- Texto para as questões 1 e 2
Muitos acreditam que cruzar com gato preto,
passar por debaixo de escadas e quebrar espelhos podem trazer ainda mais azar
às sextas-feiras 13. Marcada pela ideia de mau agouro, a data pode desenvolver
até fobia em alguns: triscaidecafobia, por exemplo, é o nome dado ao medo
irracional e incomum ao número 13; já parascavedecatriafobia ou
frigatriscaidecafobia são termos usados para o medo específico para esse dia. [...]
Há diferentes possíveis origens para o tabu. Uma delas1 relaciona a
falta de sorte e a data com a mitologia nórdica. De acordo com a lenda, um
banquete oferecido pelo deus Odin aconteceu para 12 convidados. Loki, considerado
o deus do mal, da trapaça e da discórdia, soube do encontro para o qual ele2 não foi chamado
e matou um dos participantes. Assim, passou-se a acreditar que um encontro
entre 13 pessoas pode terminar em tragédia.
Outras explicações estão ligadas ao cristianismo,
uma vez que, segundo a tradição, Jesus foi crucificado numa sexta-feira. Além disso3, a Santa Ceia
contou com a presença de 13 pessoas. Há, ainda, a possibilidade de que a
superstição esteja ligada ao livro “Sexta-feira 13”, lançado em 1907 por Thomas
Lawson e que conta a história de um corretor de Wall Street que manipula o
valor de ações para se vingar de seus4
inimigos e os deixa na miséria. Embora não o5
tenha criado, a obra teria ajudado a disseminar o temor pelo dia.
Sexta-feira 13: medo da data tem até nome; entenda a superstição. Folha de S.Paulo, São Paulo, 13 jan. 2023. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/01/sexta-feira-13-medo-da-data-tem-ate-nome-entenda-asupersticao. shtml. Acesso em: 21 abr. 2025. (Adaptado.)
Questão
1
[...]
triscaidecafobia, por
exemplo, é o nome dado ao medo irracional e incomum ao número 13; já parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia são termos
usados para o medo específico para esse dia. (1º parágrafo)
Neste
trecho, o texto emprega termos técnicos para nomear medos específicos.
Considerando os elementos gregos que formam esses termos e a função de nomeação
desses substantivos, é correto afirmar que a (o)
A)
emprego de palavras que sintetizam ideias complexas reduz a sensação de
estranhamento do leitor, tornando conceitos científicos mais populares.
B) uso de termos especializados para
dar nome a fenômenos específicos confere ao texto efeito de formalidade, tom
mais científico e mais credibilidade.
C)
escolha por palavras pouco conhecidas reflete uma tentativa de aproximar o
texto da linguagem coloquial, tornando o tema mais curioso e descontraído.
D)
seleção de termos de uso raro e de leitura desafiadora visa ironizar o medo do
número 13, fazendo da dificuldade de pronunciá-los um recurso humorístico.
E)
qualificação dos medos por meio de termos elitistas impede a compreensão do
fenômeno por leitores níveis mais básicos de formação cultural.
Questão
2
Os pronomes destacados no texto desempenham
uma função fórica, ou seja, eles contribuem para a coesão do texto ao apontarem
para termos ou ideias já mencionados ou que ainda o serão. A alternativa que
apresenta a correta correspondência entre o pronome e seu referente é
A) “delas” (ref. 1) retoma
“possibilidades”.
B) “ele” (ref. 2) retoma “deus
Odin”.
C) “disso” (ref. 3) retoma
“cristianismo”.
D) “seus” (ref. 4) refere-se a
“inimigos”.
E) “o” (ref. 5) refere-se a “temor pelo dia”.
Questão
3
Para responder à questão, leia um trecho do livro Criação imperfeita, do físico Marcelo Gleiser.
Nosso primeiro antepassado era tão fascinado quanto
somos hoje pelo mistério da Criação. Nossos descendentes continuarão essa
busca, tentando desvendar o sentido da existência. Somos, e seremos sempre, criaturas
criadoras. Mas nosso foco precisa mudar. A ciência nos mostrou que a razão,
motivada pela paixão da descoberta, é o instrumento mais poderoso que temos para
responder a nossas perguntas sobre o mundo natural. Dado que nossas primeiras
explicações do mundo surgiram de imagens e narrativas míticas, não é surpreendente
que a ciência carregue, nas suas raízes, a mesma expectativa mítica de
explicações finais sobre o mundo, sobre nossa razão de ser. [...]
A despeito da nossa necessidade de encontrar perfeição
e simetria em tudo, o poder criativo da Natureza vem de assimetrias e de
imperfeições que se manifestam desde o mundo das partículas subatômicas ao
Universo como um todo. Buscamos por simetrias perfeitas, criamos equações para
descrevê-las, mas vemos que nossas soluções são apenas aproximações de uma
realidade imperfeita. E assim deveria ser. Assimetria gera desequilíbrio, desequilíbrio
gera transformação, transformação gera realização, a emergência de estrutura.
Algumas das simetrias mais básicas da física de partículas devem ser violadas
para que a matéria exista. A vida seria impossível sem a assimetria molecular,
a quiralidade das biomoléculas. O Universo por inteiro talvez tenha surgido de uma
flutuação quântica que emergiu do multiverso, uma entidade atemporal onde
incontáveis possíveis universos coexistem. Segundo essa visão, o cosmo é
produto de um acidente que carregava consigo as sementes da existência. De um
início incerto e após uma expansão superacelerada, o cosmo evoluiu para gerar
os elementos químicos mais leves. Em seguida, nuvens de hidrogênio e hélio,
cercadas por véus invisíveis de matéria escura, entraram em colapso devido a
sua própria gravidade para formar as primeiras estrelas e galáxias. Bilhões de anos
mais tarde, em torno de uma estrela comum, um planeta banhado por vastos
oceanos coletou os ingredientes necessários para a vida. Após colisões de
enorme violência com asteroides e cometas, de incontáveis erupções vulcânicas,
de turbulência furiosa nos oceanos, o planeta foi se acalmando. Da sopa
primordial, moléculas interagiram e cresceram, interligando-se para formar a
primeira criatura viva. Bilhões de anos mais tarde, nossos antepassados
começaram a se questionar sobre a razão de sua existência. Sozinhos,
contemplaram os céus, buscando nas estrelas pela sua origem.
Criação
imperfeita,
2024.
Dêiticos são elementos indiciais da linguagem que se referem ao lugar em que o enunciado é produzido, ao momento da enunciação e aos atores do discurso. Termos como “aqui” ou “agora” devem ser interpretados em função do lugar ou do momento em que se encontram os atores do discurso quando dizem “aqui” ou “agora”.
Verifica-se
um dêitico que se refere ao momento em que o enunciado é produzido no trecho
A)
“A ciência nos mostrou que a razão, motivada pela paixão da descoberta, é o
instrumento mais poderoso que temos para responder a nossas perguntas sobre o
mundo natural.” (1° parágrafo)
B)
“Buscamos por simetrias perfeitas, criamos equações para descrevê-las, mas
vemos que nossas soluções são apenas aproximações de uma realidade imperfeita.”
(2° parágrafo)
C) “Nosso primeiro antepassado era tão
fascinado quanto somos hoje pelo mistério da Criação. Nossos descendentes continuarão
essa busca, tentando desvendar o sentido da existência.” (1° parágrafo)
D)
“Em seguida, nuvens de hidrogênio e hélio, cercadas por véus invisíveis de
matéria escura, entraram em colapso devido a sua própria gravidade para formar as
primeiras estrelas e galáxias.” (2° parágrafo)
E)
“Bilhões de anos mais tarde, nossos antepassados começaram a se questionar
sobre a razão de sua existência. Sozinhos, contemplaram os céus, buscando nas
estrelas pela sua origem.” (2° parágrafo)
- Texto para as questões
4 a 7
Isto aconteceu na Bahia, numa tarde em que eu
visitava a mais antiga e arruinada igreja que encontrei por lá, perdida na
última rua do último bairro. Aproximou-se de mim um padre velhinho, mas tão
velhinho, tão velhinho que mais parecia feito de cinza, de teia, de bruma, de isopor
do que de carne e osso. Aproximou-se e tocou o meu ombro:
– Vejo que aprecia essas imagens antigas – sussurrou-me
com sua voz débil. E descerrando os lábios murchos num sorriso amável: – Tenho
na sacristia algumas preciosidades. Quer vê-las?
Solícito e trêmulo foi-me mostrando os pequenos tesouros
da sua igreja: um mural de cores remotas e tênues como as de um pobre véu
esgarçado na distância; uma Nossa Senhora de mãos carunchadas e grandes olhos
cheios de lágrimas; dois anjos tocheiros que teriam sido esculpidos por
Aleijadinho, pois dele tinham a inconfundível marca nos traços dos rostos
severos e nobres, de narizes já carcomidos…
Mostrou-me todas as raridades, tão velhas e tão
gastas quanto ele próprio. Em seguida, desvanecido com o interesse que
demonstrei por tudo, acompanhou-me cheio de gratidão até a porta.
– Volte sempre – pediu-me. [...]
TELLES, L. F. Então, adeus! In: SANTOS, J. F. dos. As cem
melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007, p. 246.
Questão
4
A inversão do adjetivo pode
funcionar como recurso expressivo, como uma marca de subjetividade do
enunciador. É o que ocorre na seguinte passagem do excerto:
A) “[...] eu visitava a mais antiga e arruinada igreja que encontrei por
lá [...]” (1° parágrafo).
B) “[...] Aproximou-se de mim um
padre velhinho [...]” (1° parágrafo).
C) “[...] E descerrando os lábios
murchos num sorriso amável [...]” (2° parágrafo).
D) “[...] um mural de cores
remotas e tênues [...]” (3° parágrafo).
E) “[...] nos traços dos rostos
severos e nobres [...]” (3° parágrafo).
Questão
5
Na
expressão “[...] uma Nossa Senhora de mãos carunchadas [...]” (3º parágrafo), o
uso do artigo indefinido
A)
constitui uma imprecisão semântica, pois “Nossa Senhora” é substantivo próprio.
B)
assume valor quantitativo, explicitando a existência de uma única Nossa
Senhora.
C)
é um desvio em relação à norma-padrão, embora seu sentido seja compreensível.
D) justifica-se por se referir a uma
representação da santa mencionada pela primeira vez.
E)
é explicado por se tratar de um texto literário, em que a licença poética é
facultada à escritora.
Questão
6
Os pronomes funcionam como
catafóricos quando, no enunciado, antecipam seu referente. É o que ocorre em:
A) “[...] numa tarde em que eu visitava a mais antiga e
arruinada igreja que encontrei por lá [...]” (1° parágrafo).
B) “[...] Aproximou-se
de mim um padre velhinho [...]” (1° parágrafo).
C) “[...] Aproximou-se e tocou o meu ombro [...]” (1°
parágrafo).
D) “[...] Quer vê-las? [...]” (2° parágrafo).
E) “[...] tão velhas e tão gastas
quanto ele próprio [...]” (4°
parágrafo).
Questão
7
Os
pronomes podem indicar a localização de determinado elemento no espaço, em
relação aos interlocutores. É o que se observa em:
A)
“Isto aconteceu na Bahia [...]” (1° parágrafo).
B)
“[...] Aproximou-se e tocou o meu ombro [...]” (1° parágrafo).
C) “[...] Vejo que aprecia essas
imagens antigas [...]” (2° parágrafo).
D)
“[...] dois anjos tocheiros que teriam sido esculpidos por Aleijadinho [...]”
(3° parágrafo).
E)
“[...] pois dele tinham a inconfundível marca nos traços dos rostos [...]” (3°
parágrafo).
-
Texto para as questões 8 a 10
Já ouvi gente falando que o podcast é o renascimento do rádio. O rádio é genial, uma mídia
imorredoura, mas podcast não tem nada a ver com ele. O formato está mais
próximo do ensaio literário do que de um programa de ondas curtas, médias ou
longas.
Podcasts são antípodas das redes
sociais. Enquanto elas são dispersivas, levam à evasão e à desinformação, os podcasts são uma possibilidade de
imersão, concentração, aprendizado. Depois que eles surgiram, lavar a louça e
me locomover pela cidade viraram um programaço. Um pós-almoço de domingo e
aprendo tudo sobre bonobos e gorilas. Um táxi pro aeroporto e chego ao embarque
PhD em reforma tributária.
PRATA, A. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso
em: 7 jan. 2024. (Adaptado.)
Questão
8
Segundo a argumentação construída
nesse texto, o podcast
A) provoca dispersão da atenção em
seu público.
B) funciona por meio de uma
frequência de ondas curtas.
C) propicia divulgação de conhecimento para seus usuários.
D) tem um formato de interação
semelhante ao das redes sociais.
E) constitui uma evolução na
transmissão de informações via rádio.
Questão
9
Para
reforçar que o podcast “não tem nada
a ver” com o rádio, o articulista o aproxima
A) a um gênero típico da linguagem
escrita.
B)
aos programas de ondas curtas e longas.
C)
aos gêneros tradicionais da educação.
D)
a gêneros científicos econômicos.
E)
às redes sociais imersivas.
Questão
10
A expressão “táxi pro aeroporto”
sugere que o articulista
A) acredita que todos têm o mesmo
acesso aos podcasts.
B) pertence a um grupo social mais próximo das elites.
C) critica o acesso fácil e barato
às redes sociais.
D) reconhece problemas de
mobilidade urbana.
E) diferencia informações de alta
e baixa qualidade.
Questão
11
A escrava
– Admira-me –, disse uma senhora de sentimentos sinceramente
abolicionistas –; faz-me até pasmar como se possa sentir, e expressar
sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove! A moral
religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que
envenena a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a
nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade,
e dizei-me:
– Para que se deu em sacrifício, o Homem Deus, que
ali exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não era verdade que seu sangue era
o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse sangue comprado a
liberdade!? E depois, olhai a sociedade… Não vedes o abutre que a corrói
constantemente!… Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a
destrói?”
Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela
é, e será sempre um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o
comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer
florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado.
REIS, M. F. Úrsula
e outras obras. Brasília: Câmara dos Deputados, 2018.
Inscrito
na estética romântica da literatura brasileira, o conto descortina aspectos da
realidade nacional no século XIX ao
A)
revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas escravizadas.
B) apontar a hipocrisia do discurso
conservador na defesa da escravidão.
C)
sugerir práticas de violência física e moral em nome do progresso material.
D)
relacionar o declínio da produção agrícola e comercial a questões raciais.
E)
ironizar o comportamento dos proprietários de terra na exploração do trabalho.
Questão
12
Eu
lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaramface de outra mulher, que não
fosse minha mãe. Meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para
ti... [...]
– Ou de outra mais
rica! – disse ela, retraindo-se para fugir ao beijo do marido, e
afastando-o com a ponta dos dedos.
A voz
da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento
que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.
– Aurélia! Que
significa isto?
– Representamos
uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos
ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr
termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor.
Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que
é, eu, uma
mulher traída; o senhor, um homem
vendido.
– Vendido! – exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
– Vendido, sim:
não tem outro nome. Sou rica, muito rica; sou milionária; precisava de um
marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado;
comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria
o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.
ALENCAR,
J. Senhora. Rio de Janeiro:
Tecnoprint, 2003.
Ao tematizar o casamento, esse
fragmento reproduz uma concepção de literatura romântica evidenciada na
A) defesa da igualdade de gêneros.
B) importância atribuída à
castidade.
C) indignação com as injustiças
sociais.
D) interferência da riqueza sobre o amor.
E) valorização das relações
interpessoais.
Questão
13
Minha
terra tem palmeiras,
Onde
canta o Sabiá;
As
aves, que aqui gorjeiam,
Não
gorjeiam como lá.
DIAS, G. Canção do exílio. In: ___. Primeiros cantos:
poesia americana. Lisboa: Tipografia de Castro Irmão, 1846.
O
trecho, representativo da poesia de Gonçalves Dias, apresenta uma
característica marcante do Romantismo brasileiro da primeira geração. Essa
característica é a(o)
A)
crítica social e a denúncia da escravidão.
B) idealização da pátria e o
saudosismo.
C)
humor e a ironia diante da condição humana.
D)
objetividade e o olhar científico sobre a realidade.
E)
busca por temas universais e mitológicos.
Questão
14
Luísa
entrou na sala de jantar com os olhos vermelhos. Era a segunda vez que chorava
nesse dia.
A
criada ia já tirar a sopa, e Julião, metido no guardapó de riscadinho preto,
folheava um jornal político.
– Que tens tu? – perguntou Jorge.
– Nada – respondeu ela com voz mole, indo sentar-se à mesa.
Mas
na presença de Jorge os seus olhos tornaram--se úmidos outra vez. Jorge viu as
lágrimas:
– O que é isso,
Luísa?
Ela
abanou a cabeça, murmurou:
– É esta casa,
esta tristeza...
– Pois mudemo-nos!
– disse Jorge, passando-lhe o braço pelos ombros.
Ela
largou o guardanapo e encostou-se ao marido:
– Sim, sim, vamos
para Lisboa!
QUEIRÓS,
E. de. O Primo Basílio. São Paulo: Martins
Fontes, 2000.
O fragmento do romance O Primo Basílio revela aspectos centrais
da estética realista, sobretudo ao mostrar a(o)
A) desprezo burguês pela vida
rural e suas tradições religiosas.
B) tentativa da personagem de
romper com as convenções sociais e se tornar escritora.
C) idealização da vida conjugal,
típica da literatura romântica.
D) olhar crítico e objetivo sobre a rotina conjugal e os conflitos
emocionais.
E) valorização das emoções
femininas como força revolucionária.
Questão
15
Existe
um povo que a bandeira empresta
P’ra
cobrir tanta infâmia e covardia!...
E
deixa transformar-se nessa festa
Em
manto impuro de bacante fria!...
Meu
Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que
impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!...
Musa – chora, chora tanto,
Que
o pavilhão se lave no teu pranto!...
ALVES, Castro. O Navio Negreiro. In: ___. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,
1960.
No
poema O Navio Negreiro, o eu lírico
manifesta uma crítica contundente ao sistema escravocrata brasileiro por meio
de imagens que relacionam a bandeira nacional à
A)
exaltação da liberdade conquistada pela Independência.
B)
alegoria religiosa da salvação cristã.
C)
representação heroica da pátria vitoriosa.
D) vergonha nacional diante das
atrocidades da escravidão.
E)
mística indígena do povo oprimido.
Questão
16
Ela
repetia para si: “Tenho um amante! Um amante!” deliciando-se com essa ideia
como com a ideia de uma segunda puberdade que lhe voltasse à vida. Ia tornar-se,
enfim, possuidora de todas as volúpias, de todos os êxtases. Entraria em algo
de maravilhoso em que tudo seria paixão, êxtase, delírio: uma vastidão azulada a
envolvê-la, cumes do sentimento a escalar. E os instintos do sexo, a
curiosidade, as delícias da luxúria, a raiva contra a lei, o encanto do perigo
ou a força da voluptuosidade levavam-na a confundir o amor sensual com os desejos
de uma alma.
FLAUBERT,
G. Madame Bovary. Tradução de Paulo
Rónai. São Paulo: Abril Cultural, 1971.
No trecho acima de Madame Bovary, Gustave Flaubert expressa
traços fundamentais do Realismo ao retratar a protagonista
A) como símbolo de elevação moral
e religiosa.
B) através de metáforas
idealizantes típicas da poesia épica.
C) com distanciamento crítico, revelando suas ilusões e contradições.
D) pela ótica subjetiva de um
narrador sentimental.
E) como mártir da hipocrisia da
sociedade aristocrática medieval.
In the “real” world of The Matrix, the year is sometime around 2199. At some point,
humanity developed superintelligent machines that took over, and humanity now
occupies a sunless, hypermachinised wasteland where the vast majority of human
beings are being exploited on an almost unfathomable scale. Harvested for
energy in endless fields, deracinated and kept in isolated pods, their only
salvation is the fact that most of them are unaware of their situation,
distracted as they are by a simulation called the Matrix. Although humanity now
occupies a sunless, hypermachinized wasteland exploited on an unfathomable
scale, the fact that most are unaware of their situation due to the Matrix simulation offers them a
semblance of salvation.
Disponível em: https://dellsystem.me/pdfs/SO427-matrix.pdf.
Acesso em: 4 abr. 2025.
Questão
1
No
texto, a conjunção “Although” pode evidenciar a ideia de:
A)
alternância.
B)
comparação.
C)
adição.
D) concessão.
E)
equivalência.
Questão
2
No texto, o cenário descrito como
o “mundo real” em Matrix é um(a)
A) mundo futurista, onde os
humanos vivem em harmonia com as máquinas.
B) paraíso tecnológico com
recursos infinitos.
C) mundo devastado, dominado por máquinas superinteligentes.
D) civilização primitiva tentando
se reconstruir após uma catástrofe.
E) planeta alienígena colonizado
pelos humanos.
Questão
3
O
propósito da Matrix na narrativa do
texto é
A)
servir como uma prisão física para os humanos.
B)
ser uma ferramenta de controle usada contra as máquinas.
C)
oferecer uma alternativa de realidade para os robôs.
D) distrair os humanos da sua
verdadeira situação.
E)
substituir o mundo real por completo.
Questão
4
The comparative of superiority
form of isolated in “deracinated and kept in isolated pods” is
A) “more isolated than”.
B) “isolateder than”.
C) “most isolated”.
D) “the most isolated”.
E) “the more isolated”.
Questão
5
Na
sentença “[...] their only salvation is the fact that most of them are unaware of their situation [...]”, “most of
them” pode ser traduzido para o português como
A)
“todos eles”.
B)
“vários deles”.
C)
“muitos deles”.
D)
“alguns deles”.
E) “a maioria deles”.