“Levante-se, e levante-se novamente até que as ovelhas se tornem leões.”
Quando
é que a gente sabe que está na hora de “deixar partir”, hein? De deixar pra lá,
deixar estar, aceitar um estado de coisas, chorar o que tiver pra chorar e
começar do zero de novo?
Às
vezes a gente escolhe é a atitude errada. E acha que tudo depende é da nossa
vontade de fazer dar certo, de brigar pra dar certo, de batalhar... Mas às
vezes ficar insistindo e batendo naquela mesma velha tecla só faz é roubar
tempo e energia da gente. Só faz é impedir que a gente veja e trabalhe pelo
surgimento de um novo caminho, de novas descobertas, de novas escolhas...Numa
busca, procurar encontrar não é o suficiente. É preciso procurar encontrar NO
LUGAR CERTO. Quem busca prata onde só há lataria, nunca conseguirá encontrar
outra coisa além de frustração.
E isso
nem é pessimismo. É sobriedade. E é dentro da gente mesmo que às vezes a
gente precisa reunir forças pra permitir que o mundo siga... porque ele já
seguiria. Por ele mesmo. Ainda que sem a gente.
É que
às vezes é bem difícil manter a energia positiva. A gente se indigna e
amaldiçoa o universo e perde um pouco aquela perspectiva maior de que nem
sempre coincidem, com os nossos próprios desígnios, os desígnios de Deus. E aí
você até pode pensar “lá vem a Elenita com esse papo de crente de novo”, mas...
Quantas e quantas vezes na sua vida você não achava que perdia e Deus mandava o
maior de todos os presentes pra você?
É que
às vezes é bem difícil continuar acreditando quando a gente perde. Mas é por
isso que é justamente nesses momentos que a nossa fé precisa ser maior.
Dói. E
vai doer um pouquinho ainda. Mas a gente recomeça.
E isso
nem é pessimismo. É sobriedade. É vontade de aceitar que a gente não tem
controle sobre tudo (e às vezes tem controle sobre nada), mas nem por isso vai
perder a fé que nos mantém acreditando.
Se eu não tivesse levado todas as quedas que já
levei, não seria a mulher que sou hoje. E eu gosto da mulher que sou
hoje.
Que
essas quedas que eu tomo agora me constituam numa mulher melhor no futuro. É
este o meu desejo (Amém).
Algumas
pessoas vão dizer que é fraqueza. Que eu deveria insistir, e processar, e
tentar levar para o judiciário a questão em que a banca foi absurdamente
equivocada... “O salário é muito bom”. Mas o que eu faço com os sinais que
tenho recebido? A maioria me diz que meu caminho não é lá. É o amigo que me
deixa na mão, o outro amigo que me trai, a batida do carro no instante que
decido enviar o documento, o problema com o banco, a grosseria que deveria ser
gentileza porque indicada pelo cuidado distante... Quando é que a gente sabe
que já deu? Quando é que a gente sabe que está na hora de parar? E prosseguir?
Acho
que a gente nunca sabe. Mas então me lembro daquele trechinho no livro...
“Tudo é um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve sempre manter em mente que um caminho não é
mais do que um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer
nele, sob nenhuma circunstância. Qualquer caminho não passa de um caminho, e não há
afronta, para si nem para os outros, em largá-lo, se é isso o que seu coração
lhe manda fazer. Mas sua decisão
de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo ou de ambição. Olhe
bem para cada caminho com rigor e cautela. Experimente-o tantas vezes quanto
achar necessário. Depois,
pergunte-se, e só a si, uma coisa: esse caminho tem coração? Se
tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os
caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o
seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte; o outro o enfraquece”.
Acho
que é isso... Acho que é isso. Parti.
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