QUESTÃO 01
Leia o texto.
[...] O verbete é um
texto, em um gênero específico da esfera de divulgação científica, não muito
longo, organizado por um especialista no campo científico, que visa transmitir
conceitos de diversas áreas do conhecimento humano. Os verbetes podem pertencer
tanto a uma enciclopédia quanto a um dicionário comum da língua ou a um
dicionário especializado. O especialista busca transmitir ao leigo (ao não
especialista) um conceito científico de maneira relativamente simples e
compreensível. Por isso, simplifica e abrevia a linguagem científica sobre o
assunto. Logo, os temas dos verbetes são os conceitos ou noções elaborados
pelas ciências, mas simplificados.
Quem consulta uma
enciclopédia ou um dicionário é, em geral, o não especialista, aquele que
precisa da informação para estudar ou para qualquer outra finalidade, o leigo
no assunto. O gênero verbete, em sua forma textual, reflete esse contexto de
comunicação: é breve (o máximo possível) e apresenta uma definição principal
atualizada do termo em questão – a definição da ciência (ou da arte) de
referência, seguida de algumas outras definições, menos científicas e mais
populares, se houver, e de alguns contextos em que se usa a palavra.
ROJO, Roxane. O
letramento escolar e os textos da divulgação científica – a apropriação dos
gêneros de discurso na escola. Linguagem
em (Dis)curso – LemD, v. 8, n. 3, p. 581-612, set./dez. 2008.
De acordo com o texto, o verbete é um dos gêneros
discursivos importantes para combater a desinformação, na medida em que
A) padroniza o conhecimento científico para
gerações futuras.
B) divulga a ciência com linguagem acessível para a
população em geral.
C) registra os saberes populares de leigos para a
aprendizagem de cientistas.
D) disponibiliza os conceitos científicos das áreas do conhecimento para especialistas.
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Leia o texto para responder às questões 2 a 4.
Dados
comprovam aumento de eventos climáticos extremos em São Paulo
Número de tempestades registrado nos últimos 20 anos já é maior do que nas seis décadas anteriores
Dados de duas estações
meteorológicas confirmam o que muitos paulistanos já vêm sentindo na pele há
alguns anos: a ocorrência de eventos climáticos extremos na Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentou muito nas últimas duas décadas. O
fenômeno mais impactante é o aumento da intensidade das chuvas. O número de
eventos de precipitação extrema, com chuva acima de 100 milímetros/dia, já é
maior nos últimos 20 anos do que no acumulado das seis décadas anteriores
[...].
O novo estudo é uma
iniciativa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
(Cemaden), coordenado pelo meteorologista José Marengo, com apoio do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Inmet e IAG-USP.
“A temperatura média
da Terra está aumentando, isso é um fato incontestável; e a atmosfera está
reagindo a esse aquecimento por meio de extremos”, diz o pesquisador Tércio
Ambrizzi, professor titular do IAG e coautor do trabalho. Quando um sistema é
tirado do seu equilíbrio natural, diz ele, isso gera oscilações para cima e
para baixo. No caso do sistema climático, essas oscilações resultam em extremos
de temperatura (tanto de calor quanto de frio) e de precipitação (muita ou
pouca chuva). A grande estiagem de 2013-2014, que quase secou todos os
reservatórios de água da RMSP, também faz parte desse cenário, segundo o pesquisador.
Disponível em:
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/dados-comprovam-aumento-de-eventosclimaticos-extremos-em-sao-paulo/.
Acesso em: 30 abr. 2024.
QUESTÃO 02
Um dado numérico empregado para comprovar o assunto
abordado na matéria jornalística é:
A) “O fenômeno mais impactante é o aumento da
intensidade das chuvas.”.
B) “O novo estudo é uma iniciativa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) [...].”.
C) “a ocorrência de eventos climáticos extremos na
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) aumentou muito nas últimas duas
décadas.”.
D) “O número de eventos de precipitação extrema,
com chuva acima de 100 milímetros/dia, já é maior nos últimos 20 anos do que no
acumulado das seis décadas anteriores [...].”.
QUESTÃO 03
A função do trecho entre aspas nesse texto
jornalístico é
A) dar credibilidade ao texto.
B) separar os fatos dos argumentos.
C) demarcar a opinião pessoal do jornal.
D) explicar o sentido da expressão anterior.
QUESTÃO 04
No título da matéria jornalística, o adjetivo “extremos”
acrescenta ao sintagma “eventos climáticos” o efeito de
A) intensidade.
B) controle.
C) distância.
D) extremidades.
QUESTÃO 05
Leia o texto.
LEI
Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Dispõe
sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à
criança e ao adolescente.
ESTATUTO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso
em: 30 abr. 2024.
O emprego de vocabulário técnico no texto da lei
tem como função
A) atender aos diferentes grupos profissionais.
B) ampliar o sentido de acordo com o contexto de
leitura.
C) aproximar a linguagem da que é empregada pelas
pessoas no dia a dia.
D) garantir o entendimento adequado das palavras
próprias da área jurídica.
QUESTÃO 06
Leia o texto.
D – E quais são assim seus pratos favoritos? Como
costuma ser durante a semana?
L – Bom, se deixar eu escolher, por mim mesmo, tem
muita coisa que eu como, mas não gosto assim, não peço. Por exemplo, se eu
fosse escolher, fazer um cardápio pra mim, seria, no caso, galinha, poderia ser
galinha assada quase todo dia, não me incomodava, bife, de preferência filé-mignon
que eu não gosto de filé, carne de porco, gosto. Feijão, se me der feijão todo dia,
como, tranquilo. Agora, não vou muito é com negócio de ensopadinhos,
ensopadinho de carne, vagem, isso não, isso eu não gosto não. Eu não sou chato
em relação a comida não, viu?
Disponível em:
https://nurcrj.letras.ufrj.br/. Acesso em: 30 abr. 2024.
O texto em análise é o fragmento de um diálogo que
foi passado da linguagem oral para a escrita e, portanto, apresenta como
característica marcante dos textos orais
A) o alto grau de formalidade.
B) a incoerência das informações.
C) o planejamento e a execução simultâneos.
D) o emprego abundante de conectores e sinais de
pontuação.
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Leia os textos para responder às questões 7 e 8.
TEXTO
I
A partir daquele dia, a ciência natural, especialmente a química, na mais ampla acepção da palavra, tornou-se quase que minha única ocupação. Lia com afã as obras dos modernos pesquisadores. Não perdia as aulas e cultivava as relações dos homens de ciência da universidade. [...]
Um dos fenômenos que
atraía especialmente minha atenção era a estrutura do corpo humano e, também,
de qualquer ser dotado de vida. [...]
Efetivamente, após
dias e noites de incrível esforço e cansaço, logrei descobrir a causa fundamental
da geração e da vida. E mais do que isso, tornei-me capaz de animar a matéria sem
vida. [...]
Eu tinha a fórmula.
Faltava-me a matéria-prima. Onde e como obtê-la? Sabia que iria enfrentar um
sem-número de empecilhos que poderiam me pôr em risco de realizar uma obra imperfeita.
Mas face ao incessante progresso da ciência e da mecânica, aos aperfeiçoamentos
que surgem dia a dia, eu teria, pelo menos, a possibilidade de assentar os
alicerces para um êxito futuro. [...] Tais eram as condições em que comecei a
criação de um ser humano. [...]
Eu seria o primeiro a
romper os laços entre a vida e a morte, fazendo jorrar uma nova luz nas trevas
do mundo. Seria o criador de uma nova espécie – seres felizes, puros, que iriam
dever-me sua existência. Indo mais longe, desde que eu tivesse a faculdade de
dar vida à matéria, talvez, com o passar do tempo, me viesse a ser possível
(embora esteja agora certo do contrário) restabelecer a vida nos casos em que a
morte, no consenso geral, relegasse o corpo à decomposição. Ressurreição! Sim,
isso seria nada menos que o poder de ressurreição.
SHELLEY, Mary. Frankenstein. São Paulo: Editora
Schwarcz, 1994.
TEXTO
II
O fantasioso enredo de
Jurassic Park, em que cientistas trazem à vida dinossauros extintos há milênios
a partir de resquícios de DNA, parece estar mais próximo da realidade. Nenhum réptil
gigante foi clonado ainda, mas pesquisadores australianos anunciaram ter
conseguido obter em laboratório embriões de uma rã extinta há 30 anos.
O animal em questão é
o Rheobatrachus silus, habitante das
montanhas australianas que foi visto pela última vez nos anos 1980. [...]
A técnica usada pelos
cientistas para tentar ressuscitar a rã é conhecida, a mesma consagrada com a
criação da ovelha Dolly, o primeiro clone mamífero. Os pesquisadores
implantaram células da rã extinta dentro de ovos sem núcleo de outra rã
parecida, a Mixophyes fasciolatus. O
experimento foi possível porque um espécime do bicho estava preservado em um
freezer da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, desde 1975.
Por cinco anos, os
pesquisadores repetiram a experiência e observaram que os ovos implantados com
material genético da rã deram origem a embriões. Os embriões não sobreviveram mais
que alguns minutos, mas o cientista responsável pela pesquisa acredita que é um
grande passo e que as chances de conseguir uma rã crescida existem.
MOUTINHO, Sofia. Do
além. Ciência Hoje on-line.
Disponível em: https://cienciahoje.org.br/do-alem/. Acesso em: 18 jun. 2024.
QUESTÃO 07
O trecho de sinopse relativo ao Texto I é:
A) “A obra apresenta uma tecnologia avançada para a
época e nos mostra as maravilhas e perigos do fundo do mar.”
B) “A história apresenta um cientista que cria um
ser artificial e aborda questões éticas e morais relacionadas à criação da
vida.”
C) “A história se passa em uma organização chamada
Eternidade, que tem o poder de viajar no tempo e alterar a história da
humanidade.”
D) “A obra aborda questões filosóficas e
psicológicas enquanto os personagens tentam entender e se comunicar com essa
entidade extraterrestre.”
QUESTÃO 08
O fragmento da obra Frankenstein, Texto I, diferencia-se do Texto II por
A) utilizar linguagem com termos técnicos da
ciência.
B) buscar verossimilhança, e não verdade, em sua relação
com o real.
C) ter como finalidade divulgar resultados
científicos.
D) narrar uma história real, passada nos primórdios
da ciência.
QUESTÃO 09
Leia o texto.
Segura
para não voar!
Talvez você já tenha
ajudado seus familiares ou amigos a encher balões para alguma festa de
aniversário. O ritual é mais ou menos assim: você preenche seus pulmões com ar,
estufa o peito de forma muito valente e assopra com bastante força até o balão
inflar. Após dar um nó, evitando que o ar saia do balão, você deve ter notado
que, infelizmente, ele não flutua. Ao contrário daqueles balões que compramos
no parque e precisamos segurar com uma linha ou uma fita para que eles não se
percam pelos ares, os que enchemos e soltamos – ploft! – vão direto para o
chão.
A diferença está no
fato de que o balão que flutua não é preenchido com ar, mas com outro gás, o
hélio. Você já deve ter ouvido o nome desse gás. O que você talvez não saiba é
que o hélio pertence a um grupo que cientistas chamam de gases nobres. A
característica principal dos gases nobres é o fato de serem praticamente
inertes, isto é, não se misturam, ou melhor, raramente participam de reações
químicas.
GONÇALVES, R. S. B. Segura para não voar. Ciência Hoje das Crianças, ed. 343, 2 maio 2023. Disponível em: https://chc.org.br/artigo/segura-para-nao-voar/. Acesso em: 30 abr. 2024.
O título desse artigo de divulgação científica está
A) inadequado, pois é incoerente com o tema
abordado no texto.
B) inadequado, pois o gênero exige uma linguagem
técnica e mais formal.
C) adequado, pois pretende chamar a atenção de
especialistas em Química.
D) adequado, pois tem o objetivo de cativar o leitor comum.
QUESTÃO 10
Leia os textos.
TEXTO
I
Art. 60. É proibido
qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz. [...]
Art. 62. Considera-se
aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e
bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação
técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I – garantia de acesso
e frequência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade
compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial
para o exercício das atividades. [...]
Art. 67. Ao
adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de
escola técnica, assistido em entidade governamental ou não governamental, é
vedado trabalho:
I – noturno, realizado
entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II – perigoso,
insalubre ou penoso;
III – realizado em
locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral
e social;
IV – realizado em
horários e locais que não permitam a frequência à escola.
ESTATUTO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.Acesso
em: 20 abr. 2024.
TEXTO II
Semáforos das cidades
se tornaram, ao longo do tempo, local de abordagem para venda informal de
pequenos produtos. [...]
Em um desses
cruzamentos encontramos Júlio, nome fictício do menino de 12 anos, que faz
malabarismo para ajudar a família [...]. O menino, que tem o sonho de ser
policial, estuda pela manhã e pede dinheiro à tarde. Com o que arrecada, ele
compra mantimentos. [...]
Disponível em:
www.agazeta.com.br/es/gv/com-poucas-denuncias-criancas-ainda-pedem-dinheiro-em-semaforos-0619.Acesso
em: 30 abr. 2024.
Considerando os artigos e os incisos do Estatuto da
Criança e do Adolescente expostos no Texto I, o fato noticiado no Texto II fere
o direito do adolescente, pois
A) trata-se de trabalho mal remunerado.
B) é incompatível com a idade dele.
C) realiza-se em horário vedado por lei.
D) impede que ele frequente o ensino regular.