Dido chegou à costa
da África fugindo de seu irmão. Um crime ele já havia cometido: ao herdar o
trono de seu pai, o ambicioso Pigmalião matara o cunhado para roubar-lhe os
tesouros e tornar-se ainda mais poderoso. Tencionava também eliminar a própria
irmã. Um sonho, põem, contara a Dido o que aquelas mãos planejavam.
Temendo por seu destino, a princesa reuniu os
tesouros que pertenciam e partiu. Acompanhavam-na os servos mais dedicados e
alguns nobres descontentes com o governo do perverso Pigmalião.
Mas o rei foi em sua busca. Querendo desviá-lo,
Dido lançou ao mar sacos de areia, anunciando que continha ouro e serviriam de
sacrifício à alma do marido. As mãos ambiciosas de Pigmalião, querendo mais e
mais, voltaram-se para o suposto tesouro, deixando livre o caminho da fugitiva.
Na áfrica,
receberam-na em paz. E, quando ela pediu para ali se estabelecer, os nativos
ofereceram-lhe a área que o couro de um boi pudesse abranger.
Dido ficou várias noites olhando aquele couro a
seus pés. E pensava e media, porém não via maneira de obter além do espaço
contido no aposento em que se encontrava.
De repente, surgia clara e nítida a solução: ela
cortou o couro em tiras muito finas e dirigiu-se para o campo. Estendendo-as no
chão, delimitou um vasto território.
Os nativos ficaram surpresos, mas havia uma
promessa a ser cumprida. A estrangeira recebeu aquelas terras e resolveu ali
fundar uma cidade.
Juno, que de longe acompanhava a aventura dessa
corajosa, amou a nova terra. Cartago nasceu como fruto da inteligência aliada à
fidelidade. E recebeu a proteção da rainha dos deuses.
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