O que liga a floresta Amazônica, o aquecimento mundial e você?
Há muito tempo a floresta Amazônica é
reconhecida como um repositório de serviços ecológicos, não só para os povos indígenas e as comunidades locais, mas também para o restante do mundo. Além disso, de todas as florestas
tropicais do mundo, a Amazônia é a única que ainda está conservada, em termos
de tamanho e de diversidade. No entanto,
à medida que as florestas são queimadas
ou retiradas e o processo de aquecimento global é intensificado, o desmatamento
da Amazônia gradualmente desmonta os frágeis processos ecológicos que levaram
anos para serem construídos e refinados.
A floresta amazônica pode curar você
Durante milênios, os seres humanos utilizaram
insetos, plantas e outros organismos da região para várias finalidades, entre
elas a agricultura, a vestimenta e, claro, a cura para doenças. Povos indígenas
e outros grupos que vivem na floresta amazônica aperfeiçoaram o uso de
compostos químicos encontrados em plantas e em animais. O conhecimento sobre o
uso dessas plantas geralmente fica nas mãos de um curandeiro que, por sua vez,
repassa a tradição para um aprendiz. Esse processo se mantém ao longo de
séculos e compõe uma parte integral da identidade desses povos.
O potencial inexplorado das plantas
amazônicas
Os cientistas acreditam que menos de 0,5% das
espécies da flora foram detalhadamente estudadas quanto ao seu potencial
medicinal. Ao mesmo tempo em que o bioma Amazônia está encolhendo lentamente em
tamanho, a riqueza da vida silvestre de suas florestas também tem se reduzido, bem como o uso potencial das plantas e
dos animais que ainda não foram descobertos.
<https://tinyurl.com/y4bprxq8> Acesso em: 10.10.2019. Adaptado.
Questão 01
Sobre o texto, analise as afirmações:
I - O desmatamento da floresta põe em risco,
para além de suas riquezas naturais, a continuidade de conhecimentos
tradicionais.
II - Apesar da biodiversidade existente na floresta
Amazônica, o impacto gerado pelo seu desmatamento restringe-se às comunidades e
aos povos locais.
III - A não preservação do bioma Amazônia
pode acarretar impactos no clima mundial e até mesmo na pesquisa
médico-científica.
É correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) I, II e III.
Questão 02
Observe os elementos de coesão destacados no
texto. Analisando seu contexto de ocorrência, assim como suas funções
sintático-semânticas, afirma-se corretamente que
(A) “não só” é uma locução adverbial
utilizada para negar a expressão “os povos indígenas e as comunidades locais”.
(B) “não só...mas também”; “além disso” e
“bem como” são locuções conjuntivas e expressam ideia de adição.
(C) “No entanto”, como conjunção adversativa,
pode ser substituída, sem alterar o sentido original do período, por “porque”.
(D) “à medida que” está empregada
inadequadamente no texto, pois deveria expressar proporção; logo, o correto
seria “na medida em que”.
(E) “mas também” exerce função de conjunção
adversativa no texto, uma vez que expressa oposição em relação à oração
anterior: “... a floresta Amazônica é reconhecida...”.
Questão 03
Antecedente é a palavra empregada pela
gramática tradicional para identificar o termo ao qual o pronome relativo se
refere em uma oração.
Assinale a alternativa cujo antecedente do
pronome relativo está corretamente destacado.
(A) “o desmatamento da Amazônia gradualmente
desmonta os frágeis processos ecológicos que levaram anos para serem
construídos e refinados.”
(B) “O conhecimento sobre o uso dessas
plantas geralmente fica nas mãos de
um curandeiro, que por sua vez repassa a tradição para um aprendiz...”
(C) “Além disso, de todas as florestas
tropicais do mundo, a Amazônia é a
única que ainda está conservada, em termos de tamanho e diversidade.”
(D) “Os cientistas acreditam que menos de 0,5% das espécies da flora foram
detalhadamente estudadas...”
(E) “Ao mesmo tempo em que o bioma Amazônia está encolhendo
lentamente em tamanho...”
Questão 04
Observe a passagem: “...os Aqueus não
perceberam que estavam sofrendo por uma coisa tão efêmera e tão facilmente perecível.”
São sinônimas dos termos destacados,
respectivamente, as palavras
(A) permanente e deteriorável.
(B) fraca e perene.
(C) débil e infinita.
(D) inócua e vitalícia.
(E) passageira e extinguível.
Questão 05
II – Campanha do meio ambiente.
Sobre o vocábulo “meio”, destacado nos
períodos, pode-se afirmar corretamente que:
(A) em I, exerce a função de predicativo do sujeito
“você”.
(B) em I, é substantivo que forma uma locução
adverbial indicando lugar.
(C) em II, está apresentando a circunstância
de lugar onde a campanha ocorre.
(D) em II, é um advérbio de intensidade e
pode ser substituído por “um pouco”.
(E) em I e II, são substantivos que formam
locuções adjetivas qualificando “você” e “campanha”.
Questão 06
No slogan da peça publicitária, “Você está no
meio desse ambiente. E não no fim.”, o segundo período é construído utilizando
a zeugma. Trata-se de figura de sintaxe baseada na omissão de um termo já
empregado anteriormente no texto, no caso, o verbo estar: “E não [está] no fim”. Assinale a alternativa
em que a citação apresentada também se constrói por meio da zeugma.
(A) “Seu rosto imóvel logrou / uma expressão
que ninguém / chegou perto de imitar: / cômica e séria...” (Felipe Fortuna)
(B) “Como era dia de bacalhau, vovó mandou
abrir três garrafas de vinho do Porto para o jantar.” (Helena Morley)
(C) “Perante a morte empalidece e treme, /
treme perante a Morte, empalidece.” (Cruz e Sousa)
(D) “Vês?! Ninguém assistiu ao formidável /
Enterro de tua última quimera.” (Augusto dos Anjos)
(E) “Viu uma lua no céu / Viu outra lua no
mar.” (Alphonsus Guimarães)
Questão 07
Observe a frase:
Povos indígenas e comunidades tradicionais
mantêm por conta própria, por gosto e tradição, as variedades em cultivo e
observam as novidades. Assinale a alternativa em que a frase apresentada foi
reescrita preservando o sentido original.
(A) As novidades objetivas, por conta própria
e a gosto dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, superam o cultivo
das variedades apreciadas.
(B) As variedades em cultivo mantêm povos
indígenas isolados das comunidades tradicionais, pois observam as novidades e
mantêm os gostos e as tradições próprios.
(C) Por conta própria, uma vez que queriam e
era tradicional, as variedades em cultivo eram observadas como novidades pelos
povos indígenas e pelas comunidades tradicionais.
(D) Como mantiveram as variedades em cultivo
e observaram aleatoriamente as novidades, povos indígenas e comunidades
tradicionais preservaram gostos e tradições por conta própria.
(E) Devido ao gosto e à tradição, não só as variedades
em cultivo são preservadas pelos povos indígenas e pelas comunidades
tradicionais por conta própria, como também novidades são observadas.
Questão 08
O quarto parágrafo relata a Grande Fome
ocorrida na Irlanda entre 1845 e 1849. Esse relato, dentro da estrutura
textual, tem por objetivo
(A) esclarecer que as múltiplas espécies domesticadas pelos europeus tornaram-se a base da alimentação para o continente.
(B) contrapor as práticas de cultivo irlandesas
às práticas de cultivo indígenas, menos eficientes que as europeias.
(C) reforçar a importância do cultivo de
fungos, realizado pelas tribos indígenas, para acelerar a seleção natural.
(D) apresentar um argumento controverso sobre
a necessidade de conservação da fauna nativa.
(E) comprovar a importância da
agrobiodiversidade para a segurança alimentar.
Questão 09
Após a leitura do cartum, pode-se concluir corretamente que ele
(A) representa os hábitos primitivos
compartilhados entre os seres humanos e outras espécies.
(B) corrige o modelo darwiniano, evidenciando
o desenvolvimento das espécies por meio da convivência pacífica e ordenada.
(C) distorce o modelo evolucionista,
retratando a influência negativa do consumo desenfreado na manutenção da
biodiversidade.
(D) critica o modelo evolucionista, segundo o
qual os seres vivos surgem a partir do material orgânico descartado de outros
seres vivos.
(E) utiliza a teoria da evolução para
evidenciar hábitos ambientais destrutivos do ser humano, como poluir o ambiente
do qual se originou.
PARTE 2 - AULA 2
TEXTO
PARA QUESTÕES 1 e 2
Vínculos, as equações da matemática da vida
Quando você forma um vínculo com alguém, forma uma
aliança. Não é à toa que o uso
de alianças é um dos símbolos mais antigos e universais do casamento. O círculo
dá a noção de ligação, de fluxo, de continuidade. Quando se forma um vínculo, a
energia flui. E o vínculo só se mantém vivo se essa energia continuar fluindo.
Essa é a ideia de mutualidade, de troca.
Nessa caminhada da
vida, ora andamos de mãos dadas, em sintonia, deixando a energia fluir, ora nos
distanciamos. Desvios sempre existem. Podemos nos perder em um deles e nos
reencontrar logo adiante. A busca é permanente. O que não se pode é ficar
constantemente fora de sintonia.
Antigamente, dizia-se
que as pessoas procuravam se completar através do outro, buscando sua metade no
mundo. A equação era: 1/2 + 1/2 = 1.
"Para eu ser
feliz para sempre na vida, tenho que ser a metade do outro." Naquela
loteria do casamento, tirar a sorte grande era achar a sua cara-metade.
Com o passar do tempo,
as pessoas foram desenvolvendo um sentido de individualização maior e a equação
mudou. Ficou: 1 + 1= 1.
"Eu tenho que ser
eu, uma pessoa inteira, com todas as minhas qualidades, meus defeitos, minhas
limitações. Vou formar uma unidade com meu companheiro, que também é um ser
inteiro." Mas depois que esses dois seres inteiros se encontravam, era
comum fundirem-se, ficarem grudados num casamento fechado, tradicional.
Anulavam-se mutuamente.
Com a revolução sexual
e os movimentos de libertação feminina, o processo de individuação que vinha
acontecendo se radicalizou. E a equação mudou de novo: 1 + 1= 1 + 1.
Era o "cada um na
sua". "Eu tenho que resolver os meus problemas, cuidar da minha
própria vida. Você deve fazer o mesmo. Na minha independência total e
autossuficiência absoluta, caso com você, que também é assim." Em nome
dessa independência, no entanto, faltou sintonia, cumplicidade e compromisso
afetivo. É a segunda crise do casamento que acompanhamos nas décadas de 70 e
80.
Atualmente, após todas
essas experiências, eu sinto as pessoas procurando outro tipo de equação: 1 + 1
= 3.
Para a aritmética ela
pode não ter lógica, mas faz sentido do ponto de vista emocional e existencial.
Existem você, eu e a nossa relação. O vínculo entre nós é algo diferente de uma
simples somatória de nós dois. Nessa proposta de casamento, o que é meu é meu,
o que é seu é seu e o que é nosso é nosso.
Talvez aí esteja a
grande mágica que hoje buscamos, a de preservar a individualidade sem destruir
o vínculo afetivo. Tenho que preservar o meu eu, meu processo de descoberta,
realização e crescimento, sem destruir a relação. Por outro lado, tenho que
preservar o vínculo sem destruir a individualidade, sem me anular.
Acho que assim talvez
possamos chegar ao ano 2000 um pouco menos divididos entre a sede de expressão
individual e a fome de amor e de partilhar a vida. Um pouco mais inteiros e
felizes.
Para isso, temos que
compartilhar com nossos companheiros de uma verdadeira intimidade. Ser íntimo é
ser próximo, é estar estreitamente ligado por laços de afeição e confiança.
(MATARAZZO,
Maria Helena. Amar é preciso. 22. ed.
São Paulo: Editora Gente, 1992. p. 19-21)
Questão 01
O texto trata PRINCIPALMENTE
(A) da exatidão da matemática da vida.
(B) dos movimentos de libertação feminina.
(C) da loteria do sucesso no casamento.
(D) do casamento no passado e no presente.
Questão 02
No texto, no casamento, atualmente,
defende-se a ideia de que
(A) a felicidade está na somatória do casal.
(B) a unidade é igual à soma das partes.
(C) o ideal é preservar o “eu” e o vínculo
afetivo.
(D) o melhor é cada um cuidar de sua própria
vida.
TEXTO PARA QUESTÕES 3 e 4
As Amazônias
Esse tapete de
florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre mais
da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região, não cansa de
admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era assim:
água e céu.
É mata que não tem
mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o
maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que
não acaba mais.
SALDANHA, P. As
Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
Questão 03
A frase que contém uma opinião é
(A) “cobre mais da metade do território
brasileiro”.
(B) “não cansa de admirar as belezas da maior
floresta”.
(C) “...maior floresta tropical do mundo”.
(D) “é Mata contínua [...] cortada pelo
Amazonas”.
Questão 04
No texto, o uso da expressão “água que não
acaba mais” revela
(A) admiração pelo tamanho do rio.
(B) ambição pela riqueza da região.
(C) medo da violência das águas.
(D) surpresa pela localização do rio.
TEXTOS PARA A QUESTÃO 5
Texto
I
Cinquenta camundongos,
alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstáculos técnicos à
clonagem. Eles foram produzidos por dois cientistas da Universidade do Havaí
num estudo considerado revolucionário pela revista britânica “Nature”, uma das
mais importantes do mundo. [...]
A notícia de que
cientistas da Universidade do Havaí desenvolveram uma técnica eficiente de
clonagem fez muitos pesquisadores temerem o uso do método para clonar seres
humanos.
O GLOBO. Caderno Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36.
Texto
II
Cientistas dos EUA
anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de células de animais adultos,
inclusive de alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de clones, segundo
estudos publicados na edição de hoje da revista “Nature”.
A técnica empregada na
pesquisa teria um aproveitamento de embriões — da fertilização ao nascimento —
três vezes maior que a técnica utilizada por pesquisadores britânicos para
gerar a ovelha Dolly.
Folha de S. Paulo. 1º caderno – Mundo. 03 jul. 1998, p.16.
Questão 05
Os dois textos tratam de clonagem. Qual
aspecto dessa questão é tratado apenas no texto I?
(A) A divulgação da clonagem de 50 ratos.
(B) A referência à eficácia da nova técnica
de clonagem.
(C) O temor de que seres humanos sejam
clonados.
(D) A informação acerca dos pesquisadores
envolvidos no experimento.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 6, 7 e 8
Assaltos insólitos
Assalto não tem graça
nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual a certos
incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo,
mas depois, narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota.
Uma vez me contaram de
um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é
assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais,
mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o desconforto da situação.
Pois lá estava o
dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera dar uma
pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para
fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando, da
garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos.
Mal teve tempo de
tomar uma atitude e já ouvia:
— É um assalto, fica
quieto senão leva chumbo.
Ele já se preparava
para toda sorte de tragédias quando um dos ladrões pergunta:
— Cadê o patrão?
Num rasgo de
criatividade, respondeu:
— Saiu, foi com a
família ao mercado, mas já volta.
— Então vamos lá
dentro, mostre tudo.
Fingindo-se, então, de
empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer:
— Se quiserem levar,
podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga mal, é um
pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês levava
aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns
discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali
dentro do armário tem uma porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado
por bombom.
Os ladrões recolheram
tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados.
Daí a pouco chegavam a
mulher e os filhos.
Sentado na sala, o
marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a
fazer contra si mesmo.
SANTANNA Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS São
Paulo:Ática 1995. (Coleção Para gostar de ler).
Questão 06
O dono da casa livra-se de toda sorte de
tragédias, principalmente, porque
(A) aconselha a levar o som.
(B) conta os defeitos do patrão.
(C) mente para os assaltantes.
(D) mostra os objetos da casa.
Questão 07
No trecho “ e o marido se entregara a essa
terapêutica atividade.”, a expressão destacada substitui
(A) fazer compras.
(B) ir ao mercado.
(C) narrar anedotas.
(D) pintar a casa.
Questão 08
É exemplo de linguagem formal, no texto
(A) “dito-cujo”.
(B) “adentrar”.
(C) “pão-duro”.
(D) “botam”.
Questão 09
(A) há uma relação direta entre quantidade de
verbas por aluno e desempenho médio dos alunos.
(B) Minas Gerais teve menos recursos por
aluno e apresentou baixo desempenho médio dos alunos.
(C) o maior beneficiado com recursos
financeiros por aluno foi Roraima.
(D) São Paulo recebeu maiores verbas por aluno por ser o maior estado.