IGNORÂNCIA TAMBÉM É VÍCIO
Gilberto Dimenstein
Há uma série de dados
estarrecedores no relatório da CPI do Narcotráfico, a ser divulgado
oficialmente na próxima semana. Um ponto, entretanto, merece destaque:de
acordo com o documento, haveria hoje sete milhões de consumidores de drogas –
quase três vezes a população de uma cidade como Belo Horizonte. Mas apenas duas
mil vagas em hospitais para o tratamento de viciados.
Daí a importância de
sugestões, também embutidas no relatório, destinadas a prevenir e não remediar.
Prevenir significa, basicamente, educar – e nesse campo o Brasil está na
pré-história. Não se vê nada parecido com as campanhas contra a Aids. A CPI
propõe (e acertadamente, diga-se) um engajamento das escolas públicas e
privadas. De início, pede um “Departamento Nacional de Prevenção às Drogas”, no
Ministério da Educação.
É sugerida a inclusão nos
currículos escolares de uma matéria sobre drogas além de se propiciarem cursos de
formação e reciclagem dos professores. Em cada estabelecimento haveria um “grupo
de prevenção”. O caminho é mesmo por aí: o Brasil não tem dinheiro para gastar
na repressão como nos Estados Unidos. E, além disso, nem se sabe se a repressão
funciona mesmo. Num país em que morrem 220 mil crianças antes de completarem um
ano, nunca o combate às drogas será prioridade nas verbas sociais.
As drogas são mais uma
faceta da “República da Ignorância” – ou seja, somos um país de desinformados. Mulheres
não sabem como evitar filhos, mesmo desejando famílias pequenas. Milhões de
crianças morrem por falta de cuidados elementares, devido ao despreparo das mães
– aliás, esta relação foi cientificamente medida em documento do IBGE sobre
crianças e adolescentes, recém-lançado. No Ceará, apenas com a divulgação de procedimentos
básicos de saúde, a mortalidade infantil caiu, em três anos, 34%.
Em países desenvolvidos,
onde o ensino é de melhor qualidade e mais democratizado, o vício é uma tragédia,
ligado a desajustes emocionais, familiares e econômicos. Imagine-se, então,
como será o Brasil sem nenhum tipo de prevenção, onde a imensa maioria dos pais
e alunos é analfabeta em tóxicos. Não é à toa que quanto maior a pobreza, maior
a ignorância, o desajuste familiar e emocional e, portanto, maior a ação das
drogas. Basta lembrar que de cada cem meninos de rua pelo menos 80 são viciados
em algum tipo de tóxico.
a) No primeiro parágrafo do texto há uma oposição
de ideias. Resuma essa oposição numa frase usando as palavras hospitais, consumidores de drogas, Brasil,
no entanto, duas mil vagas.
b) Reescreva a frase acima, mantendo a mesma
ideia de oposição. Use apesar de.
c) Releia o segundo parágrafo do texto e complete
a frase: Como o Brasil ainda está na
pré-história em termos de educação....
d) Reescreva a frase anterior, invertendo a ordem
dos segmentos.
e) No início do terceiro parágrafo há duas ideias
que se adicionam. Reescreva-as numa só frase usando e.
f) Com base no terceiro parágrafo, utilize um
conectivo de condição e escreva uma frase em que fiquem claros os meios de que
o Brasil pode lançar mão para vencer as drogas.
g) Complete cada frase de acordo com a sugestão:
- No Brasil morrem 220 mil crianças antes de
completar um ano, ... (conclusão)
- Ninguém sabe se a repressão às drogas funciona
mesmo, ... (oposição)
- O Brasil só se livrará das drogas .... (tempo)
h) Reescreva a frase utilizando já que.
Milhões de crianças morrem por falta de cuidados
elementares, devido ao despreparo das
mães.
i) Complete a frase com um segmento que exprima
ideia de consequência:
No Ceará, o governo fez uma campanha de
divulgação dos procedimentos básicos de saúde, ...
j) Releia o último parágrafo e elabore duas
frases que o imprimem. Conserve as primeiras palavras
- Se o Brasil...
- Como a maioria dos pais e alunos...
THE TGV AND the Bullet Train
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