QUESTÃO 01
– Há
ocorrências bem singulares. Está vendo aquela dama que vai entrando na igreja
da Cruz? Parou agora no adro para dar uma esmola.
– De preto?
– Justamente;
lá vai entrando; entrou.
– Não ponha
mais na carta. Esse olhar está dizendo que a dama é uma recordação de outro
tempo, e não há de ser muito tempo, a julgar pelo corpo: é moça de truz.
– Deve ter
quarenta e seis anos.
– Ah!
conservada. Vamos lá; deixe de olhar para o chão e conte-me tudo. Está viúva,
naturalmente?
– Não.
– Bem; o
marido ainda vive. É velho?
– Não é
casada.
– Solteira?
– Assim,
assim. Deve chamar-se hoje D. Maria de tal. Em 1860 florescia com o nome
familiar de Marocas. Não era costureira, nem proprietária, nem mestra de
meninas; vá excluindo as profissões e chegará lá. Morava na Rua do Sacramento.
Já então era esbelta, e, seguramente, mais linda do que hoje; modos sérios,
linguagem limpa.
ASSIS, M. Machado de
Assis: seus 30 melhores contos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1961.
No diálogo, descortinam-se aspectos da
condição da mulher em meados do século XIX. O ponto de vista dos personagens
manifesta conceitos segundo os quais a mulher
a) encontra um modo de
dignificar-se na prática da caridade.
b) preserva a aparência
jovem conforme seu estilo de vida.
c) condiciona seu
bem-estar à estabilidade do casamento.
d) tem sua identidade e
seu lugar referendados pelo homem.
e) renuncia à sua
participação no mercado de trabalho.
QUESTÃO 02
O romance Memórias
póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de
Machado de Assis quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a alternativa
em que todas as características mencionadas podem ser adequadamente atribuídas
ao romance em questão.
a) Rejeição dos valores
românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista em
relação aos problemas sociais.
b) Distanciamento do
determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades, visão
reformadora das mazelas sociais.
c) Abandono das
idealizações românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão
implícita de contradições sociais.
d) Crítica do realismo
literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização de
conflitos sociais.
e) Abandono da lógica
racional, narração em terceira pessoa, teor abolicionista.
QUESTÃO 03
Algum tempo
hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se
poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar
seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente
método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um
defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito
ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte,
não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Dito isto,
expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na
minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e
prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao
cemitério por onze amigos.
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.
Ao configurar as Memórias póstumas de Brás
Cubas como narrativa em primeira pessoa, conforme se verifica no trecho,
Machado de Assis
a) deu um passo decisivo
em direção ao Realismo, adotando os procedimentos mais típicos dessa escola.
b) visa a criticar o
subjetivismo romântico e os excessos sentimentalistas em que este incorrera.
c) deu a palavra ao
proprietário escravista e rentista brasileiro do Oitocentos, para que ele
próprio exibisse sua desfaçatez.
d) parodia as Memórias de
um sargento de milícias, retomando o registro narrativo que as caracterizava.
e) confere confiabilidade
aos juízos do narrador, uma vez que este conhece os acontecimentos de que
participou.
QUESTÃO 04
Nunca tinha
ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro,
pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e
as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na
manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em
ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora
de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência
da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era
muito direito.
ASSIS, M. et al. Missa do
galo: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: Summus, 1977 (fragmento).
No fragmento desse conto de Machado de Assis,
“ir ao teatro” significa “ir encontrar-se com o amante”. O uso do eufemismo
como estratégia argumentativa significa
a) exagerar quanto ao
desejo em “ir ao teatro”.
b) personificar a
prontidão em “ir ao teatro”.
c) esclarecer o valor
denotativo de “ir ao teatro”.
d) reforçar compromisso
com o casamento.
e) suavizar uma
transgressão matrimonial.
QUESTÃO 05
Talvez
sonhasse, quando a vi. Mas via
Que, aos
raios do luar iluminada,
Entre as
estrelas trêmulas subia
Uma infinita
e cintilante escada.
E eu
olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada
Degrau, que
o ouro mais límpido vestia,
Mudo e
sereno, um anjo a harpa doirada,
Ressoante de
súplicas, feria...
Tu, mãe
sagrada! vós também, formosas
Ilusões!
sonhos meus! Íeis por ela
Como um
bando de sombras vaporosas.
E, ó meu
amor! eu te buscava, quando
Vi que no
alto surgias, calma e bela,
O olhar
celeste para o meu baixando...
Olavo Bilac, Via-Láctea.
Embora seja identificado como o principal
poeta parnasiano brasileiro, Olavo Bilac, nesse soneto, explora o seguinte
aspecto do Romantismo:
a) Objetividade e
racionalismo do eu lírico.
b) Subjetividade numa
atmosfera onírica.
c) Forte presença de
elementos descritivos.
d) Liberdade de criação e
de expressão.
e) Valorização da
simplicidade, bucolismo.
QUESTÃO 06
É na
convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade no trato dos temas
e o culto da forma, que se situa a poética [desse movimento literário]. [...]
Seus traços
de relevo: o gosto da descrição nítida (a mimese pela mimese), concepções
tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima e, no fundo, o ideal da
impessoalidade que partilhavam com os [escritores] do tempo.
BOSI, Alfredo. História
concisa da Literatura Brasileira.
O texto alude aos poetas
a) ultrarromânticos, que
romperam com a poesia indianista e ufanista, a exemplo de Álvares de Azevedo.
b) realistas, que
trataram, em sua obra poética, de temas ligados ao cotidiano, tal como o fez
Machado de Assis.
c) parnasianos, que,
afastando-se dos ideais românticos, buscavam a linguagem isenta de
subjetivismo, a exemplo de Olavo Bilac.
d) simbolistas, que
romperam com o pessimismo romântico e propuseram uma poética espiritualizada,
como o fez Cruz e Souza.
e) modernistas, que,
negando os preceitos da poesia romântica, buscavam uma poética nacional, a
exemplo de Mário de Andrade.
QUESTÃO 07
XIII
“Ora
(direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o
senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para
ouvi-las, muita vez desperto
E abro as
janelas, pálido de espanto…
E
conversamos toda a noite, enquanto
A
Via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E,
ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as
procuro pelo céu deserto.
Direis
agora: “Tresloucado amigo!
Que
conversas com elas? Que sentido
Tem o que
dizem, quando estão contigo?”
E eu vos
direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem
ama pode ter ouvido
Capaz de
ouvir e de entender estrelas.”
BILAC, Olavo. Antologia: Poesias. Martin Claret, 2002.
p. 37-55. Via-Láctea.
É correto afirmar que a ideia principal do
texto
a) sustenta que a
atividade poética é a única forma de realizar uma compreensão subjetiva do
mundo e da existência.
b) expressa a concepção
segundo a qual o sentimento amoroso pode ensejar uma atitude de contemplação e
êxtase diante da realidade.
c) constrói um diálogo
hipotético entre o poeta e alguém para evidenciar uma forma religiosa de
experiência pessoal.
d) revela a atitude de
sagacidade e de lucidez necessárias ao fazer poético.
e) exprime o ponto de
vista de valorização do bom senso próprio da vida cotidiana.
QUESTÃO 08
Silêncios
Largos
Silêncios interpretativos,
Adoçados por
funda nostalgia,
Balada de
consolo e simpatia
Que os
sentimentos meus torna cativos;
Harmonia de
doces lenitivos,
Sombra,
segredo, lágrima, harmonia
Da alma
serena, da alma fugidia
Nos seus
vagos espasmos sugestivos.
Ó Silêncios!
Ó cândidos desmaios,
Vácuos
fecundos de celestes raios
De sonhos,
no mais límpido cortejo...
Eu vos sinto
os mistérios insondáveis
Como de
estranhos anjos inefáveis
O glorioso
esplendor de um grande beijo!
SOUZA, Cruz e. Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos, 2008.
A análise do soneto revela como tema e recursos poéticos, respectivamente,
a) a aura de mistério e de transcendentalidade suaviza o sofrimento do eu
lírico; rimas alternadas e sinestesias se evidenciam nos versos de redondilha
maior.
b) o esforço de superação do sofrimento coexiste com o esgotamento das
forças do eu lírico; assonâncias e metonímias reforçam os contrastes das rimas
alternadas em versos livres.
c) a religiosidade como forma de superação do sofrimento humano; metáforas
e antíteses reforçam o negativismo da desagregação existencial nos versos
livres.
d) a apresentação da condição existencial do eu lírico, marcada pelo
sofrimento, em uma abordagem transcendente; assonâncias e aliterações reforçam
a sonoridade nos versos decassílabos.
e) o apelo à subjetividade e à espiritualidade denota a conciliação entre
o eu lírico e o mundo; metáforas e sinestesias reforçam o sentido de
transcendentalidade nos versos de doze sílabas.
QUESTÃO 09
O amor cortês foi um gênero praticado desde
os trovadores medievais europeus; nele, a devoção masculina por uma figura
feminina inacessível foi uma atitude constante. Essa ideia se faz presente
também em outros movimentos literários. Os versos que confirmam o exposto são:
a) Eras na vida a pomba
predileta
[...] Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, - a inspiração, - a pátria,
O porvir de teu pai! (Fagundes Varela).
b) Carnais, sejam carnais
tantos desejos,
Carnais sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios
Das harpas da emoção tantos arpejos... (Cruz e Sousa).
c) Quando em meu peito
rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente. (Álvares de
Azevedo).
d) Em teu louvor, Senhora,
estes meus versos
E a minha Alma aos teus pés para cantar-te,
E os meus olhos mortais, em dor imersos,
Para seguir-lhe o vulto em toda a parte. (Alphonsus de
Guimaraens).
e) Que pode uma criatura
senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer
amar e malamar,
amar, desamar, amar? (Manuel Bandeira).
QUESTÃO 10
Violões que Choram...
Ah!
plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao
luar, choros ao vento...
Tristes
perfis, os mais vagos contornos,
bocas
murmurejantes de lamento.
Noites de
além, remotas, que eu recordo,
noites de
solidão, noites remotas
que nos
azuis da Fantasia bordo,
vou
constelando de visões ignotas.
Sutis
palpitações à luz da lua,
anseio dos
momentos mais saudosos,
quando lá choram
na deserta rua
as cordas
vivas dos violões chorosos.
Cruz e Sousa.
O poema traz a seguinte característica da
escola literária em que se insere:
a) Tendência à morbidez.
b) Lirismo sentimental e
intimista.
c) Precisão vocabular e
economia verbal.
d) Depuração formal e
destaque para a sensualidade feminina.
e) Registro da realidade
através da percepção sensorial do poeta.
QUESTÃO 11
Política pública de saneamento básico: as bases do
saneamento como direito de cidadania e os debates sobre novos modelos de gestão
[...] No
Brasil, dados do Ministério das Cidades indicam que cerca de 35 milhões de
brasileiros não são atendidos com abastecimento de água potável, mais da
metade da população não tem acesso à coleta de esgoto, e apenas 39% de todo
o esgoto gerado são tratados. Aproximadamente 70% da população que compõe o
déficit de acesso ao abastecimento de água possuem renda domiciliar mensal de
até meio salário mínimo por morador, ou seja, apresentam baixa capacidade de
pagamento, o que coloca em pauta o tema do saneamento financeiramente
acessível. [...]
Disponível em: www.assemae.org.br/artigos/item/1762-saneamento-basico-como-direito-de-cidadania.
No fragmento destacado no texto, é correto
afirmar que há
a) sujeito simples e predicado nominal.
b) verbo intransitivo e predicado verbal.
c) verbo transitivo e objetos direto e indireto.
d) sujeito composto e objeto indireto.
e) sujeito simples e complemento nominal.
QUESTÃO 12
Assinale a alternativa que classifica corretamente
a sequência de predicados das orações abaixo.
- Soa um
toque áspero de trompa.
- Os
estudantes saem das aulas cansados.
- Toda
aquela dedicação deixava-o insensível.
- Em
Iporanga existem belíssimas grutas.
- Devido às
chuvas, os rios estavam cheios.
- Eram
sólidos e bons os móveis.
a) verbal; verbo-nominal;
verbo-nominal; verbal; nominal; nominal
b) verbal; verbal;
verbo-nominal; nominal; verbo-nominal; nominal
c) nominal; verbal;
verbo-nominal; verbal; nominal; verbo-nominal
d) verbo-nominal; verbal;
nominal; verbal; verbo-nominal; nominal
e) nominal; verbal;
verbal; nominal; nominal; verbo-nominal
QUESTÃO 13
De um jogador brasileiro a um técnico espanhol
Não é a bola
alguma carta
que se leva
de casa em casa:
é antes
telegrama que vai
de onde o
atiram ao onde cai.
Parado, o
brasileiro a faz
ir onde
há-de, sem leva e traz;
com
aritméticas de circo
ele a faz ir
onde é preciso;
em
telegrama, que é sem tempo
ele a faz ir
ao mais extremo.
Não corre:
ele sabe que a bola,
Telegrama,
mais que corre voa.
João Cabral de Melo Neto.
Quanto aos aspectos morfossintáticos do
texto, assinale a alternativa correta.
a) O sujeito das duas
primeiras estrofes é indeterminado, como se verifica pelos verbos “se leva” e
“atiram”.
b) Os predicados em “Não é
a bola alguma carta” e “é antes telegrama” são verbais, pois os verbos indicam
o estado da bola.
c) O sujeito simples
“brasileiro” da terceira estrofe é retomado nas demais estrofes pelo pronome
“ele”.
d) O predicado da oração
“Ele a faz ir”, na quarta e quinta estrofes, é verbo-nominal, pois indica ação
e descreve a bola.
e) O substantivo
“telegrama”, no último verso do poema, é um adjunto adnominal de “bola”.
QUESTÃO 14
FOLHA – Seus
estudos mostram que, entre os mais escolarizados, há maior preocupação com a
corrupção. O acesso à educação melhorou no país, mas a aversão à corrupção não
parece ter aumentado. Não se vê mais mobilizações como nos movimentos pelas
Diretas ou no Fora Collor. Como explicar?
ALMEIDA – Esta questão foi objeto de grande controvérsia nos Estados Unidos. Quanto maior a escolarização, maior a participação política. Mas a escolaridade também cresceu lá, e não se viu aumento de mobilização. O que se discutiu, a partir da literatura mais recente, é que, para acontecerem grandes mobilizações, é necessária também a participação atuante de uma elite política. No caso das Diretas-Já, por exemplo, essa mobilização de cima para baixo foi fundamental. O governador de São Paulo na época, Franco Montoro, estava à frente da mobilização. No Rio, o governador Leonel Brizola liberou as catracas do metrô e deu ponto facultativo aos servidores. No caso de Collor, foi um fenômeno mais raro, pois a mobilização foi mais espontânea, mas não tão grande quanto nas Diretas. Porém, é preciso lembrar que Collor atravessava um momento econômico difícil. Isso ajuda a explicar por que ele caiu com os escândalos da época, enquanto Lula sobreviveu bem ao mensalão. Collor não tinha o apoio da elite nem da classe média ou pobre. Já Lula perdeu apoio das camadas mais altas, mas a população mais pobre estava satisfeita com o desempenho da economia. Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite, jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos diferentes.
GOIS, Antonio. Mais conscientes, menos mobilizados.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br//fsp/mais/fs2607200914.htm. Acesso em: 26
jul. 2009. (Adaptado).
As palavras grifadas são
a) predicados verbais.
b) núcleos do sujeito.
c) substantivos.
d) advérbios.
e) adjetivos.
QUESTÃO 15
Consoada
Quando a
Indesejada das gentes chegar
(Não sei se
dura ou caroável),
Talvez eu
tenha medo.
Talvez
sorria, ou diga:
- Alô,
iniludível!
O meu dia
foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará
lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa
posta,
Com cada
coisa em seu lugar.
Manuel Bandeira. Opus 10.
Assinale a alternativa em que as duas
palavras exercem no texto a mesma função sintática.
a) “Indesejada” (v.1),
“medo” (v.3)
b) “campo” (v.8), “lugar”
(v.10)
c) “dia” (v.6), “mesa”
(v.9)
d) “Indesejada” (v.1),
“dia” (v.6)
e) “gentes” (v.1), “noite”
(v.6)
QUESTÃO 16
TEXTO I
Não comerei da alface a verde pétala
Não comerei
da alface a verde pétala
Nem da
cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as
pastagens às manadas
E a quem
mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de
chupar, mangas-espadas
Talvez pouco
elegantes para um poeta
Mas peras e
maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita
no cromo das saladas.
Não nasci
ruminante como os bois
Nem como os
coelhos, roedor; nasci
Omnívoro;
deem-me feijão com arroz
E um bife, e
um queijo forte, e parati
E eu
morrerei, feliz, do coração
De ter
vivido sem comer em vão.
MORAES, Vinicius de. Livro de sonetos, 2009.
TEXTO II
Objeto direto pleonástico/enfático: Por
ênfase ou realce, é lícito repetir o objeto direto por meio de um pronome
oblíquo.
Domingos Paschoal
Cegalla. Dicionário de dificuldades da
língua portuguesa, 2009. (Adaptado).
Ocorre objeto direto pleonástico/enfático no
seguinte verso:
a) “Mas peras e maçãs,
deixo-as ao esteta” (2ª estrofe)
b) “E a quem mais aprouver
fazer dieta” (1ª estrofe)
c) “Cajus hei de chupar,
mangas-espadas” (2ª estrofe)
d) “Não comerei da alface
a verde pétala” (1ª estrofe)
e) “Omnívoro; deem-me
feijão com arroz” (3ª estrofe)
QUESTÃO 17
No modelo
hegemônico, quase todo o treinamento é reservado para o desenvolvimento
muscular, sobrando muito pouco tempo para a mobilidade, a flexibilidade, o
treino restaurativo, o relaxamento e o treinamento cardiovascular. Na teoria,
seria algo em torno de 70% para o fortalecimento, 20% para o cárdio e 10% para
a flexibilidade e outros. Na prática, muitos alunos direcionam 100% do tempo
para o fortalecimento.
Como a
prática cardiovascular é infinitamente mais significativa e determinante para a
nossa saúde orgânica como um todo, podendo ser considerada o “coração” de um
treinamento consciente e saudável, essa ordem deveria ser revista.
Nuno Cobra Jr. “Fitness
não é saúde”. Uol. 06/05/2021. (Adaptado).
Dentre as expressões destacadas, a que exerce
a mesma função sintática do termo sublinhado em “o treino restaurativo, o relaxamento e o treinamento cardiovascular”
é:
a) um atleta de seleção
precisa de treinamento intenso.
b) o amor ao esporte
é fundamental para o atleta.
c) a população incorpora radicalmente
atitudes saudáveis.
d) muitas pessoas
se beneficiam de alimentos verdes.
e) todo tipo de atividade
física faz bem à saúde mental.
QUESTÃO 18
Todo dia,
duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e
escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a
língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas,
angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Novas línguas
mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por deuses
muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos
colonizados se apropriam e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e
velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não
cabem. Toda noite, duzentos milhões de pessoas sonham em português.
TV Zero. Disponível em:
www.tvzero.com/projeto/lingua-vidas-em-portugues/. Acesso em: 30 out. 2019.
O emprego da primeira vírgula do primeiro
período do texto justifica-se em função de que
a) a oração em que se
encontra é iniciada por um adjunto adnominal.
b) é obrigatório o emprego
da vírgula para separar o aposto dos demais termos da oração.
c) o adjunto adverbial foi
deslocado para o início da oração.
d) a expressão que inicia
o período é um vocativo.
e) o período é iniciado
por uma oração ordenada sindética.
QUESTÃO 19
Pedrinho, na
varanda, lia um jornal. De repente parou e disse à Emília, que andava rondando
por ali:
– Vá
perguntar à vovó o que quer dizer folk-lore.
– Vá? Dobre
a sua língua. Eu só faço coisas quando me pedem por favor. – Pedrinho, que
estava com preguiça de levantar-se, cedeu à exigência da ex-boneca.
– Emilinha
do coração – disse ele –, faça-me o maravilhoso favor de ir perguntar à
vovó que coisa significa a palavra folk-lore, sim, teteia? – Emília foi e
voltou com a resposta.
– Dona Benta
disse que folk quer dizer gente,
povo; e lore quer dizer sabedoria,
ciência. Folclore são as coisas que o povo sabe por boca, de um contar para o
outro, de pais a filhos.
Os contos,
as histórias, as anedotas, as superstições, as bobagens, a sabedoria popular
etc. e tal. Por que pergunta isso, Pedrinho?
O menino
calou-se. Estava pensativo, com os olhos lá longe. Depois disse: – Uma ideia
que eu tive. Tia Nastácia é o povo. Tudo que o povo sabe e vai contando de um
para outro, ela deve saber. Estou com o plano de espremer Tia Nastácia para
tirar o leite do folclore que há nela.
Emília
arregalou os olhos. – Não está má a ideia, não, Pedrinho! Às vezes, a gente tem
uma coisa muito interessante em casa e nem percebe.
LOBATO, Monteiro. Histórias
de Tia Nastácia. São Paulo: Globo, 2009.
A função sintática da expressão contida no
trecho “Emilinha do coração” é:
a) Adjunto adnominal
b) Objeto direto
c) Aposto
d) Vocativo
e) Complemento nominal
QUESTÃO 20
Na expressão
“minha agenda pra consultoria”, a expressão em destaque é classificada
como:
a) Adjunto adverbial
b) Complemento nominal
c) Predicativo
d) Adjunto adnominal
e) Aposto
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