nome de um santo – não consegue distinguir,
cada vez mais míope. Surpreendeu o pai chegando com a menina pela mão. Alto, bigode
grisalho, manta de lã ao pescoço, grandes botas [...].
Empertigado, o pai conversava com a freira de
óculo. Explicava – assim imaginou o espião na sua torre – que a mulher pintou
de vermelho a boca e se perdeu no mundo, abandonando-o com a filha.
Internava-a no casarão, dela não podia cuidar –
era viajante, negociava galinha e porco. Ajoelhou-se o homem, a menina
prendeu-lhe os bracinhos no pescoço, não queria deixá-lo sair. Sujeito duro,
ressentido pela traição, rompeu o abraço, a filha chorando no pátio.
TREVISAN, Dalton. Antologia pessoal. Rio de Janeiro: Record, 2023.
No
conto de Dalton Trevisan, a descrição do casarão sugere que o edifício
A)
contradiz valores religiosos.
B)
combina com a paisagem local.
C)
revela preocupações artísticas.
D) possui um aspecto ameaçador.
E)
esconde sua verdadeira função.
Questão
5
Leia
o texto.
Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu
era dos mais adiantados da
escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de
excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era
pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita,
por exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar
narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade, mas em
todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como
entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis atitudes
diferentes [...].
Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora,
e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico
Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero
humano.
ASSIS, Joaquim Maria Machado de. 50 contos. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.
Na
narrativa, os adjetivos em destaque revelam um protagonista marcado pela
A)
intuição de que seu destino o levaria a viver aventuras.
B)
indignação com a qualidade do ensino ofertado pela escola.
C)
insubmissão às normas vigentes em instituições educativas.
D)
ambição de conviver com jovens da sua idade mais inteligentes.
E) alternância entre satisfação com seu
desempenho e desejo de liberdade.
Questão
6
Leia
o texto.
Na porta do refeitório estavam os moleques da
oitava. André os viu logo assim que chegou
no pátio, sabia que pra sobreviver ali precisava se manter firme diante
de qualquer terror. “Não vai ter almoço pra ninguém”, eles disseram. André
ficou olhando pra cara de cada um deles, tentava fazer a expressão mais dura
possível, tentava parecer perigoso e imprevisível.
MARTINS, Geovani. O sol na cabeça. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
No
fragmento de conto, a expressão “chegou no pátio” se vale de uma regência
verbal própria do português coloquial. De acordo com a norma-padrão, a regência
seria:
A)
“chegou do pátio”.
B) “chegou ao pátio”.
C)
“chegou em pátio”.
D)
“chegou para o pátio”.
E)
“chegou ante o pátio”.
Questão
7
Leia
o texto.
Boas notícias na
segurança gaúcha
Tem havido no Rio Grande do Sul uma forte queda
dos indicadores de criminalidade. Os homicídios caíram de 28 por 100 mil
habitantes em 2017 para 13 em 2024, uma redução de 54%. Os bons números ocorrem
também em roubos de veículos, queda de 87%; a pedestres, de 78%; a residências,
71%; e ao comércio, queda de 83%. Sempre 2024 em comparação com 2017.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/samuelpessoa/2025/04/boas-noticias-na-seguranca-gaucha.shtml.
Acesso em: 6 abr. 2025.
Em
“gaúcha” e “veículos”, palavras em destaque no texto, o uso do acento agudo se
deve à
A)
terminação das palavras em “a” e “s”.
B) formação de hiato cujas vogais são
tônicas.
C)
tonicidade da última sílaba dessas palavras.
D)
pronúncia aberta das vogais nessas palavras.
E)
ao fato de ambas as palavras serem proparoxítonas.
Questão
8
Leia
o texto.
A mulher que descobriu,
por teste de DNA, ter sido trocada na maternidade
Uma mulher inteligente e divertida, com cabelos
brancos na altura dos ombros, Susan me conta sua história [...]. Depois de
fazer esse teste de DNA há quase uma década, a empresa de genealogia inseriu os
dados dela em sua vasta árvore genealógica, permitindo que outros usuários
fizessem contato com seus parentes genéticos – próximos ou distantes.
Seis anos depois, ela recebeu uma mensagem
inesperada. O estranho disse que os dados dele correspondiam aos dela de uma
forma que só podia significar uma coisa: ele devia ser seu irmão genético.
“Foi simplesmente pânico. Foram todas as emoções
que pude imaginar, meu cérebro estava em todos os lugares”, diz ela [...]. Até
recentemente, casos como esse eram inéditos no Reino Unido, embora tenha havido
alguns exemplos em outros países.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2025/04/a-mulher-que-descobriu-por-teste-de-dna-ter-sidotrocada-na-maternidade.shtml.
Acesso em: 6 abr. 2025.
No
último parágrafo, as formas verbais do indicativo, “foi” e “eram”, diferem pelo
tempo verbal e indicam, respectivamente,
A) ação concluída e ação em andamento
no passado.
B)
ações passadas, anteriores a outras, também no passado.
C)
ações passadas narradas como se ocorressem no momento da fala.
D)
ação que se refere ao momento da fala e ação tida como verdade universal.
E)
ação futura em relação ao presente e ação futura em relação a outra no passado.
Questão
9
Leia
o texto.
Ela era uma professora, pensei, nervoso. Não é
provável que vá me machucar.
Eu disse:
– Eu... eu vou me esforçar mais, senhora.
Um trovão sacudiu o edifício.
– Nós não somos bobos, Percy Jackson – disse a
sra. Dodds. – seria apenas uma questão de tempo até que o descobríssemos.
Confesse, e você sentirá menos dor.
Eu não sabia do que ela estava falando.
Tudo o que pude pensar foi que os professores haviam
descoberto o estoque ilegal de doces que eu estava vendendo no meu dormitório.
Ou talvez tivessem descoberto que eu pegara meu trabalho sobre Tom Sawyer na
internet sem ter nem lido o livro, e agora iam retirar minha nota. Ou pior, iam
me obrigar a ler o livro. [...]
RIORDAN, Rick. O ladrão de raios. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010. p. 20.
No
trecho “Ou talvez tivessem descoberto que eu pegara meu trabalho sobre Tom Sawyer na internet sem ter nem
lido o livro”, a forma verbal em destaque indica uma ação no
A) mais-que-perfeito do indicativo, por
denotar ação passada, anterior a outra que ocorreu também no passado.
B)
presente do subjuntivo, por exprimir fato hipotético em relação ao momento da
fala.
C)
pretérito imperfeito do indicativo, por indicar ação concluída no passado.
D)
futuro do pretérito do indicativo, por denotar ação que haverá de se realizar.
E)
presente do indicativo, por indicar um fato tido como inquestionável.
Questão
10
Leia
o texto.
Os bonobos ou chimpanzés-pigmeus, famosos por serem os primos “paz e amor” do Homo sapiens, também têm capacidades
comunicativas que lembram a linguagem humana, indica um novo estudo [...].
A pesquisa, que saiu na última quinta-feira no
periódico especializado Science, é
mais um exemplo de uma série de estudos dos últimos anos sobre as capacidades
linguísticas surpreendentes de outros animais – não só primatas como também
cetáceos (o grupo das baleias e golfinhos), elefantes e aves, entre outros.
Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2025/04/capacidades-comunicativas-de-bonoboslembram-a-linguagem-humana.shtml.
Acesso em: 6 abr. 2025.
No
início do primeiro parágrafo, o verbo de ligação “serem” vincula aos bonobos
uma característica
A)
incerta.
B)
passageira.
C)
indesejável.
D) permanente.
E)
identificada há pouco.
Questão
11
Leia
o texto.
O xadrez global da IA
Nos últimos meses, assistimos a uma expressiva
mobilização de países em torno da agenda estratégica da inteligência
artificial. Muitos governos e setores da sociedade já compreenderam que a IA
não é apenas uma ferramenta, mas sim uma tecnologia de propósito geral, com
impacto profundo e transversal na economia, na cultura e na sociedade – assim
como a máquina a vapor e a eletricidade foram em períodos anteriores [...].
Nesse cenário fervilhante, o Brasil mantém uma
atuação tímida para sua dimensão econômica e cultural. O lançamento do Plano
Brasileiro de Inteligência Artificial, em julho do ano passado, foi um passo
importante, mas não gerou grandes desdobramentos. No momento em que deveríamos
estar acelerando, como fazem nossos concorrentes globais, o país não imprimiu
ritmo ao seu projeto [...].
Diante das oportunidades que a IA apresenta, o
Brasil precisa, com urgência, olhar para esses indicadores e criar estratégias
de formação – da educação básica à universidade – para incluir nossos jovens e
reter talentos, conectando o capital intelectual ao setor produtivo, além de
garantir a infraestrutura necessária para a transformação digital.
SARON, Eduardo. Folha de S.Paulo, 2 abr. 2025. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/04/o-xadrez-global-da-ia.shtml. Acesso em: 3 abr. 2025.
Em
seu artigo sobre a inteligência artificial, Eduardo Saron defende que o Brasil
A)
possui vantagens competitivas na área.
B)
está parado quanto à produção desse recurso.
C) investe menos do que deveria nessa
ferramenta.
D)
pode liderar o desenvolvimento dessa tecnologia.
E)
tem infraestrutura suficiente para desenvolver a ferramenta.
Questão
12
Leia
o texto.
Estamos todos preocupados com o aumento dos
preços do café, da carne, do óleo de soja e dos ovos [...]. Esses produtos têm
uma característica: são produzidos por muitos agricultores, mas o comércio é
controlado por poucas empresas que definem os preços [...].
Medidas de curto prazo, como liberar importações
e diminuir impostos, não resolvem. A literatura econômica ensina que isenção de
impostos nunca fez baixar os preços. Apenas aumentou a taxa de lucro de quem
controla o comércio.
Nesse quadro, a medida que poderia ser mais
efetiva seria a compra pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) desses
produtos para formar estoques e o governo entregar, de forma subsidiada, para
uma rede de abastecimento que chegasse aos mais pobres.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/03/alimentos-devem-ser-garantidos-pelo-estado.shtml.
Acesso em: 3 abr. 2025.
Ao
afirmar que diminuir impostos não fará o preço dos alimentos caírem, o autor
argumenta que essa prática
A)
favorece a população mais pobre.
B)
contribui para a queda do consumo.
C)
diminui o lucro dos produtores agrícolas.
D) fracassa frequentemente em seus
objetivos.
E)
cria enormes estoques de produtos não vendidos.
Questão
13
Leia
o texto.
Pode-se se de pronto supor que a parte desempenhada
por meu amigo no drama da Rua Morgue não deixara de causar impressão na
imaginação da polícia parisiense.
Entre seus agentes, o nome de Dupin tinha-se
tornado familiar. Não tendo sido o simples caráter daquelas induções, por meio
das quais havia ele destrinçado o mistério jamais explicado, mesmo ao Chefe de
Polícia, ou a qualquer indivíduo, a não ser eu mesmo, não é de admirar, sem
dúvida que o caso fosse encarado como pouco menos que miraculoso, ou que as
habilidades analíticas de Dupin houvessem adquirido para ele o crédito da
intuição.
Sua franqueza o teria levado a libertar qualquer
perguntador de tal preconceito, mas seu temperamento indolente o impedia de
qualquer agitação ulterior a respeito dum episódio cujo interesse de há muito
cessara para ele. Por isso aconteceu que veio a tornar-se o alvo dos olhares
policiais e poucos não foram os casos em que fizeram tentativas, na chefia de
polícia, para que ele deles se encarregasse. Um desses casos mais notáveis foi
o do assassínio de uma moça chamada Maria Roget. Este fato ocorreu cerca de
dois anos depois do bárbaro crime da Rua Morgue.
POE, Edgar Allan. O crime da rua Morgue e outras histórias. Rio de Janeiro: Bertrand,
2013.
Vocabulário
Induções:
conclusão a que se chega a partir de indícios concretos.
Destrinçar:
desemaranhar os fios.
Indolente:
que demonstra pouca energia.
O
início do conto “O assassinato de Marie Roget”, de Edgar Allan Poe, apresenta
ao leitor um elemento comum às narrativas policiais, isto é, um
A)
antagonista que zomba da lei.
B)
corpo de policiais competentes.
C) detetive com capacidade lógica.
D)
narrador que atua como investigador.
E)
mistério previamente solucionado pelo leitor.
Questão
14
Leia
o texto.
Os jornais do dia seguinte continuavam a comentar
a audácia do maníaco, a perda de Tadman e a inércia da polícia. Lá dizia o
repórter: “Os artistas e os colecionadores vão de mal a pior. Se os detetives
[...] não descobrem os criminosos que exterminam vidas humanas, que assaltam
casas, como é que vão descobrir quem atassalha telas de pintura moderna?”
O velho Leite largou os jornais e telefonou para
Camparezzi que, adiantando-se, informou sobre a convocação que recebera para
participar de uma reunião das diretorias de museus, institutos e galerias. O
problema agravava-se cada vez mais.
— Dentro de quarenta e oito horas espero resolver
o caso. Preciso que você me empreste as chaves do Instituto. A da porta de
entrada e a da sala de exposição do acervo. Depois explicarei. Mande para a
delegacia. E bico calado! Até logo.
O delegado desceu, apanhou um táxi e quinze
minutos depois apreciava com naturalidade, entre os demais visitantes, o acervo
do Instituto, à procura do lugar onde fora colocado o quadro de Kandinsky.
Encontrado, examinou o derredor, a divisão dos painéis, e, com a mesma fleuma,
abandonou a sala.
COELHO, Luiz Lopes. O homem que matava quadros. Ediouro: 1961.
Vocabulário
Atassalhar:
cortar em tassalhos (postas ou pedaços); retalhar.
derredor:
no espaço circundante; em volta, à volta, em torno, à roda, em roda.
fleuma:
qualidade, caráter ou comportamento de quem não sente nenhuma emoção ou não
deixa transparecer sentimento ou perturbação alguma; frieza, impassibilidade.
Como
é comum nas narrativas policiais, a fala do delegado, nesse fragmento,
demonstra
A)
formalidade, tratando o interlocutor com cortesia.
B)
ironia, dizendo o contrário do que realmente pensa.
C)
temor, expressando marcas de medo e insegurança.
D) objetividade, transmitindo dados e
pedidos claros e pontuais.
E)
desconfiança, evitando uma comunicação direta com seu interlocutor.
Questão
1
Read
the excerpt below.
“In the past, urban planning was about developing
buildings, urban water, power plants, electricity and so on,” says Florent
Sainte Fare Garnot, Director General of Lyon Part-Dieu, which is a project to
make a district of Lyon more livable. “It was not about living forms – it was
about a very technical notion of environment, and it had very little to do with
nature. Today, the work is about how to bring nature into cities, how to
reconnect ourselves and our urban planning to the trees and the soil, and to
ensure the soil is healthy and living. For us, this is the new reality of urban
planning.”
Disponível em: https://www.ey.com/content/dam/ey-unified-site/ey-com/en-gl/insights/government-public-sector/documents/ey-if-cities-are-designed-for-people-can-they-be-shaped-by-them.pdf.
Acesso em: 28 abr. 2025.
According
to Florent Sainte Fare Garnot, how has urban planning changed over time?
A) It has shifted from focusing on
buildings and infrastructure to incorporating nature and sustainability.
B)
It now prioritizes building more power plants and electricity networks.
C)
Modern urban planning ignores nature just as it did in the past.
D)
The main focus today is on constructing more urban water systems.
E)
Today’s urban planning is only about designing beautiful cities, not about the
environment.
Questão
2
Read
the text.
The Lost City of Atlantis
Atlantis, which is said to have been an advanced
civilization, disappeared thousands of years ago. The city, whose people were
known for their great knowledge and technology, was described by the
philosopher Plato. According to legend, Atlantis, which was located beyond the
Pillars of Hercules, sank into the ocean after a great disaster. Many
explorers, who have searched for evidence of its existence, believe that
Atlantis may have been inspired by real ancient cities. However, no one knows
the true location of Atlantis, which remains one of history’s greatest
mysteries.
Which
of the following sentences correctly uses a relative clause?
A)
“Atlantis, which people were very intelligent, disappeared thousands of years
ago.”
B) “Many explorers, who have searched
for Atlantis, believe it was a real place.”
C)
“The city whose Plato described was very advanced.”
D)
“No one knows Atlantis, that remains a great mystery.”
E)
“Atlantis was a city, what was very powerful.”
Questão
3
Read
the text.
Read what the activist
Paloma Costa has to say
The climate crisis is a priority in the post-COVID-19 world, according to UN Secretary-General António Guterres. “The revitalization of economies is our opportunity to redesign our future”, he said. This was why he created a Youth Advisory Group on Climate Change, in which Paloma participates.
“As with the COVID-19 pandemic, we are all
vulnerable to the impacts of the climate crisis,” warned Paloma. “We must
understand that we are the Earth’s cure and, therefore, we must work
collectively to address the cumulative challenges faced across the planet,”
said the activist, in step with the United Nations belief that only together
countries will be able to overcome them.
“Young people are putting pressure on their
elders to do what is right. This is a moment of truth for people and the
planet. COVID-19 and the climate took us to a threshold”, said Secretary-General
Guterres, defending a “cleaner, greener and more sustainable” path.
Disponível em:
https://www.un.org/en/coronavirus/“we-are-action”-says-young-brazilian-woman-who-fights-against-climate-crisis.
Acesso em: 28 abr. 2025.
What
is the main idea of the text?
A)
The United Nations believe young people should be responsible for solving the
climate crisis alone.
B)
The COVID-19 pandemic had no impact on the climate crisis.
C) The Secretary-General of the UN
believes that the economic recovery after COVID-19 is a chance to create a more
sustainable future.
D)
Paloma argues that the planet will recover from the climate crisis naturally,
without human intervention.
E)
The UN Secretary-General believes young people should not be involved in
climate discussions.
Questão
4
Read
the text.
Stereotypes are preconceived ideas and simplistic
images that have a negative influence on the way we see people, interact with
them and treat them. In other words, stereotypes impose limitations on the
people they target, assign them roles that are not necessarily suited to them
and make it harder for them to be their true selves.
Disponível em: https://www.quebec.ca/en/family-and-support-for-individuals/childhood/child-development/effects-stereotypes-personal-evelopment/definition-stereotypes.
Acesso em: 28 abr. 2025.
According
to the text, stereotypes
A)
help people understand each other better by simplifying their identities.
B) have a negative effect because they
limit how people are perceived and treated.
C)
allow individuals to express their true personalities freely.
D)
are necessary to assign people roles that fit them best.
E)
encourage diversity by promoting different perspectives.