QUESTÃO 01
Os trechos a seguir foram extraídos da
reportagem “Favelas criam projetos para combater mudanças climáticas e racismo
ambiental”, publicado no jornal Folha de S.Paulo em 20/06/2020.
Indique a alternativa em que o pronome relativo está devidamente destacado:
a) “Cactos, suculentas, babosas e hibiscos dividem espaço
na laje e fazem do local um pequeno oásis verde em meio ao cinza que
domina as construções vizinhas."
b) “O ativista ambiental conta que a ideia de
criar um teto verde surgiu para combater o calor na região, onde os termômetros
costumam passar dos 40°C no verão."
c) “O especialista diz que as favelas são
formadas sobretudo por pessoas negras, grupo que historicamente precisou buscar
soluções para enfrentar o racismo."
d) “Luis acredita que seu teto verde seja uma
forma de combater o racismo ambiental.”
e) “Pereira diz que a administração municipal
fornecia as mudas, enquanto os moradores ficavam responsáveis pelo plantio.”
QUESTÃO 02
Capítulo
IV - UMA TEORIA NOVA
1Ao
passo que D. Evarista, em lágrimas, vinha buscando o Rio de Janeiro, Simão
Bacamarte estudava por todos os lados uma certa ideia arrojada e nova, própria
a alargar as bases da psicologia. 2Todo
o tempo que lhe sobrava dos cuidados da Casa Verde era pouco para andar na rua,
ou de casa em casa, conversando as gentes, sobre trinta mil assuntos, e
virgulando as falas de um olhar que metia medo aos mais heroicos.
Um dia de manhã, – eram passadas
três semanas, – estando Crispim Soares ocupado em temperar um medicamento,
vieram dizer-lhe que o alienista o mandava chamar.
– Tratava-se de negócio importante,
segundo ele me disse, acrescentou o portador. 3Crispim
empalideceu. Que negócio importante podia ser, se não alguma notícia da
comitiva, e especialmente da mulher? 4Porque
este tópico deve ficar claramente definido, visto insistirem nele os cronistas;
Crispim amava a mulher, e, desde trinta anos, nunca estiveram separados um só
dia. 5Assim se explicam os monólogos
que fazia agora, e que os fâmulos lhe ouviam muita vez: – “Anda, bem feito,
quem te mandou consentir na viagem de Cesária? Bajulador, torpe bajulador! Só
para adular ao Dr Bacamarte. Pois agora aguenta-te; anda; aguenta-te, alma de
lacaio, fracalhão, vil, miserável. Dizes amém a tudo, não é? Aí tens o lucro,
biltre!”. – E muitos outros nomes feios, que um homem não deve dizer aos
outros, quanto mais a si mesmo. Daqui a imaginar o efeito do recado é um nada. 6Tão depressa ele o recebeu como abriu mão das
drogas e voou à Casa Verde.
7Simão
Bacamarte recebeu-o com a alegria própria de um sábio, uma alegria abotoada de
circunspeção até o pescoço.
– Estou muito contente, disse ele.
8–
Notícias do nosso povo?, perguntou o boticário com a voz trêmula.
O alienista fez um gesto magnífico,
e respondeu:
9–
Trata-se de coisa mais alta, trata-se de uma experiência científica. 10Digo experiência, porque não me atrevo a
assegurar desde já a minha ideia; nem a ciência é outra coisa, Sr. Soares,
senão uma investigação constante. Trata-se, pois, de uma experiência, mas uma
experiência que vai mudar a face da terra. A loucura, objeto dos meus estudos,
era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um
continente.
11Disse
isto, e calou-se, para ruminar o pasmo do boticário. 12Depois explicou compridamente a sua ideia. No
conceito dele a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros; e
desenvolveu isto com grande cópia de raciocínios, de textos, de exemplos. 13Os exemplos achou-os na história e em Itaguaí
mas, como um raro espírito que era, 14reconheceu
o perigo de citar todos os casos de Itaguaí e refugiou-se na história. Assim,
apontou com especialidade alguns célebres, Sócrates, que tinha um demônio
familiar, Pascal, que via um abismo à esquerda, Maomé, Caracala, Domiciano,
Calígula etc., uma enfiada de casos e pessoas, em que de mistura vinham
entidades odiosas, e entidades ridículas. 15E
porque o boticário se admirasse de uma tal promiscuidade, o alienista disse-lhe
que era tudo a mesma coisa, e até acrescentou sentenciosamente:
16–
A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sério.
– Gracioso, muito gracioso!,
exclamou Crispim Soares levantando as mãos ao céu.
17Quanto
à ideia de ampliar o território da loucura, achou-a o boticário extravagante;
mas a modéstia, principal adorno de seu espírito, não lhe sofreu confessar
outra coisa além de um nobre entusiasmo; 18declarou-a
sublime e verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca”. Esta expressão
não tem equivalente no estilo moderno. 19Naquele
tempo, Itaguaí, que como as demais vilas, arraiais e povoações da colônia, não
dispunha de imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia: ou por meio de
cartazes manuscritos e pregados na porta da Câmara, e da matriz; – ou por meio
de matraca.
Eis em que consistia este segundo
uso. 20Contratava-se um homem, por um
ou mais dias, 21para andar as ruas do
povoado, com uma matraca na mão.
De quando em quando tocava a matraca, reunia-se gente, 22e ele anunciava o que lhe incumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano etc. O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas era conservado pela grande energia de divulgação que possuía. [...]
ASSIS, Machado de. O Alienista. Biblioteca
Virtual do Estudante Brasileiro / USP. Disponível em: detalheobraform.do
pesquisa www.dominiopublico.gov.br.
I. “Assim se explicam os monólogos que
ele fazia agora” (ref. 5). O vocábulo em destaque pode ser corretamente
substituído pelo pronome relativo "cujo".
II. “declarou-a sublime e
verdadeira, e acrescentou que era “caso de matraca” (ref. 18). Em
destaque, ocorre o emprego de um pronome oblíquo e de uma conjunção integrante,
que funcionam como elementos coesivos.
III. “[...] e ele anunciava o que
lhe incumbiam, – um remédio para sezões, umas terras lavradias, [...]” (ref.
22). O pronome substantivo em destaque exerce a função de pronome
demonstrativo.
Em relação às afirmações está(ão) correta(s)
a) apenas a I.
b) apenas a II.
c) apenas a III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
QUESTÃO 03
O laço de fita
Não sabes, criança? ’Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos de moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita. [...]
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepita!
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c’roa...
Teu laço de fita.
ALVES, C. Espumas flutuantes.
Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. (fragmento).
Exemplo da lírica de temática amorosa de
Castro Alves, o poema constrói imagens caras ao Romantismo. Nesse fragmento, o
lirismo romântico se expressa na
a) representação infantilizada da figura feminina.
b) criatividade inspirada em elementos da natureza.
c) opção para a morte como frustração para as frustrações.
d) ansiedade com as atitudes de indiferença da mulher.
e) fixação por signos de fusão simbólica do ser amado.
QUESTÃO 04
Considere os versos do poema “As trevas”, que
integra a obra Espumas flutuantes, de Castro Alves, para responder à
questão a seguir.
Tive um sonho em tudo não foi sonho!...
O sol brilhante se apagava: e os astros,
Do eterno espaço na penumbra escura,
Sem raios, e sem trilhos, vagueavam.
A terra fria balouçava cega
E tétrica no espaço ermo de lua.
A manhã ia... vinha ... e regressava...
Mas não trazia o dia! Os homens pasmos
Esqueciam no horror dessas ruínas
Suas paixões: E as almas conglobadas
Gelavam-se num grito de egoísmo
Que demandava ‘luz’. Junto às fogueiras
Abrigavam-se... e os tronos e os palácios,
Os palácios dos reis, o albergue e a choça
Ardiam por fanais. Tinham nas chamas
As cidades morrido. Em torno às brasas
Dos seus lares os homens se grupavam,
P’ra à vez extrema se fitarem juntos.
Feliz de quem vivia junto às lavas
Dos vulcões sob a tocha alcantilada!
Sobre o poema de Castro Alves, assinale a
alternativa correta:
a) Há a presença marcante de elementos que remetem a um
sentimento pessimista, melancólico e desolador, conforme ilustram as
expressões: “Mas não trazia o dia!”, “E as almas conglobadas/Gelavam-se num
grito de egoísmo” e “Tinham nas chamas/As cidades morrido”.
b) O eu lírico narra a crueldade sofrida pelos escravos, de
acordo com a descrição do espaço e do enredo, ao longo dos versos.
c) Percebe-se uma sensualidade feminina, como se percebe na
construção das figuras associadas ao fogo do vulcão, às lavas e à felicidade
daqueles que a elas sobreviviam.
d) O poema é de caráter social e denuncia as injustiças
cometidas pelos reis e demais integrantes da corte, segundo se percebe pelo
emprego dos vocábulos “tronos” e “palácios”.
e) As “almas” às quais o eu lírico faz menção pertencem aos
escravos que, acorrentados, morriam de sede e de fome, enquanto remavam,
amontoados no ambiente insalubre da embarcação.
QUESTÃO 05
No Brasil, a poesia da primeira geração
romântica tinha como objetivo criar uma __________, tomando como protagonista a figura do __________. A poesia
da segunda geração romântica, por sua vez, foi impregnada de __________, que se
aliou ao subjetivismo extremo e ao escapismo. Já na terceira geração romântica,
destaca-se a poesia de Castro Alves, que tem como uma de suas temáticas
principais __________.
Assinale a alternativa cujas informações
preenchem corretamente as lacunas do enunciado.
a) identidade clássica / sertanejo / pessimismo / a
denúncia da escravidão.
b) identidade nacional / sertanejo / tédio / a repulsa ao
erotismo.
c) identidade nacional / índio / pessimismo / a denúncia da
escravidão.
d) identidade nacional / sertanejo / pessimismo / o desejo
pela mulher amada.
e) identidade clássica / índio / tédio / a denúncia da
escravidão.
QUESTÃO 06
Na verdade, o Romantismo teve aqui [no
Brasil] uma significação bastante diversa da que teve na Europa. Enquanto visão
de mundo, ele viverá um processo de ajuste e adaptação. Os nossos autores, os
melhores, souberam aproveitar dele os elementos que serviam mais bem aos seus
propósitos e deixaram outros de lado. Essa era a primeira tarefa dos nossos
estudantes que iam formar-se na Europa e tomavam contato com o que chamavam de
“a nova poesia” ou “a poesia moderna”. [...]
RONCARI, L. Literatura brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. 2. ed. São Paulo: Edusp/FDE, 1995, p. 288-289.
Acerca do Romantismo brasileiro, considere as
proposições a seguir:
I. Na poesia da Primeira Geração, destacam-se
os indianistas, a exemplo de Gonçalves Dias.
II. Um dos traços da Segunda Geração, a
denúncia social, encontra em Castro Alves um de seus nomes mais
representativos.
III. À Segunda Geração, vinculam-se
características como o “mal do século”, o culto da morte e o pessimismo.
Sobre os itens apresentados, assinale a única
alternativa correta:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) Todas são corretas.
QUESTÃO 07
Os trechos a seguir foram extraídos da
matéria “Preço da gasolina: 7 verdades e mitos sobre como economizar
combustível” da BBC Brasil, e publicado no dia 22 de junho de 2022.
Assinale aquele em que o termo destacado é um pronome relativo.
a) “A associação britânica de automóveis afirma que
a maioria dos carros tem controles elétricos”
b) “A diferença maior é que a gasolina
aditivada inclui alguns químicos que servem como detergente e dispersantes.”
c) “Muitos motoristas acham que dirigir a
exatamente 90 km/h é o ponto ótimo de eficiência no consumo de combustível.”
d) “O consumo de combustível pode aumentar em até 10% com o ar ligado, de acordo com a associação britânica de automóveis AA.”
e) “O ar-condicionado é provavelmente a melhor alternativa
acima de 80 km/h, porque quanto mais rápido você dirige, maior é
a resistência causada pelas janelas abertas.”
QUESTÃO 08
No Brasil, as obras românticas, para fins
didáticos, podem ser divididas em três grupos ou três gerações. Assinale a
alternativa que apresenta características da primeira delas:
a) Valorização da vida nos salões de festa, preocupando-se
com a ostentação.
b) Uso da religiosidade como estratégia de aumento de
dramaticidade.
c) Idealização da terra natal, normalmente acompanhada por hipérboles.
d) A crueldade dos habitantes primitivos do Brasil é
mostrada como na obra I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias.
e) A vontade de fugir da realidade objetiva, com forte
desejo de evasão no tempo e no espaço.
QUESTÃO 09
Qual das afirmações a seguir, relativas a
verbos, é incorreta?
a) Em português os modos verbais podem indicar certeza,
incerteza, dúvida, ordem/pedido.
b) Locução verbal é o conjunto formado por verbo auxiliar +
verbo principal, como em: “Podemos ir à lanchonete amanhã.”
c) Verbos no subjuntivo indicam que o falante apresenta uma
certeza a respeito de algo.
d) O modo imperativo afirmativo deriva dos tempos presentes
do indicativo e do subjuntivo.
e) Segundo o português padrão, não se pode misturar
tratamentos, ou seja, o interlocutor deve ser chamado por “tu” ou por “você”.
QUESTÃO 10
Unamos agora os pés e ___________ um salto
por cima da escola, a enfadonha escola, onde aprendi a ler, escrever, contar,
dar cambalhotas, apanhá-las, e ir fazer diabruras, ora nos morros, ora nas
praias, onde quer que fosse propício a ociosos.
Nesse trecho, o personagem-narrador Brás Cubas, de Machado de Assis, faz um pedido ao leitor para que, juntos, adiantem o tempo da narrativa. Para isso, utiliza o mesmo modo verbal para os dois verbos que iniciam o período: o verbo unir e o verbo dar. O verbo conjugado que completa, então, corretamente a lacuna é
a) daremos.
b) damos.
c) demos.
d) daríamos.
e) daríeis.
QUESTÃO 11
São exemplos de verbos irregulares, exceto
a) Restrinjo a passagem de alunos por aqui a partir
de hoje.
b) Quando tinha três anos, já media um metro.
c) Todos os anos, ela me dava um presente.
d) Minha mãe faz bolos deliciosos.
e) Nós pedimos uma pizza.
QUESTÃO 12
Chegada do Perseverance abre caminho para retorno de amostras de Marte
Agora que o rover Perseverance está seguro e
saudável na superfície de Marte, vários grupos de trabalho espalhados pelo
mundo podem respirar aliviados e pensar nos passos futuros do programa de
exploração marciana que vai agora focar seus esforços no cobiçado retorno de
amostras de volta à Terra. [...]
Mas
e aí, o que vem depois? [...] Ainda faltam definições, mas trabalhos 20
preliminares sugerem a seguinte sequência.
Em
2026, parte um módulo de pouso com um pequeno foguete, de menos de três metros,
instalado a bordo. Projetada e construída pela Nasa, a nave pousaria próximo ao
local onde desceu o Perseverance. E aí, talvez partindo do próprio módulo,
talvez enviado num lançamento à parte, 1um pequeno rover produzido
pela ESA encontraria as amostras e as instalaria no interior do foguete. 2Em
paralelo, em 2026 ou 2027, um orbitador com propulsão elétrica, outra
contribuição da ESA, partiria da Terra e se instalaria em órbita ao redor de
Marte. Em meados de 2029, 3o foguete seria disparado (o primeiro
lançamento feito de outro planeta!), colocando a cápsula com as amostras em
órbita marciana. Lá ela se acoplaria ao orbitador europeu, que por sua vez
traria o conteúdo de volta à Terra, em 2031. 4A empreitada toda
custaria cerca de US$ 5 bilhões, sem contar os US$ 2,7 bilhões empenhados na
missão do Perseverance. 5A recompensa, contudo, teria valor
incomensurável. 6Cientistas já tiveram a chance de analisar algumas
amostras de Marte - meteoritos provenientes do planeta vermelho -, mas nunca
com a chance de escolher quais rochas, conhecendo o contexto geológico de onde
elas partiram. E 7amostras trazidas de volta continuam a render
novos resultados por décadas, conforme equipamentos mais sofisticados surgem
para estudá-las. Não à toa, as amostras trazidas pelo programa Apollo, que
levou humanos à Lua entre 1969 e 1972, continuam sendo estudadas até hoje.
Ademais, é fundamental demonstrar a capacidade de trazer uma pequena carga de
Marte antes que se ambicione trazer uma grande carga - como humanos - em uma
futura missão tripulada.
Nogueira, S. Chegada do Perseverance abre
caminho para retorno de amostras de Marte. Folha de São Paulo. 21 fev. 2021,
Disponível em: https://bit.Iv/3bZL69q/.
Ao relatar o que se almeja em Marte a partir
de 2026, nota-se que o tempo verbal utilizado (ref. 2) para exprimir valor
condicional é o
a) presente do indicativo.
b) futuro do pretérito do indicativo.
c) futuro do presente do indicativo.
d) futuro do subjuntivo.
e) pretérito imperfeito do subjuntivo.
QUESTÃO 13
Texto para a próxima questão.
Vozes da seca
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem
chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de
barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa
estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa
corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra
nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo
nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem na vossa mão
GONZAGA, Luiz; e DANTAS, Zé. Vozes da seca.
Disponível em: http://letras.mus.br/luiz-gonzaga/47103.
Alguns versos da canção se configuram como enunciados que incitam à ação e, por isso, são denominados, quanto à tipologia textual, de “injuntivos”. Exemplificam enunciados injuntivos os seguintes versos:
a) Seu doutô os nordestino têm muita gratidão / Pelo
auxílio dos sulista nessa seca do sertão.
b) Mas doutô uma esmola a um homem qui é são / Ou lhe mata
de vergonha ou vicia o cidadão.
c) É por isso que pidimo proteção a vosmicê/ Home pur nóis
escuído para as rédias do pudê.
d) Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê / Veja
bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê.
e) Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage / Dê
cumida a preço bom, não esqueça a açudage.
QUESTÃO 14
DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
Demite o Gerúndio do Distrito Federal e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das
atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica
do Distrito Federal, DECRETA:
Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os
órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2º Fica proibido, a partir desta data, o
uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em
contrário.
Brasília, 28 de setembro de 2007.
119º da República e 48º de Brasília.
Disponível em: www.dodf.gov.br.
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como “desculpa de ineficiência”, indica
a) conclusão de uma ação.
b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática.
d) continuidade de um processo.
e) transferência de responsabilidade.
QUESTÃO 15
Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de verbos no modo imperativo àa) indicação de diversos canais de atendimento.
b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
c) informação sobre a duração da campanha.
d) apresentação dos diversos apoiadores.
e) utilização da imagem de três mulheres.
QUESTÃO 16
João/Zero (Wagner Moura) é um cientista
genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante
uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo
dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no
tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas
quando ele retorna, descobre que sua vida mudou totalmente e agora precisa
encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha que voltar
novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as coisas?
Disponível em: http://adorocinema.com.
Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme?
a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos
atrás foi humilhado”.
b) A descrição dos fatos com verbos no presente do
indicativo, como “retorna” e “descobre”.
c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor
ideias.
d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que
ele conseguirá acertar as coisas?”.
e) O uso da frase de efeito com a frase de efeito “há 20
anos atrás.”.
QUESTÃO 17
O Iluminismo francês ocorreu na Europa, mas
alterou diversas transformações sociais não apenas na região onde surgiu.
Podemos afirmar que os iluministas europeus estimularam escritores como
a) Castro Alves.
b) Gregório de Matos.
c) Machado de Assis.
d) Casimiro de Abreu.
e) Thomaz Antonio Gonzaga.
QUESTÃO 18
Das frases a seguir, qual encontra-se na
passiva analítica?
a) O rock é um ritmo musical que atinge praticamente todo o
mundo.
b) Durante a partida os jogadores machucaram-se.
c) Compararam-se os resultados das avaliações.
d) Os documentos dos funcionários serão analisados pela
equipe de responsabilidade digital.
e) Depois de anos de espera, o show finalmente
ocorrerá.
QUESTÃO 19
Assinale a oração que se encontra na voz
passiva sintética:
a) O banco foi roubado por cerca de 10 assaltantes.
b) Os responsáveis pelos jogos deveriam antecipar o horário
das partidas.
c) Eu me cortei durante a brincadeira.
d) A cirurgia feita por meu irmão foi um sucesso.
e) Analisou-se, especialmente, a equipe novata.
QUESTÃO 20
E eu sei que vou morrer... dentro em meu
peito
Um mal terrível me devora a vida:
Triste Ahasverus, que no fim da
estrada,
Só tem por braços uma cruz erguida.
Sou o cipreste, qu'inda mesmo flórido,
Sombra de morte no ramal encerra!
Vivo - que vaga sobre o chão da morte,
Morto - entre os vivos a vagar na terra.
Jesus ter-lhe-ia
amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo sem nunca morrer.
A literatura romântica é conhecida por representar as doenças da alma. O poeta romântico não tenta controlar, esconder seus sentimentos, como fazia o poeta clássico. Ao contrário, ele confessa seus conflitos mais íntimos. Por isso, predominam no Romantismo o desespero, a aflição, a instabilidade, a sensação de desamparo que leva a maioria dos poetas a pensar na morte, como acontece no fragmento do poema “Mocidade e morte”, de Castro Alves. Qual o estado mental do sujeito lírico nessa estrofe?
a) Sente-se muito próximo da morte, devido aos males
causados por uma grave doença física.
b) Deseja a morte, pois só na eternidade seria capaz de
encontrar a paz de espírito.
c) Sente-se muito próximo da morte, devido à tristeza
profunda que lhe devora a alma.
d) Sente-se totalmente morto, pois não lhe resta nenhum
sinal de vida.
e) Sente-se muito próximo da morte, pois não é capaz de
lutar pela vida.
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