11 outubro 2023

AVALIAÇÃO BIMESTRAL 4 - 2ª SÉRIE 2023

QUESTÃO 01

Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos – e, antes de começar, digo os motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo notas: algumas que tomei foram inutilizadas e, assim, com o decorrer do tempo, ia-me parecendo cada dia mais difícil, quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando a matéria superior às minhas forças, esperei que outros mais aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como adiante se verá. Também me afligiu a ideia de jogar no papel criaturas vivas, sem disfarces, com os nomes que têm no registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes pseudônimo, fazer do livro uma espécie de romance; mas teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas, realizando atos esquecidos, repetindo palavras contestáveis e obliteradas?

RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2000, v.1, p. 33.

 

Em relação ao seu contexto literário e sócio-histórico, esse fragmento da obra Memórias do Cárcere, do escritor Graciliano Ramos,

a) inova na ficção intimista que caracteriza a produção romanesca do modernismo da década de 30 do século XX.

b) aborda literariamente teses socialistas, o que faz do romance de Graciliano Ramos um texto panfletário.

c) é marcada pelo traço regionalista pitoresco e romântico, que é retomado pelo autor em pleno modernismo.

d) apresenta, em linguagem conscientemente trabalhada, a tensão entre o eu do escritor e o contexto que o forma.

e) configura-se como uma narrativa de linguagem rebuscada e sintaxe complexa, de difícil leitura.

 

QUESTÃO 02

E fui mostrar ao ilustre hóspede [o governador do Estado] a serraria, o descaroçador e o estábulo. Expliquei em resumo a prensa, o dínamo, as serras e o banheiro carrapaticida. De repente supus que a escola poderia trazer a benevolência do governador para certos favores que eu tencionava solicitar.

– Pois sim senhor. Quando V. Exª. vier aqui outra vez, encontrará essa gente aprendendo cartilha.

RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1991.

 

O fragmento do romance de Graciliano Ramos dialoga com o contexto da Primeira República no Brasil, ao focalizar o(a)

a) derrocada de práticas clientelistas.

b) declínio do antigo atraso socioeconômico.

c) liberalismo desapartado de favores do Estado.

d) fortalecimento de políticas públicas educacionais.

e) aliança entre a elite agrária e os dirigentes políticos.

 

QUESTÃO 03

Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos – esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas podres.

Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.

Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus fados.

Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo.

Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos abanando.

Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos – de ascite consecutiva à alimentação tóxica – com os fardos das barrigas alarmantes.

Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retirantes. Nada mais.

ALMEIDA, J. A. A bagaceira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.

 

Os recursos composicionais que inserem a obra no chamado “Romance de 30” da literatura brasileira manifestam-se aqui no(a)

a) desenho cru da realidade dramática dos retirantes.

b) indefinição dos espaços para efeito de generalização.

c) análise psicológica da reação dos personagens à seca.

d) engajamento político do narrador ante as desigualdades.

e) contemplação lírica da paisagem transformada em alegoria.

 

QUESTÃO 04

Direito e avesso

Rachel de Queiroz

 

Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo. De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a a me falar nela; e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo. Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.

Lembrou-me isso ao escutar outra moça, também vaidosa e bonita, que discorria perante várias pessoas a respeito de uma deformação congênita que ela, moça, tem no coração. Falava daquilo com mal disfarçado orgulho, como se ter coração defeituoso fosse uma distinção aristocrática que se ganha de nascença e não está ao alcance de qualquer um.

E aí saí pensando em como as pessoas são estranhas. Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio. Este senhor, por exemplo, que nos explica, abundantemente, ser vítima de divertículos (excrescências em forma de apêndice que apareceram no seu duodeno), teria o mesmo gosto em gabar-se da anomalia se em lugar dos divertículos tivesse lobinhos pendurados no nariz? Nunca vi ninguém expor com orgulho a sua mão de seis dedos, a sua orelha malformada; mas a má formação interna é marca de originalidade, que se descreve aos outros com evidente orgulho.

Doença interna só se esconde por medo da morte – isto é, por medo de que, a notícia se espalhando, chegue a morte mais depressa. Não sendo por isso, quem tem um sopro no coração se gaba dele como de falar japonês.

Parece que o principal impedimento é o estético. Pois se todos gostam de se distinguir da multidão, nem que seja por uma anomalia, fazem ao mesmo tempo questão de que essa anomalia não seja visivelmente deformante. Ter o coração do lado direito é uma glória, mas um braço menor que o outro é uma tragédia. Alguém com os dois olhos límpidos pode gostar de épater uma roda de conversa, explicando que não enxerga coisíssima nenhuma por um daqueles límpidos olhos, e permitira mesmo que os circunstantes curiosos lhe examinem o olho cego e constatem de perto que realmente não se nota diferença nenhuma com o olho são. Mas tivesse aquela pessoa o olho que não enxerga coalhado pela gota-serena, jamais se referiria ao defeito em público; e, caso o fizesse, por excentricidade de temperamento sarcástico ou masoquista, os circunstantes bem-educados se sentiriam na obrigação de desviar a vista e mudar de assunto.

Mulheres discutem com prazer seus casos ginecológicos; uma diz abertamente que já não tem um ovário, outra, que o médico lhe diagnosticou um útero infantil. Mas, se ela tivesse um pé infantil, ou seios senis. Será que os declararia com a mesma complacência?

Antigamente havia as doenças secretas, que só se nomeavam em segredo ou sob pseudônimo. De um tísico, por exemplo, se dizia que estava “fraco do peito”; e talvez tal reserva nascesse do medo do contágio, que todo mundo tinha. Mas dos malucos também se dizia que “estavam nervosos” e do câncer ainda hoje se faz mistério – e nem câncer e nem doidice pegam.

Não somos todos mesmo muito estranhos? Gostamos de ser diferentes – contanto que a diferença não se veja. O bastante para chamar atenção, mas não tanto que pareça feio.

O melhor da crônica brasileira,1/ Ferreira Guillar... [et al.]. 5a ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007.

 

Glossário

épater: impressionar.

 

No início do texto, a autora declara que a vida é efêmera. Essa efemeridade aparece em

a) Conheci uma moça que escondia como um crime certa feia cicatriz de queimadura que tinha no corpo.

b) De pequena a mãe lhe ensinara a ocultar aquela marca de fogo e nem sei que impulso de desabafo levou-a me falar nela [...].

c) [...] e creio que logo se arrependeu, pois me obrigou a jurar que jamais repetiria a alguém o seu segredo.

d) Se agora o conto é porque a moça é morta e a sua cicatriz já estará em nada, levada com o resto pelas águas de março, que levam tudo.

e) Qualquer deformação, por mais mínima, sendo em parte visível do nosso corpo, a gente a combate, a disfarça, oculta como um vício feio.

 

QUESTÃO 05

TEXTO I

Quem sabe, devido às atividades culinárias da esposa, nesses idílios Vadinho dizia-lhe “Meu manuê de milho verde, meu acarajé cheiroso, minha franguinha gorda”, e tais comparações gastronômicas davam justa ideia de certo encanto sensual e caseiro de dona Flor a esconder-se sob uma natureza tranquila e dócil. Vadinho conhecia-lhe as fraquezas e as expunha ao sol, aquela ânsia controlada de tímida, aquele recatado desejo fazendo-se violência e mesmo incontinência ao libertar-se na cama.

AMADO, J. Dona Flor e seus dois maridos. São Paulo: Martins, 1966.

 

TEXTO II

As suas mãos trabalham na braguilha das calças do falecido. Dulcineusa me confessou mais tarde: era assim que o marido gostava de começar as intimidades. Um fazer de conta que era outra coisa, a exemplo do gato que distrai o olhar enquanto segura a presa nas patas. Esse o acordo silencioso que tinham: ele chegava em casa e se queixava que tinha um botão a cair. Calada, Dulcineusa se armava dos apetrechos da costura e se posicionava a jeito dos prazeres e dos afazeres.

COUTO, M. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.

 

Tema recorrente na obra de Jorge Amado, a figura feminina aparece, no fragmento, retratada de forma semelhante à que se vê no texto do moçambicano Mia Couto. Nesses dois textos, com relação ao universo feminino em seu contexto doméstico, observa-se que

a) desejo sexual é entendido como uma fraqueza moral, incompatível com a mulher casada.

b) a mulher tem um comportamento marcado por convenções de papéis sexuais.

c) à mulher cabe o poder da sedução, expresso pelos gestos, olhares e silêncios que ensaiam.

d) a mulher incorpora o sentimento de culpa e age com apatia, como no mito bíblico da serpente.

e) a dissimulação e a malícia fazem parte do repertório feminino nos espaços público e íntimo.

 

 

QUESTÃO 06

Retrato

Cecília Meireles

Eu não tinha este rosto de hoje,

Assim calmo, assim triste, assim magro,

Nem estes olhos tão vazios,

Nem o lábio amargo.

 

Eu não tinha estas mãos sem força,

Tão paradas e frias e mortas;

Eu não tinha este coração

Que nem se mostra.

 

Eu não dei por esta mudança,

Tão simples, tão certa, tão fácil:

– Em que espelho ficou perdida

a minha face?

Meireles, CECÍLIA. Viagem. Lisboa: EDITORAL IMPÉRIO, 1939.

 

Cecília Meireles é um dos maiores nomes da literatura brasileira. Poeta, jornalista, escritora, professora e musicista. Pelas características da obra “Retrato” apresentada, a escritora pode ser associada ao movimento literário denominado de

a) Romantismo.

b) Parnasianismo.

c) Simbolista.

d) Modernista.

e) Pré-modernista.

 

 

QUESTÃO 07

Romance LIII ou Das Palavras Aéreas

Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência, a vossa!

Ai, palavras, ai, palavras,

sois de vento, ides no vento,

no vento que não retorna,

e, em tão rápida existência,

tudo se forma e transforma!

 

Sois de vento, ides no vento,

e quedais, com sorte nova! [...]

 

Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência, a vossa!

Perdão podíeis ter sido!

– sois madeira que se corta,

– sois vinte degraus de escada,

– sois um pedaço de corda...

– sois povo pelas janelas,

cortejo, bandeiras, tropa...

 

Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência, a vossa!

Éreis um sopro na aragem...

– sois um homem que se enforca!

MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência.

 

A “estranha potência” que a voz lírica ressalta nas palavras decorre de uma combinação entre

a) fluidez nos ventos do presente e conteúdo fixo no passado.

b) forma abstrata no espaço e presença concreta na história.

c) leveza impalpável na arte e vigor nos documentos antigos.

d) sonoridade ruidosa nos ares e significado estável no papel.

e) lirismo irrefletido da poesia e peso justo dos acontecimentos.

 

QUESTÃO 08

Leia o poema a seguir, considerando o contexto do bombardeio nuclear nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.

A Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

 

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

 

A rosa com cirrose

A antirrosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada.

MORAES, Vinícius. Nova antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 135. Adaptado.

 

Marque a única resposta que corretamente justifica o uso da figura “rosa” no poema:

a) A rosa é um elogio delicado do poeta ao tema da Segunda Guerra Mundial.

b) A rosa é uma metonímia pela proximidade de relação entre ela e a bomba.

c) A figura é uma metáfora da marca da bomba e das feridas que ela deixou.

d) A figura é uma ironia aos horrores provocados pelas guerras entre nações.

e) A rosa é uma hipérbole das consequências trazidas pelo bombardeio.

 

QUESTÃO 09

FAMÍLIA

Três meninos e duas meninas,

sendo uma ainda de colo.

A cozinheira preta, a copeira mulata,

o papagaio, o gato, o cachorro,

as galinhas gordas no palmo de horta

e a mulher que trata de tudo.

 

A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,

o cigarro, o trabalho, a reza,

a goiabada na sobremesa de domingo,

o palito nos dentes contentes,

o gramofone rouco toda noite

e a mulher que trata de tudo.

 

O agiota, o leiteiro, o turco,

o médico uma vez por mês,

o bilhete todas as semanas

branco! mas a esperança sempre verde.

A mulher que trata de tudo

e a felicidade.

Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia.

 

No poema de Drummond,

a) a hierarquização dos substantivos que compõem a primeira estrofe tem a função de situar essa família na sociedade escravagista do século XIX.

b) a repetição de um verbo de ação, em contraste com o caráter nominal dos versos, destaca a serventia da figura feminina na organização familiar.

c) a ausência de menção direta ao homem produz um retrato reativo à família patriarcal, por salientar o protagonismo social da mulher.

d) o modo como os elementos que compõem a terceira estrofe estão relacionados permite inferir a prosperidade econômica familiar.

e) o enquadramento da mulher no ambiente doméstico lança luz sobre um regime social que favorece a realização plena das potencialidades femininas.

 

QUESTÃO 10

Os ombros suportam o mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.

Tempo de absoluta depuração.

Tempo em que não se diz mais: meu amor.

Porque o amor resultou inútil.

E os olhos não choram.

E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

E o coração está seco.

 

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.

Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.

És todo certeza, já não sabes sofrer.

E nada esperas de teus amigos.

 

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teus ombros suportam o mundo

e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue

e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,

preferiram (os delicados) morrer.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.

Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.

A vida apenas, sem mistificação.

ANDRADE, Carlos Drummond. Obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967. p. 110-111.

 

No poema, depois de refletir sobre o tempo presente, o eu lírico constata que é preciso

a) suportar com resignação as dificuldades da vida, sem enganar a si mesmo.

b) procurar conviver com os amigos, porque eles são importantes na nossa vida.

c) enfrentar com coragem o isolamento, já que ele impede a realização pessoal.

d) esperar com paciência a velhice para usufruir as experiências acumuladas.

e) lutar contra as dificuldades do dia a dia para poder viver com tranquilidade.

 

QUESTÃO 11

Leia estre fragmento do primeiro capítulo de Úrsula, romance escrito por Maria Firmina dos Reis:

DUAS ALMAS GENEROSAS

São vastos e belos os nossos campos; porque inundados pelas torrentes do inverno semelham o oceano em bonançosa calma – branco lençol de espuma, que não ergue marulhadas ondas, nem brame irado, ameaçando insano quebrar os limites, que lhe marcou a onipotente mão do rei da criação. Enrugada ligeiramente a superfície pelo manso correr da viração, frisadas as águas, aqui e ali, pelo volver rápido e fugitivo dos peixinhos, que mudamente se afagam, e que depois desaparecem para de novo voltarem – os campos são qual vasto deserto, majestoso e grande como o espaço, sublime como o infinito.

Disponível em: https://cadernosdomundointeiro.com.br/pdf/Ursula-2a-edicao-Cadernos-do-Mundo-Inteiro.pdf.

 

Nesse excerto, o emprego de diversas orações adjetivas isoladas por vírgulas

a) torna o texto menos complexo e mais direto.

b) contribui para que o texto se torne mais ágil.

c) traz detalhamentos e informações para o enredo.

d) especifica informações indispensáveis para o capítulo.

e) expressa diversas circunstâncias importantes para o texto.

 

QUESTÃO 12

Slater se pronuncia sobre polêmica Ethan × Medina: “Resultado Justo”

Onze vezes campeão mundial diz que viu a bateria das oitavas do Surf Ranch 12 vezes, mas admite que não reviu a final entre Italo e Griffin Colapinto. Pai de Filipe Toledo critica o posicionamento.

Disponível em: https://ge.globo.com/surfe/noticia/2023/06/05/slater-se-pronuncia-sobre-polemica-ethan-x-medinaresultado-justo.ghtml.

 

Em “Onze vezes campeão mundial diz que viu a bateria das oitavas do Surf Ranch doze vezes”, há uma estrutura sintática

a) composta, respectivamente, por oração principal e oração subordinada substantiva subjetiva.

b) cuja oração subordinada é classificada de modo diferente de “que não reviu a final entre Italo e Griffin Colapinto”.

c) composta por oração subordinada substantiva apositiva, seguida de oração principal.

d) composta por oração principal, seguida de oração subordinada substantiva objetiva direta.

e) cuja oração subordinada é classificada de modo idêntico à oração “Pai de Filipe Toledo critica o posicionamento”.

 

QUESTÃO 13

Primeira advogada do país foi escravizada e denunciou maus-tratos

OAB reconheceu como petição carta escrita por Esperança em 1770

Negra, escravizada, jovem, mãe de dois filhos e apartada do marido no interior do Piauí. Este é o perfil da primeira mulher a praticar advocacia no país, ainda no século 18, conforme oficializado em dezembro pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2023-06/primeira-advogada-do-pais-foi-escravizadae-denunciou-maus-tratos.

 

A matéria publicada no site Agência Brasil traz informações sobre Esperança Garcia, primeira mulher a praticar advocacia no Brasil. Se o título da matéria fosse apresentado desta forma “Primeira advogada do país que foi escravizada denunciou maus-tratos”, a oração destacada revelaria:

a) um conhecimento que poderia ser suprimido por apenas detalhar o antecedente.

b) uma informação indispensável para a compreensão do termo antecedente.

c) um tipo de detalhamento secundário e dispensável acerca do referente.

d) uma limitação de sentido acerca do referente, que poderia ser removida.

e) o acréscimo de uma informação pouco relevante para a manchete.

 

QUESTÃO 14



O vocábulo “que”, na campanha de conscientização, introduz uma oração

a) cuja função sintática é de predicativo do sujeito da oração principal.

b) atuante como sujeito do verbo presente na oração principal.

c) que retoma um antecedente da oração principal a fim de especificar seu sentido.

d) cuja função é complementar o sentido do verbo transitivo presente na oração principal.

e) que se refere a um antecedente com o objetivo de trazer uma informação totalmente dispensável sobre ele.

 

QUESTÃO 15

“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.” (Martin Luther King Jr.)

A segunda oração do segundo período exerce função sintática de

a) sujeito.

b) objeto direto.

c) predicativo.

d) aposto.

e) agente da passiva.

 

QUESTÃO 16

Observe esta manchete:

GRAVE: Diretora do filme da Barbie usou tanto rosa que causou uma crise internacional

Disponível em: www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-1000027020/

 

Na manchete sensacionalista “Grave: diretora do filme Barbie usou tanto rosa que causou uma crise internacional”, os elementos destacados estabelecem, no período, uma relação semântica de

a) finalidade.

b) concessão.

c) comparação.

d) causa e efeito.

e) proporção.

 

QUESTÃO 17



A oração “quanto o cigarro convencional”, cujo verbo foi omitido, estabelece, com a oração anterior, relação de

a) comparação.

b) consequência.

c) condição.

d) concessão.

e) conformidade.

 

QUESTÃO 18

O cajueiro

Rubem Braga

O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.

Eu me lembro do outro cajueiro que era menor e morreu há muito tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da tarde.

Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1956. Disponível em: www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_

virtual/texto/o-cajueiro/

Acerca das três orações sublinhadas no texto, assinale a alternativa correta.

a) Todas as orações classificam-se como subordinadas adverbiais por expressarem uma circunstância.

b) Apenas uma oração é classificada como adjetiva por trazer uma explicação sobre “a meninada do bairro”.

c) Duas orações exercem funções sintáticas próprias de substantivos: objeto direto e predicativo.

d) As duas orações que se classificam como adverbiais expressam semânticas distintas: tempo e causa.

e) Apenas uma oração é classificada como substantiva por exercer função de sujeito da oração principal.

 

QUESTÃO 19

“Apesar de...

Apesar de não termos certeza

Aqui estamos em busca de destreza.

Destreza para lidar com problemas

Destreza para resolver teoremas

Destreza para superar qualquer dificuldade

Destreza para lidar com a felicidade

Apesar da saudade

O ontem se foi pela imensidade

O hoje se faz...

Adria Norma Riedo

 

O primeiro período do texto de Adria Norma Riedo é composto por subordinação: “Apesar de não termos certeza/ Aqui estamos em busca de destreza”. Mantém-se sentido semelhante à primeira oração desse período em

a) Desde que não tenhamos certeza…”

b) Uma vez que não temos certeza…”

c) Como não temos certeza…”

d) Se não temos certeza…”

e) Embora não tenhamos certeza…”

 

QUESTÃO 20

CAPÍTULO XCII / UM HOMEM EXTRAORDINÁRIO

Já agora acabo com as coisas extraordinárias. Vinha de guardar a carta e o relógio, quando me procurou um homem magro e meão, com um bilhete do Cotrim, convidando-me para jantar. O portador era casado com uma irmã do Cotrim, chegara poucos dias antes do Norte, chamava-se Damasceno, e fizera a revolução de 1831. Foi ele mesmo que me disse isto, no espaço de cinco minutos. Saíra do Rio de Janeiro, por desacordo com o Regente, que era um asno, pouco menos asno do que os ministros que serviram com ele. De resto, a revolução estava outra vez às portas. Neste ponto, conquanto trouxesse as ideias políticas um pouco baralhadas, consegui organizar e formular o governo de suas preferências: era um despotismo temperado, – não por cantigas, como dizem alhures, – mas por penachos da guarda nacional. Só não pude alcançar se ele queria o despotismo de um, de três, de trinta ou de trezentos. Opinava por várias coisas, entre outras, o desenvolvimento do tráfico dos africanos e a expulsão dos ingleses. Gostava muito de teatro; logo que chegou foi ao Teatro de São Pedro, onde viu um drama soberbo, a Maria Joana, e uma comédia muito interessante, Kettly, ou a volta à Suíça. Também gostara muito da Deperini, na Safo, ou na Ana Bolena, não se lembrava bem. Mas a Candiani! sim, senhor, era papa-fina. Agora queria ouvir o Ernani, que a filha dele cantava em casa, ao piano: Ernani, Ernani, involami... – E dizia isto levantando-se e cantarolando a meia voz. – No Norte essas coisas chegavam como um eco.

Disponível em: https://machado.mec.gov.br/obracompleta-lista/item/download/16_ff646a924421ea

897f27cf6d21e6bb23

 

Nesse excerto do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, escrito por Machado de Assis, as conjunções em destaque introduzem orações que revelam, respectivamente, semântica de

a) causa e conformidade.

b) concessão e causa.

c) comparação e explicação.

d) causa e explicação.

e) concessão e conformidade.

 





 

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