03 julho 2022

AVALIAÇÃO BIMESTRAL 1 - 1ª SÉRIE 2022

QUESTÃO 01

Estojo escolar

Rio de Janeiro - Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma estação espacial.

[...] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top em matéria de computador portátil.

No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser aberto.

[...] De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o jardim de infância.

Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.

[...] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer. [...]

O notebook que agora abro é negro e, em matéria de cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular, a cabine de avião, a aparelho de ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho que piorei de estojo e de vida.

CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2009 (adaptado).

No texto, há marcas da função da linguagem que nele predomina. Essas marcas são responsáveis por colocar em foco o(a)

a) mensagem, elevando-a à categoria de objeto estético do mundo das artes.

b) código, transformando a linguagem utilizada no texto na própria temática abordada.

c) contexto, fazendo das informações presentes no texto seu aspecto essencial.

d) enunciador, buscando expressar sua atitude em relação ao conteúdo do enunciado.

e) interlocutor, considerando-o responsável pelo direcionamento dado à narrativa pelo enunciador.

 

QUESTÃO 02


Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a predominância da função metalinguística da linguagem, como seria de se esperar. Identificam-se elementos que subvertem o gênero por meio da incorporação marcante de características da função

a) conativa, como em “(valeu, galera)!”.

b) referencial, como em “é festejar o próprio ser.”

c) poética, como em “é a felicidade fazendo visita.”

d) emotiva, como em “é quando eu esqueço o que não importa.”

e) fática, como em “é o dia que recebo o maior número de ligações no meu celular.”

 

QUESTÃO 03



De acordo com as intenções comunicativas e os recursos linguísticos que se destacam, determinadas funções são atribuídas à linguagem. A função que predomina nesse texto é a conativa, uma vez que ele

a) atua sobre o interlocutor, procurando convencê-lo a realizar sua escolha de maneira consciente.

b) coloca em evidência o canal de comunicação pelo uso das palavras “corrige” e “confirma”.

c) privilegia o texto verbal, de base informativa, em detrimento do texto não verbal.

d) usa a imagem como único recurso para interagir com o público a que se destina.

e) evidencia as emoções do enunciador ao usar a imagem de uma criança.

 

QUESTÃO 04



A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e do cão configura recurso expressivo que busca

a) estimular denúncias de maus-tratos contra animais.

b) desvincular o conceito de descarte da ideia de negligência.

c) incentivar campanhas de adoção de animais em situação de rua.

d) sensibilizar o público em relação ao abandono de animais domésticos.

e) alertar a população sobre as sanções legais acerca de uma prática criminosa.

 

QUESTÃO 05



Nessa tirinha, produzida na década de 1970, os recursos verbais e não verbais sinalizam a finalidade de

a) reforçar a luta por direitos civis.

b) explicitar a autonomia feminina.

c) ironizar as condições de igualdade.

d) estimular a abdicação da vida social.

e) criticar as obrigações da maternidade.


QUESTÃO 06



No texto, os recursos verbais e não verbais empregados têm por objetivo

a) divulgar informações científicas sobre o uso indiscriminado de aparelhos celulares.

b) influenciar o leitor a mudar atitudes e hábitos considerados prejudiciais às crianças.

c) relacionar o uso da tecnologia aos efeitos decorrentes da falta de exercícios físicos.

d) indicar medidas eficazes para desestimular a utilização de telefones pelo público infantil.

e) sugerir aos pais e responsáveis a substituição de dispositivos móveis por atividades lúdicas.

 

QUESTÃO 07


Na tirinha, o personagem que fala ao microfone

a) pretende tornar o mundo mais solidário.

b) mostra-se empenhado em tornar o mundo menos egoísta.

c) está preocupado com a própria sobrevivência.

d) mostra-se empenhado na difusão do egoísmo.

e) está preocupado em tornar-se menos egoísta.

 

QUESTÃO 08

Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de mais longa gestação em toda a minha obra. Vi pela primeira vez esse nome Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas” ou “tesouro dos persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias, como o de L’invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda sensação de tudo o que eu não tinha feito em minha vida por motivo da doença, saltou-me de súbito do subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-me embora p’ra Pasárgada!” Senti na redondilha a primeira célula de um poema, e tentei realizá-lo, mas fracassei. Alguns anos depois, em idênticas circunstâncias de desalento e tédio, me ocorreu o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta vez o poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto dentro de mim. Gosto desse poema porque vejo nele, em escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, como meu pai desejava, não fiz nenhuma casa, mas reconstruí e “não de uma forma imperfeita neste mundo de aparências’, uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro, e sim a “minha” Pasárgada.

BANDEIRA, M. Itinerário da Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. Brasília: INL, 1984.

 

Os processos de interação comunicativa preveem a presença ativa de múltiplos elementos da comunicação, entre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse fragmento, a função da linguagem predominante é

a) emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de angústia que o levaram à criação poética.

b) referencial, porque o texto informa sobre a origem do nome empregado em um famoso poema de Bandeira.

c) metalinguística, porque o poeta tece comentários sobre a gênese e o processo de escrita de um de seus poemas.

d) poética, porque o texto aborda os elementos estéticos de um dos poemas mais conhecidos de Bandeira.

e) apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores sobre sua dificuldade de compor um poema.

 

QUESTÃO 09



A fim de contribuir para a diminuição do número de acidentes de trânsito, esta campanha

a) proíbe o uso de remédios para evitar o sono na direção.

b) dá dicas aos motoristas sobre diminuição do cansaço físico.

c) apresenta a capotagem como consequência da direção perigosa.

d) atribui ao motorista a responsabilidade pela segurança no trânsito.

e) conscientiza o motorista sobre a necessidade de controle da velocidade nas estradas.

 

QUESTÃO 10

O telefone tocou.

- Alô? Quem fala?

- Como? Com quem deseja falar?

- Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.

- É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?

- Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel? Faça um esforço.

- Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me de quem se trata?

ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958 (fragmento).

 

Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o receptor, predomina no texto a função

a) metalinguística.

b) fática.

c) referencial.

d) emotiva.

e) conativa.

 

QUESTÃO 11

Identidade etimológica

Ética e moral têm a mesma origem etimológica. Ethos, em grego, e mor, em latim, querem dizer a mesma coisa: hábito, prática recorrente. Esta significação consta das primeiras linhas de dez em cada dez manuais de ética. Mas você, que não se deixa levar por qualquer definição consagrada, logo se pergunta duas coisas: de um lado, a moral não teria mais a ver com momentos importantes – justamente os que não são habituais - em que somos obrigados a pensar para encontrar a saída virtuosa? E, de outro lado, não poderia – e, convenhamos, parece ser supercomum – uma conduta canalha se repetir configurando assim um hábito canalha?

Perguntas que uma unidade de vida pensante não daria conta de exaurir. Mas a postura inicial de desconfiança não poderia ser mais auspiciosa. Comecemos por observar que, para o senso comum, ética e moral sempre foram usadas indistintamente. E mesmo entre os iniciados, muitos não veem nenhum interesse em estabelecer diferença entre as noções. No entanto, apesar de tanta proximidade, para a maioria dos autores, estas duas palavras querem dizer coisas muito diferentes.

BARROS FILHO, Clóvis de; POMPEU, Júlio. A filosofia explica grandes questões da humanidade. Rio de Janeiro: Casa da palavra, 2014.

 

Os substantivos sobre os quais o texto discorre

a) apresentam natureza predominantemente concreta.

b) expressam sentidos essencialmente opostos.

c) são definidos há muito tempo de forma unânime.

d) referem-se a ideias cuja distinção é ignorada pelo senso comum.

e) sugerem conotação muitas vezes erudita e pedante.

 

QUESTÃO 12

Levando em conta as palavras destacadas, ocorre artigo definido em:

a) Mas você, que não se deixa levar por qualquer definição consagrada

b) Mas a postura inicial de desconfiança

c) em que somos obrigados a pensar

d) e, convenhamos, parece ser supercomum

e) muitos não veem nenhum interesse em estabelecer diferença

 

QUESTÃO 13

Releia o trecho:

“Perguntas que uma unidade de vida pensante não daria conta de exaurir. Mas a postura inicial de desconfiança não poderia ser mais auspiciosa.”

Levando em consideração o contexto em que está inserido, o que significa o adjetivo “auspiciosa”?

a) Promissora

b) Nociva

c) Frequente

d) Bizarra

e) Maçante

 

QUESTÃO 14

Releia o trecho:

“Esta significação consta das primeiras linhas de dez em cada dez manuais de ética.”

Considerando seu papel na construção de sentido do texto, o uso dos numerais destacados tem como objetivo

a) criticar a imprevisibilidade dos manuais de ética.

b) identificar o número de autores que discorrem sobre ética.

c) apontar ao leitor a importância da etimologia para o estudo.

d) apresentar a estrutura linguística típica de um livro sobre ética.

e) reiterar a alta frequência de tal significação em manuais de ética.


QUESTÃO 15

Covid-19: Brasil tem 22 milhões de casos e 614,3 mil mortes

País registra cerca de 307 milhões de doses de vacina aplicadas

O balanço divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Ministério da Saúde registra 3.843 novos diagnósticos de Covid-19 no Brasil em 24 horas. O dado eleva para 22.084.749 o total de pessoas infectadas pela doença desde o início da pandemia no país. Ontem (28), o painel indicava 22.080.906 casos acumulados.

As mortes pelo novo coronavírus no Brasil somam 614.376 em 24 horas, autoridades sanitárias notificaram 98 novos óbitos. Ontem, o painel de informação marcava 614.278 mortes acumuladas.

Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-11/covid-19-brasil-tem-22-milhoes-de-casos-e-6143-mil-mortes. Acesso em: 29 nov. 2021.

 

A ocorrência de vários numerais no texto acima se justifica por seu propósito sociocomunicativo de

a) instruir o leitor sobre como utilizar tais dados.

b) informar o leitor sobre fatos e acontecimentos recentes.

c) persuadir o leitor a participar da campanha de vacinação.

d) apresentar ao leitor um posicionamento defendido.

e) entreter o leitor por meio de um arranjo criativo da mensagem.

 

QUESTÃO 16

A expressão ou palavra sublinhada que apresenta função equivalente a um adjetivo ocorre em:

a) 614,3 mil mortes

b) O dado eleva para 22 084 749

c) o painel de informação

d) autoridades sanitárias

e) desde o início da pandemia

 

QUESTÃO 17

No domínio da linguística, para citar um exemplo, esse modo de ser parece refletir-se em nosso pendor acentuado para o emprego dos diminutivos. A terminação “inho”, aposta às palavras, serve para nos familiarizar mais com as pessoas ou os objetos e, ao mesmo tempo, para lhes dar relevo. É a maneira de fazê-los mais acessíveis aos sentidos e também de aproximá-los do coração. Sabemos como é frequente, entre portugueses, o zombarem de certos abusos desse nosso apego aos diminutivos, abusos tão ridículos para eles quanto o é para nós, muitas vezes, a pieguice lusitana, lacrimosa e amarga. Um estudo atento das nossas formas sintáxicas traria, sem dúvida, revelações preciosas a esse respeito.

À mesma ordem de manifestações pertence certamente a tendência para a omissão do nome de família no tratamento social. Em regra é o nome individual, de batismo, que prevalece. Essa tendência, que entre portugueses resulta de uma tradição com velhas raízes – como se sabe, os nomes de família só entram a predominar na Europa cristã e medieval a partir do século XII –, acentuou-se estranhamente entre nós. Seria talvez plausível relacionar tal fato à sugestão de que o uso do simples prenome importa em abolir psicologicamente as barreiras determinadas pelo fato de existirem famílias diferentes e independentes umas das outras. Corresponde à atitude natural aos grupos humanos que, aceitando de bom grado uma disciplina da simpatia, da “concórdia”, repelem as do raciocínio abstrato ou que não tenham como fundamento, para empregar a terminologia de Tönnies, as comunidades de sangue, de lugar ou de espírito.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. O homem cordial. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

 

Para o autor, o uso constante de diminutivos pelos brasileiros é

a) explicado por seu caráter afetivo.

b) inadequado por sua conotação piegas.

c) legitimado pelo uso lusitano.

d) digno de admiração pelos europeus.

e) desrespeitoso pelo seu tom de zombaria.

 

QUESTÃO 18

Em relação à omissão do nome de família no Brasil, o autor levanta a hipótese de que tal omissão

a) sugere reforçar hierarquias.

b) expressa distanciamento econômico.

c) compromete a formação de uma coletividade.

d) implica eliminar obstáculos.

e) contribui para a independência das famílias portuguesas.

 

QUESTÃO 19

A palavra destacada expressa ideia de indefinição em:

a) esse modo de ser parece refletir-se em nosso pendor acentuado

b) A terminação “inho”, aposta às palavras, serve para nos familiarizar

c) Essa tendência, que entre portugueses resulta de uma tradição com velhas raízes

d) É a maneira de fazê-los mais acessíveis

e) abusos tão ridículos para eles quanto o é para nós

 

QUESTÃO 20

A marcação da atitude do autor em relação ao conteúdo do texto é típica da função emotiva. Ocorre marcação típica da função emotiva em: 

a) No domínio da linguística

b) para lhes dar relevo

c) acentuou-se estranhamente entre nós

d) À mesma ordem de manifestações

e) do raciocínio abstrato


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