Texto l
Palavras emprestadas
Ivan Ângelo
Quando me alfabetizei, em
1943, havia cerca de 40.000 palavras dicionarizadas no português, segundo
Domício Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras. Hoje, são mais de 400.000;
alguns filólogos estimam em 600.000. Ora, leitora, de onde brotaram tantas
palavras? Dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das
migrações, das gírias, dos estrangeirismos.
Há quem use a expressão
estrangeira por pedantismo, quando há termo equivalente brasileiro. Mas por que
tentar impedir alguém de ser pedante? É um direito dele. Há quem use por ser um
modismo, mas por que ir contra a moda? Ela passa.
Na maioria dos casos, usa-se
o estrangeirismo por necessidade. Há palavras estrangeiras inevitáveis, porque
designam coisas novas com mais exatidão e rapidez: airbag, shopping
center, e-mail, flash, paparazzi, smoking, slide,
outdoor, jazz, rock, funk, marketing, stand-by,
chip, overdose, replay, videogame, piercing,
rush, checkup, blush, fashion – e milhares de
outras.
Havia inevitáveis que
acabaram se adaptando. Já tivemos goal-keeper (goleiro), goal
(gol; o Estadão escrevia “goal” até os anos 1960), offside
(impedimento, impedido), corner (escanteio), volleyball
(voleibol, vôlei), basketball (basquete), surf (surfe) – e tantas
outras.
Um grande número delas é
dispensável, entra na conta dos pedantes, pois para dizer o que elas querem
dizer temos boas palavras nossas de uso corrente: sale, off, hair
dresser, suv, personal trainer, Iaundry, pet shop,
fast-food, ice, freezer, prêt-à-porter, on-line,
mailing list, bullying...
O povo falante há de peneirar
o que merecer permanência.
ÂNGELO. Ivan.
Palavras emprestadas. Revista Veja, 20 maio 2011. Adaptado
Assinale
a(s) alternativa(s) que está(ão) de acordo com o posicionamento do autor da crônica:
1. O
estrangeirismo é:
a) causa
dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das
gírias, dos estrangeirismos.
b) consequência
dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das
gírias, dos estrangeirismos.
c) um
uso necessário na sociedade atual.
d) um
uso desnecessário na sociedade atua.
2. O estrangeirismo:
a) dificulta
a comunicação com o interlocutor-alvo.
b) facilita
a comunicação com o interlocutor-alvo.
c) pode
ser um pedantismo, isto é, a expressão de um conhecimento que não possui.
d) pode
ser um modismo.
3. O uso dos estrangeirismos vem do fato de:
a) nomear
coisas novas para demonstrar cultura,
b) haver
necessidade de termos novos na comunicação diária.
c) já
existirem outras palavras semelhantes na língua portuguesa.
d) ridicularizar quem desconhece termos de outra língua.
4. Segundo o autor, o uso do estrangeirismo é:
a) prejudicial
porque reduz o número de palavras existentes na língua materna.
b) benéfico
porque amplia o número de palavras existentes na língua materna.
c) benéfico
porque torna todo falante nativo um poliglota.
d) prejudicial
porque desrespeita as origens da língua portuguesa.
5. O autor atribui a responsabilidade sobre o uso dos estrangeirismos aos:
a) deputados.
b) leitores
da crônica.
c) usuários
da língua.
d) estrangeiros.
6. No período “Há palavras estrangeiras inevitáveis, porque designam coisas novas com mais exatidão e rapidez”, a conjunção pode ser substituída, sem que se altere o sentido, por:
a) pois
b) entretanto
c) no
entanto
d) mas
também
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7. O objetivo desse texto é:
a) apresentar
relações entre o texto verbal e o texto não verbal para informar sobre formas
de utilizar o mouse.
b) opinar
sobre o uso excessivo da utilização do mouse sobre prancha colorida.
c) produzir
sentido a partir das relações de significado entre palavras, formas e cores.
d) questionar
a utilidade da escrita digital a partir do mouse com fio.
8. As frases que podem ser compostas a partir da distribuição das palavras no espaço e a combinação das cores são:
a) ME USE MOUSE. MOUSE ME USE.
b) MOUSE ME USE. ME USE MOUSE.
c) MOUSE ME USE. MOUSE. ME USE. ME USE.
d) ME USE MOUSE. MOUSE ME USE, ME USE. MOUSE.
9. Considerando as combinações possíveis de palavras e imagem que ocupam todo o espaço, pode-se inferir que:
a) a
tecnologia está comandando o indivíduo.
b) o indivíduo não
obedece aos apelos da tecnologia.
c) os
apelos da tecnologia estão se sobrepondo ao indivíduo.
d) o
indivíduo está no comando da tecnologia.
1. b 2. c 3. c 4. “sabe” e “desobedeceria”; 2 orações 5. d 6. a 7. d 8. a 9. c 10. c 11. As previsões mais pessimistas dão conta de diversas espécies de corais extintas em 30 ou 50 anos.
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