11 janeiro 2023

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Texto l

Palavras emprestadas

Ivan Ângelo

Quando me alfabetizei, em 1943, havia cerca de 40.000 palavras dicionarizadas no português, segundo Domício Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras. Hoje, são mais de 400.000; alguns filólogos estimam em 600.000. Ora, leitora, de onde brotaram tantas palavras? Dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das gírias, dos estrangeirismos.

Há quem use a expressão estrangeira por pedantismo, quando há termo equivalente brasileiro. Mas por que tentar impedir alguém de ser pedante? É um direito dele. Há quem use por ser um modismo, mas por que ir contra a moda? Ela passa.

Na maioria dos casos, usa-se o estrangeirismo por necessidade. Há palavras estrangeiras inevitáveis, porque designam coisas novas com mais exatidão e rapidez: airbag, shopping center, e-mail, flash, paparazzi, smoking, slide, outdoor, jazz, rock, funk, marketing, stand-by, chip, overdose, replay, videogame, piercing, rush, checkup, blush, fashion – e milhares de outras.

Havia inevitáveis que acabaram se adaptando. Já tivemos goal-keeper (goleiro), goal (gol; o Estadão escrevia “goal” até os anos 1960), offside (impedimento, impedido), corner (escanteio), volleyball (voleibol, vôlei), basketball (basquete), surf (surfe) – e tantas outras.

Centenas delas ficaram bem à vontade quando aportuguesadas: uísque, gol, futebol, lanchonete, drinque, iogurte, chique, conhaque, cachê, omelete, bife, toalete, clube, gangue, ringue, garçom, lorde, picles, filme, time, sanduíche, cachorro-quente, lanche, avião, televisão – e por aí vai.

Um grande número delas é dispensável, entra na conta dos pedantes, pois para dizer o que elas querem dizer temos boas palavras nossas de uso corrente: sale, off, hair dresser, suv, personal trainer, Iaundry, pet shop, fast-food, ice, freezer, prêt-à-porter, on-line, mailing list, bullying...

O povo falante há de peneirar o que merecer permanência.

ÂNGELO. Ivan. Palavras emprestadas. Revista Veja, 20 maio 2011. Adaptado

 

Assinale a(s) alternativa(s) que está(ão) de acordo com o posicionamento do autor da crônica:

1. O estrangeirismo é:

a) causa dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das gírias, dos estrangeirismos.

b) consequência dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações, das gírias, dos estrangeirismos.

c) um uso necessário na sociedade atual.

d) um uso desnecessário na sociedade atua.

2. O estrangeirismo:

a) dificulta a comunicação com o interlocutor-alvo.

b) facilita a comunicação com o interlocutor-alvo.

c) pode ser um pedantismo, isto é, a expressão de um conhecimento que não possui.

d) pode ser um modismo.

3. O uso dos estrangeirismos vem do fato de:

a) nomear coisas novas para demonstrar cultura,

b) haver necessidade de termos novos na comunicação diária.

c) já existirem outras palavras semelhantes na língua portuguesa.

d) ridicularizar quem desconhece termos de outra língua.

4. Segundo o autor, o uso do estrangeirismo é:

a) prejudicial porque reduz o número de palavras existentes na língua materna.

b) benéfico porque amplia o número de palavras existentes na língua materna.

c) benéfico porque torna todo falante nativo um poliglota.

d) prejudicial porque desrespeita as origens da língua portuguesa.

5. O autor atribui a responsabilidade sobre o uso dos estrangeirismos aos:

a) deputados.

b) leitores da crônica.

c) usuários da língua.         

d) estrangeiros.

6. No período “Há palavras estrangeiras inevitáveis, porque designam coisas novas com mais exatidão e rapidez”, a conjunção pode ser substituída, sem que se altere o sentido, por:

a) pois

b) entretanto

c) no entanto          

d) mas também


Texto 2



7. O objetivo desse texto é:

a) apresentar relações entre o texto verbal e o texto não verbal para informar sobre formas de utilizar o mouse.

b) opinar sobre o uso excessivo da utilização do mouse sobre prancha colorida.         

c) produzir sentido a partir das relações de significado entre palavras, formas e cores.

d) questionar a utilidade da escrita digital a partir do mouse com fio.

8. As frases que podem ser compostas a partir da distribuição das palavras no espaço e a combinação das cores são:

a) ME USE MOUSE. MOUSE ME USE.

b) MOUSE ME USE. ME USE MOUSE.

c) MOUSE ME USE. MOUSE. ME USE. ME USE.

d) ME USE MOUSE. MOUSE ME USE, ME USE. MOUSE.

9. Considerando as combinações possíveis de palavras e imagem que ocupam todo o espaço, pode-se inferir que:

a) a tecnologia está comandando o indivíduo.           

b) o indivíduo não obedece aos apelos da tecnologia.

c) os apelos da tecnologia estão se sobrepondo ao indivíduo.

d) o indivíduo está no comando da tecnologia.





RESPOSTAS



1. b      2. c      3. c      4. “sabe” e “desobedeceria”; 2 orações  5. d      6. a      7. d      8. a      9. c            10. c    11. As previsões mais pessimistas dão conta de diversas espécies de corais extintas  em 30 ou 50 anos.


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